sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vamos falar a respeito de preconceito, que muitas pessoas tem, mas, dizem não ter.

Preconceito


Ilustração: giltokio
Estou descobrindo que tem mais gente preconceituosa nesse mundo do que eu imaginava...
Alguns se acusam, dizendo que realmente são preconceituosos, que não suportam gente diferente deles.
De outra raça, credo ou preferência sexual.
Simples assim, bloqueados numa sandice total!
Têm outros, que eu nomeio de preconceituosos enrustidos, aqueles que são, mas querem parecer que não são...
Se chamados ao tema, insistem em dizer que são pessoas de cabeças abertas, que não têm preconceitos com nada, etecetera e tal.
Só que, (abre parêntese) não admitiriam ter uma filha casada com um negro ou que a escolha sexual do filho fosse pelo mesmo sexo (fecha parêntese).   
Se isso não é ser preconceituoso, então não sei o que é...
Tempos atrás li um texto que pautava sobre o assunto, o qual penso ser uma crônica um pouco preconceituosa, embora tentasse parecer não ser.
O autor discutia sobre o exacerbado exibicionismo que acomete as pessoas e falava que atualmente, parecia que o homossexual queria se assinar como tal e mostrar aos outros que era gay.
Na opinião do escritor, não era necessário demonstrações de gaysismo, eles que vivessem as suas vidas, pois caso contrário, o homem macho, também teria que declarar o quanto que era homem...
Não concordei muito com o formato do texto em questão.
  
Ora, se os gays querem e fazem questão de demonstrações públicas sobre seu homossexualismo, sua preferência sexual, porque não?
Penso que, por terem suas vidas roubadas dentro de um armário por tanto tempo, é justo que queiram se firmar, deixar de se sentirem apartados da sociedade. 
E, se em plena democracia e liberdade de expressão, algumas pessoas ainda se incomodam com isso, é uma pena, pois os homossexuais estão aqui para serem e existirem como tal!
A mim, permaneceu bem sublinhado um toque preconceituoso nesse ensaio...
E o que dizer sobre o preconceito a respeito de classes sociais, por exemplo? Pode-se pensar que esse tipo de injustiça nem existe tanto, porém ela ainda nos rodeia, embora muitas vezes, sem que a gente perceba...
Observe as auxiliares domésticas, em prédios de elite.
Nunca entram pelas portas principais e fazem uso de elevadores de serviços.
Na verdade são orientadas e induzidas a esse sistema, o que deveria ser proibido, pois é um tipo de discriminação social, vetada por lei. 
E, assim por diante, muitas injustiças acontecem, muitas diferenças são feitas... 
Com mendigos, travestis, pedintes, deficientes físicos e mentais, velhinhos, os menos favorecidos financeiramente, animais e por aí a fora.
São tantas tiranias que cruzam o nosso caminho, que nos deixam com um sentimento de indignação latente, sempre presente
Assim fica, na verdade, muito difícil ser uma pessoa totalmente desprovida de preconceitos.
E, não serei eu, coroada com a “hipocrisia do enrustido”.
Então, CONFESSO: não consigo me livrar da antipatia que tenho, para com pessoas tendenciosas e preconceituosas. 
E, esse tipo de sentimento, não deixa de ser também, um preconceito!
Fonte: Preciso Falar


40 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE PRECONCEITO E INTOLERÂNCIA


Segundo o Wiktionary, preconceito (ou “pré-conceito”) é um “conceito formado com base em julgamento próprio que exige tom depreciativo da diferença”, é uma “análise tendenciosa”, uma “discriminação provocativa”. Na verdade, existem diversas definições para preconceito, a maioria baseada na idéia de que se trata de “um juizo preconcebido” com “conotação negativa” “imposta pelo meio, época e educação”.

Existem diversos tipos de preconceito no Brasil: contra negros, mulheres, deficientes, homossexuais, obesos, nordestinos, adeptos de religiões afro-brasileiras, seguidores de religiões não-cristãs, de classe social etc.

