segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Conheça os sinais que indicam violência contra a mulher


Pesquisa revela aumento do número de pessoas que sofreu ou diz conhecer quem sofreu agressão de companheiro ou ex

Entre 2006 e 2009 aumentou de 51% para 55% o número de pessoas que declararam conhecer ao menos uma mulher que já sofreu ou sofre agressões de seu parceiro ou ex. O dado é um dos resultados da pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil realizada pelo Instituto Avon e pelo Ibope, apresentada no começo deste ano.

O levantamento apontou ainda que a maioria da população acredita que educação e mudança de comportamentos são as melhores formas de combater a violência doméstica. Por isso, a preocupação com o assunto vem crescendo e pesquisados de ambos os sexos - independentemente de terem sido vítimas ou não de agressão ¿ afirmam que a violência contra a mulher dentro de casa é o tema que mais preocupa as brasileiras. Esta preocupação vem crescendo desde 2004, quando 50% pensavam assim, subindo para 55% em 2006 e para 56% em 2009.

No Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, comemorado em 25 de novembro, saiba quais são os principais sinais apresentados por uma mulher que foi ou está sendo vítima de violência, apontadas pela coordenadora da ONG Rede Mulher, Vera Vieira. As características vão além das desculpas de quedas e batidas para explicar sinais físicos evidentes, mas outros comportamentos indicam também violência psicológica.

Comportamento suspeito

1) Demonstração de grande tristeza ou depressão

2) Mulher fica mais fechada e passa a falar menos

3) As conversas sobre o cotidiano também desaparecem, incluindo assuntos que não têm ligação com o relacionamento. "Isso acontece mesmo se a pessoa já fosse mais tímida, pois passa por um processo de introspecção muito grande. Evita chances de se emocionar, então prefere não falar de assunto nenhum e fica ainda mais fechada", disse Vera Vieira.

4) Repentinamente deixa de ter vida social

5) Evita visitas e também a companhia de amigos e parentes

6) Sua aparência torna-se mais desleixada, deixa de arrumar ou de se maquiar

7) As ausências no trabalho tornam-se mais freqüentes

Vera explica que esses comportamentos aparecem desde o primeiro episódio de violência física ou psicológica. "A mulher fica com a autoestima tão baixa que não se sente no direito de falar nada. Por isso vai segurar o problema para si o máximo de tempo que conseguir. Quebrar o silêncio é o mais difícil", disse ela, que aponta que além da violência física, o quadro aparece em casos de violência sexual, psicológica e patrimonial, quando o parceiro deixa de ajudar em casa ou a usar o dinheiro da mulher para assuntos não ligados à família.

As informações da coordenadora da ONG foram aprendidas na prática, durante um casamento em que foi vítima de violência psicológica e física. A decisão de contar a situação foi tomada no dia do batizado de seu filho quando levou um chute na perna depois de pedir para o marido que sua irmã visse o bebê tomando banho. A separação não foi tranqüila e Vera enfrentou ameaças, até de morte.

Segundo a pesquisa Avon/Ibope, entre os que tomam conhecimento sobre casos de violência doméstica, 39%, a maioria mulheres, se propõem a ajudar de alguma forma, enquanto 17% preferiram se omitir. Conversar com a vítima é a forma de contribuição mais usual (23%) entre as mulheres, seguida da orientação de busca de ajuda jurídica/policial (20%).

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