Xenofobia é o medo de estrangeiros. Pessoas xenófobas normalmente tem preconceito contra estrangeiros e por pessoas de outras regiões.

Homofobia é o medo de homossexuais, travestis e transexuais. No Brasil, a palavra homofobia é normamente usada para designar o preconceito e a aversão a gays.

Racismo é um termo usado para definir o prenconceito contra grupos raciais (negros, judeus, índios etc) diferentes daquele a que pertence o sujeito.

Etaísmo é o preconceito baseado na idade, a discriminação por idade. O tipo mais comum de etaísmo é o preconceito contra idosos.

Machismo é a crença de que os seres humanos do sexo masculino são superiores aos do feminino. Alguns sociólogos e intelectuais classificam o machismo como preconceito contra a mulher.

Eugenia é um termo criado pelo britânico Francis Galton, cujo significado é “bem nascido”. Os defensores da eugenia pregam o melhoramento genético da espécie humana. Em suma, a eugenia é uma forma de racismo.

Intolerância religiosa é um têrmo usado para definir tanto o preconceito contra religiões ou indivíduos filiados a determinadas religiões como a falta de liberdade religiosa.

Islamofobia é aversão e preconceito contra o Islã e os maometanos. A islamofobia cresceu de forma acentuada no Ocidente e em diversas regiões do planeta após os ataques terristas de 11 de setembro nos Estados Unidos.

Antisemitismo é palavra usada para designar o preconceito e a perseguição a judeus.

Pogrom é um ataque maciço e violento contra um grupo de pessoas. Além de destruir o grupo, o pogrom visa a destruição de seu ambiente. Alguns dos mais recentes pogroms da história foi contra os judeus europeus, especialmente durante o regime nazista alemão.

Gueto (palavra oriunda do italiano ghetto) é uma região ou bairro onde vivem os membros de um grupo étnico ou social. Um dos guetos mais conhecidos foi o de Varsóvia (Polônia), para onde foram removidos milhares de judeus.

Campo de concentração é uma espécie de centro de confinamento militar para onde são enviados opositores do regime, soldados estrangeiros e grupos sociais perseguidos (ou seja, também é resultado do preconceito). Um dos campos de concentração mais famosos é o de Auschwitz, na Polônia, onde morreram milhões de judeus.

Nazismo: doutrina política propagada pelo ex-ditador alemão Adolf Hitler que sustentava a idéia de superioridade da “raça” ariana (europeus brancos) sobre as demais “raças”. Os nazistas foram os maiores responsáveis pela perseguição e extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Neonazismo: doutrina baseada nas idéias racistas nazistas. Seus seguidores propagam o ódio a diversos grupos, de judeus a homossexuais, de negros a comunistas. Existem movimentos neonazistas em diversas partes do mundo, inclusive na América Latina.

Skinheads: grupos neonazistas que propagam tanto as idéias de superioridade racial da “raça” branca quanto a violência contra judeus, negros, homossexuais, comunistas, hippies e imigrantes. Os skinheads são formados na maioria por jovens. No Brasil, os grupos mais conhecidos são o White Power e o Carecas do ABC.

Kun Klux Klan: grupo racista formado nos Estados Unidos logo após a Guerra de Secessão. Além de pregar a supremacia W.A.S.P (do branco, anglo-saxão e protestante), a Kun Klux Klan persegue negros, judeus e imigrantes. Hoje, esse ódio também é dirigidos aos islâmicos e homossexuais.

Apartheid: regime de segregação racial sul-africano. A palavra apartheid vem do africâner e significa separação. O apartheid dividia a população entre brancos e não-brancos (negros, indianos etc). As grandes vítimas eram justamente a maior parte da população: os negros. Brancos e negros não podiam frequentar juntos os mesmos banheiros públicos, ônibus, trens, piscinas e até praias. O sexo “inter-racial” era proibido.

A situação dos negros norte-americanos não era diferente. Até o início da década de 1960, eles eram proibidos em muitos Estados de frequentar as mesmas escolas, usar os mesmos assentos de ônibus e até utilizar os mesmos banheiros públicos dos brancos. A situação começou a mudar quando Rosa Parks, uma senhora do Alabama, se recusou a ceder seu lugar no ônibus a um branco. Rosa foi presa e seu encarceramento gerou uma onda de protestos de negros nos Estados Unidos. Os protestos foram liderados por um pastor negro chamado Martin Luther King. E todos conhecem o resto da história.

Outra manifestação de preconceito é a limpeza étnica. Ela visa muito mais do que a discriminação, visa a eliminação do outro. A maior limpeza étnica de que se tem notícia ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. No total, seis milhões de judeus foram mortos. Mas houveram outras grandes limpezas, como o genocídio armênio no início do século XX, quando cerca de um milhão de armênios foram assassinados pelos otomanos. Mais recentemente, houveram limpezas étnicas em Ruanda e na antiga Iugoslávia.

Um dos maiores genocídios da história foi praticado pelo regime Khmer Vermelho entre 1975 e 1979, no Camboja. Dos 8 milhões de habitantes do país, 1,7 milhões foram assassinados. As maiores vítimas foram os chineses, os muçulmanos e os vietnamitas. Acreditava-se que as motivações eram políticas, mas descobriu-se que também eram segregacionistas. O regime considerava determinados grupos criminosos, entre eles os chineses - que tiveram a sua língua e seus hábitos proibidos no país. Os muçulmanos foram obrigados a comer carne de porco (o que é proibido pelo Islã) e os vietnamitas foram fuzilados um por um até desaparecerem do país.

Forçados a se converter ao catolicismo na época da chegada ao poder dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela no final do século XV, cerca de 93 mil judeus se refugiaram em Portugal. Mas nem lá eles encontraram a paz. Centenas de judeus foram perseguidos e massacrados durante o pogrom português de 1506. Tal fato é conhecido até hoje como o Massacre de Lisboa de 1506.

O preconceito racial no futebol é tão antigo quanto o próprio esporte no Brasil. Tanto é que, no princípio, os times não aceitavam jogadores negros. Para jogar, eles alisavam o cabelo ou cobriam o rosto com pó-de-arroz para disfarçar a cor da pele. A estratégia nem sempre dava certa, pois, com o suor, o pó acabava escorrendo. Foi o que aconteceu com Carlos Alberto, jogador do fluminense. Em uma partida pelo Campeonato Carioca de 1914, o rosto borrado do jogador chamou a atenção da torcida adversária, que apelidou o time de Pó-de-arroz.

Atitudes racistas contra jogadores estrangeiros (africanos e latinos, principalmente) no futebol europeu são mais comuns do que se imagina. Jogadores brasileiros como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Adriano e Juan, entre outros, foram vítimas de comportamento racista e xingamentos fora e dentro dos campos. Ronaldo chegou a ser xingado de “macaco gordo”. Mas uma das maiores vítimas foi o camaronês Eto’o. Durante uma partida contra o Barcelona, a torcida adversária jogava bananas no campo sempre que Eto’o pegava na bola.

Um dos atos antissemitas mais comuns na Europa atualmente é a profanação de cemitérios judaicos. Túmulos são destruídos e, muitas vezes, pichados com a suástica nazista. Em janeiro de 2010, dezenas de túmulos de judeus foram pichados na cidade francesa de Estrasburgo. O detalhe é que a agressão ocorreu no dia em que se comemorava os 65 anos do fim do campo de concentração de Auschwitz.

Os ataques a minorias religiosas são mais frequentes do que se imagina. No Paquistão, um ataque terrorista a uma mesquita da minoria muçulmana Ahmadi matou 80 pessoas e deixou dezenas de feridos em maio de 2010. Os terroristas lançaram granadas e atiraram contra a multidão do alto de um minarete. Os ahmadis foram declarados uma minoria não-islâmica pelo governo paquistanês nos anos 70 e proibidos de participar de atos muçulmanos, inclusive orações.

Apesar de 90% da população seguir o Islã, não se pode afirmar que o Paquistão é um país exclusivamente muçulmano. Existem minorias hindus, sikhs, budistas e cristãs, vítimas frequentes de intolerância. Entre abril e junho de 2009 ocorreram diversos casos de violência contra cristãos no país. Em junho de 2009, uma multidão de muçulmanos atacou e incendiou as casas de cristãos por causa de uma acusação de “profanação” contra o profeta Maomé. E em 2010, também no Paquistão, uma mulher cristã foi condenada a morte por suposta blasfêmia contra o Islã.

Apesar de constituírem uma minúscula e inexpressiva ilha no oceano islâmico paquistânes, a minoria étnica kalash é vítima constante de intolerância racial e religiosa. Politeístas em um país monoteísta e loiros em uma nação morena, os kalachis se declaram descendentes das tropas gregas e macedônicas que invadiram sob o comando de Alexandre Magno a região que compreende o atual Paquistão. Além de sofrerem ataques violentos de militantes islâmicos contrários às suas tradições, seus cemitérios são frequentemente profanados.

No Irã, pipocam as acusações de perseguição à minoria baha’í. Há anos os adeptos da “Fé Baha’Í” reclamam da dificuldade de conseguir empregos, aposentadorias e licenças de negócios no país. Os estudantes são expulsos das escolas e os cemitérios, constantemente profanados. Recentemente, diversos líderes baha’ís foram presos pelo governo iraniano. Em 2010, por mais de dois meses, os baha’is tiveram suas propriedades incendiadas na cidade de Rafsanjan.

Outro tipo de preconceito é o de castas. Apesar do governo indiano não incluir as castas no censo desde 1931 e proibir o sistema a partír de 1950, na prática a história é outra. O preconceito ainda é grande na Índia, principalmente contra os dalits (os intocáveis, ou impuros). Segundo os hindus, os dalits nasceram da poeira dos pés do deus Brahma e não são exatamente uma casta, mas uma “sub-casta”, abaixo das outras quatro. Eles sofrem diversos tipos de restrições e preconceitos. Os dalits não tem acesso aos templos das castas superiores e sequer podem se aproximar de um brâmane (membro da mais alta casta). Além disso, não podem retirar água de poço ou beber da mesma fonte das castas superiores. Em 1999, 23 trabalhadores dalits foram assassinados por seguranças particulares de uma fazenda pertencente a um homem de outra casta. Veja a que ponto chegou a intolerância aos dalits! Duas casas de dalits são queimadas por hora. Três mulheres dessa casta são estupradas por dia. E a cada 24 horas, dois dalits são assassinados.

As perserguições aos ciganos são tão antigas quanto esse povo. De origem indiana, língua romani e hábitos nômades, o ciganos foram vítimas de preconceito em diversos momentos da história. Na França do século XII, os homens ciganos eram presos sem motivos e as mulheres e crianças enviadas para hospícios. Entre 200.000 e 300.000 ciganos europeus foram mortos nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Mais recentemente, o governo francês aprovou uma lei visando a expulsão dos ciganos ilegais de seu país.

Um dos mais horrorosos casos recentes de intolerância contra minorias aconteceu na África em 2009. Além de sofrerem discriminação em suas aldeias, nas escolas e no mercado de trabalho os albinos africanos são assassinados por causa da cor da sua pele. Dezenas de albinos foram mortos e esquertejados na Tanzânia e em outras partes da África para que seus órgãos fossem retirados e vendidos a bruxos. Braços, pernas, pele, língua e até sangue são vendidos no mercado negro. Acredita-se que beber o sangue de um albino atrai boa sorte e fortuna.

Um jornal de Uganda chamado The Rolling Stone (que não tem nada a ver com o famoso grupo de rock) publicou em 2010 uma lista de possíveis homossexuais ugandenses com a manchete: “Enforque-os”. O ato gerou protestos no mundo todo, inclusive de entidades de defesas dos Direitos Humanos e governos de diversos países. Depois da publicação, pelo menos quatro pessoas sofreram agressões. No início de 2011, David Kato, um dos principais ativistas gays do país foi espancado até a morte em sua casa.

Também no início de 2011, uma organização internacional chamada Avaaz lançou uma campanha pela internet contra o “estupro corretivo” de lésbicas na África. Um dos casos mais recentes foi o da sul-africana Millicent Gaika. Gaika foi amarrada, espancada e estuprada diversas vezes pelos seus agressores.

O diplomata, escritor e filósofo francês Arthur Gobineau (1816-1882) se celebrizou como ensaísta ao escrever em 1855 o livro Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas, considerado a Bíblia do racismo moderno. Para Gobineau, a miscigenação “é a causa da decadência moral da sociedade”. Na visão dele, o Brasil era um país sem futuro por que possuia muitos cidadãos de “raças inferiores”.

Se Gobineau sustentou teorias racistas, o general norte-americano Philip Sheridan (1831-1888) sustentou a prática do racismo. Sheridan é autor da frase “índio bom é índio morto”, que ilustra o genocídio de milhões de índios praticado pelos colonos europeu durante a conquista do meio-oeste norte-americano.

O criminologista italiano Cesare Lombroso foi autor de vários estudos que procuravam relacionar traços físicos a tendências criminosas. Lombroso não só teve quem o ouvisse, como encontrou seguidores. No Brasil, seus seguidores estudaram os crânios de Antônio Conselheiro e Virgulino Ferreira (conhecido como Lampião) para explicar sua personalidade e suas atitudes “criminosas”.

Estudo feito na Alemanha em 2009 comprovou que a rejeição da sociedades a grupos minoritários aumenta em época de crise. As minorias são sempre acusadas pelos males da sociedade, principalmente quando as coisas não vão bem. A boa notícia é que os sentimentos antissemitas, racistas e homofóbicos diminuíram consideravelmente na Europa nos últimos quatro anos.

Um estudo feito entre estudantes no Brasil e divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo no início de 2010 revelou que – reproduzimos aqui um trecho da reportagem - “99,3% dos entrevistados têm algum tipo de preconceito e que mais de 80% gostariam de
manter algum nível de distanciamento social de portadores de necessidades
especiais, homossexuais, pobres e negros. Do total, 96,5% têm preconceito em
relação a pessoas com deficiência e 94,2% na questão racial”. A mesma pesquisa demonstrou que “pelo menos 10% dos alunos relataram ter conhecimento de situações em que alunos, professores ou funcionários foram humilhados, agredidos ou acusados injustamente apenas por fazer parte de algum grupo social discriminado, ações conhecidas como bullying. A maior parte (19%) foi motivada pelo fato de o aluno ser negro. Em segundo lugar (18,2%) aparecem os pobres e depois a homossexualidade (17,4%). No caso dos professores, o bullying é mais associado ao fato de ser idoso (8,9%). Entre funcionários, o maior fator para ser vítima de algum tipo de violência - verbal ou física - é a pobreza (7,9%)”.

Adotada em 1965 pelas Nações Unidas, a Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial foi ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968. A Convenção combate e proibe a discriminação, mas também estimula estratégias de igualdade racial. 
Fonte: Blog Mais que curiosidade!!

Sempre coloco lindas matéria, mas não devemos nos esquecer que o Mundo não é feito somente de belas coisas, mas, de acontecimentos muito tristes, um deles é a pior violência que existe contra uma mulher, seja de qual idade for a mesma, o ESTUPRO.

DEPOIMENTOS DE MULHERES QUE SOFRERAM ESTUPRO

Depoimentos e Histórias Registradas na Memória

"Eu acho que violência contra a mulher é o que aconteceu comigo e que acontece com outras mulheres. Se ele fosse um estranho, eu até que não estava tão revoltada, mas foi meu pai, ele não me respeitou em momento algum. Ele não me considerou como filha. Outro caso de violência é o espancamento. Além disso, eu acho que tem muito homem que tira a privacidade da mulher e pra mim isso já é uma violência. Eles fazem isso com as mulheres porque eles acham que são homens e podem tudo. Eles não vêem que se não fosse a mulher eles não estariam no mundo. Eles não olham essa parte não. Eles não, a maioria". (Gabriela sofreu abuso sexual, físico e psicológico por parte do pai, dos sete aos 13 anos de idade. Conseguiu sair de casa aos 14 com apoio de um serviço de saúde. (Brasil, 2000).
"Eu acho que existe violência de todo tipo. Acho que existe a discriminação muitas vezes, sabe? De você ser taxada como menos capaz. Existe aquela de casa, do marido, das mulheres que não têm um grau de instrução melhor, das mulheres que não trabalham, das mulheres que ficam em casa cuidando dos filhos. Do marido que bate, que aparece com outras na cara delas e elas não podem dizer nada porque são sustentadas por eles. E eles acham que a mulher está alí para servir de qualquer coisa, entendeu? Que eles podem falar qualquer coisa: que ela é isso, que ela é aquilo e que a mulher não pode fazer nada, entendeu? Eu acho que, por ser mulher, você ainda não pode sair sozinha. Eu estava conversando com um amigo meu, num bar, e duas mulheres estavam tomando umas cervejas, e ele disse: _olha lá: duas mulheres sozinhas numa mesa, estão esperando homem! Eu falei: qual é o problema de duas mulheres, numa sexta-feira à noite, estarem sentadas num bar? São duas amigas, tomando uma cerveja". Ele respondeu: _ que nada, quando você vê duas mulheres sozinhas, numa mesa, é porque tão esperando algum macho, alguma coisa desse tipo! Eu disse: menino! Como tu és machista, pelo amor de Deus! Quer dizer que um homem sentar numa mesa de bar sozinho é normal, mas a mulher, não? Ele respondeu: Não! (Adélia. Brasil, Ano 2000).
A HISTÓRIA DE SÔNIA - Final de ano. Sônia, 16 anos, voltava do colégio onde fez a matrícula para ingressar no segundo grau. Esperava para atravessar a rua. Um carro parou subitamente. O motorista abriu a porta e a puxou para dentro. Ameaçando-a com uma arma e dirigindo em alta velocidade, ele seguiu para uma mata afastada da cidade. Sexo oral, vaginal, uma, duas vezes. Calada, ela pensava em sua mãe e chorava. _Se você contar a alguém o que se passou, você e sua família morrem. Sônia foi para casa. Lavou-se à exaustão. Sentia-se suja. Tinha nojo de sí . Vomitou muito. Chorou em silêncio e ficou em casa vários dias. Conversou com uma amiga. Não queria incomodar sua mãe, recém-separada do marido, alcoolista, que lhe batia. A filha não queria lhe dar mais uma tristeza. Duas semanas após ela teve um pequeno sangramento e achou que era a menstruação. Quis esquecer tudo. Três meses depois, uma vizinha disse para sua mãe: _Tu não estás vendo que tua filha está grávida? A mãe foi procurá-la e perguntou: _Quem foi? Porque você me enganou? Por que você não me disse nada? Foi difícil convencer a mãe do que acontecera. Em companhia de uma prima, Sônia procurou um grupo de mulheres de sua comunidade e pediu orientação. Pouco se podia fazer, não havia serviços de atenção a vítimas de violência naquela cidade. _ Se eu tenho esse filho, lá no bairro vão dizer que eu sou uma prostituta. Se eu digo que foi estupro ninguém acredita. Nem minha mãe acreditou em mim! Sem acesso a um serviço de saúde que a atendesse dignamente, ela procurou o aborto clandestino e foi atendida num consultório sem as mínimas condições de segurança, expondo-se aos riscos da mortalidade materna porque a rede pública de saúde ainda não oferecia os serviços que poderiam garantir a Sônia o exercício de seus direitos. (Brasil, 1990)
JOSEFA E SEU COMPANHEIRO - Josefa voltava para casa com a filha adolescente, quando foi atacada por três homens. Reagiu, lutou contra e gritou: Corra minha filha! A menina conseguiu fugir. Josefa foi estuprada. Engravidou. Ao descobrir a gestação, ela conversou com o marido. Sentia muita tristeza. Raiva daqueles homens. Culpa de não ter conseguido se defender direito, de ter passado naquele lugar. Lembrava da filha e agradecia a Deus por não ter acontecido coisa pior. Ela não queria esse filho, mas não tinha coragem de abortar. Sua religião condenava o aborto. O marido lhe disse que aceitaria o filho como seu. Josefa sentiu-se apoiada, mas queria ser atendida num serviço de saúde. Mesmo com apoio do marido e tendo decidido ter o filho, a rejeição pela gravidez continuava. Ela procurava uma psicóloga que lhe ajudasse a enfrentar aquela situação. Josefa encontrou quem lhe atendesse? Não se tem a resposta. (Brasil, 1992).
COM ROSALI FOI ASSIM - Rosali tinha 17 anos. Assistia televisão em casa, num bairro da periferia de uma grande cidade, quando decidiu sair para comprar um sanduiche. No caminho, foi interceptada por dois homens e estuprada sob ameaça de uma arma. Assustada, voltou para casa e em companhia da mãe foi à delegacia. Dalí, as duas seguiram ao hospital. Na emergência, recebeu cuidados ginecológicos inadequados para uma situação de violência sexual (ducha vaginal). Dois meses depois ela descobre a gravidez e recorre ao serviço que lhe atendeu na ocasião do estupro. Ninguém sabia o que fazer. A mãe, segura de seus direitos procurou as autoridades. Ela dizia: _ Alguém precisa fazer alguma coisa, essa menina não pode continuar grávida. Ela não procurou isso. Rosali cabisbaixa, apenas chorava. Três meses após a interrupção de gravidez, realizada numa maternidade pública de referência para vítimas de violência sexual, a adolescente deu notícias para quem lhe atendeu: _ Oi doutora, aqui é Rosali, a menina do estupro. Liguei para dizer que estou bem. Arranjei um emprego e voltei a estudar. A vida de Rosali retomava seu curso. (Brasil, 1996).
ADÉLIA - Adélia está só em casa. Chega um rapaz à sua residência, pergunta por seus familiares e pede um copo d'água. Adélia dirige-se à cozinha e é seguida. Com uma faca no pescoço ela é estuprada e ameaçada de morte caso revele o fato a alguém. Adélia permanece em silêncio até descobrir que está grávida. Sente medo e vergonha. Conta tudo à sua mãe e não recebe a acolhida esperada. Ela não lhe dá crédito e tampouco a aconselha a prestar queixa ou tomar qualquer outra atitude. Adélia acredita que a falta de informação leva sua mãe a agir dessa maneira.Por iniciativa própria, ela procura a Delegacia da Mulher também esperando um atendimento especial, mas o serviço está em greve. A delegada ausente. Dias depois Adélia consegue ser atendida por ela, afirma que conhece seus direitos e quer realizar um aborto. Sem nenhum tipo de orientação é encaminhada ao IML. É mal recebida pela recepcionista e questionada sobre a demora em prestar queixa. Faz o exame de corpo de delito com uma médica que lhe trata de "forma mecânica". Depois de longa espera para liberação do laudo, Adélia volta a falar com a Delegada. Ao ser inquirida por Adélia sobre em que maternidade poderia interromper a gravidez, "agressivamente" a delegada lhe responde: "eu não posso dizer isso não, você se vire".Sem saber onde fazer o aborto, Adélia procura médicos de sua relação pessoal que lhe indicam um serviço de referência. Neste local ela é atendida por um médico e uma enfermeira - cordiais e gentis, pois, segundo percebe, eles estão acostumados a realizar este tipo de procedimento. Em seguida, Adélia é acompanhada pelo serviço social e orientada sobre o direito de realizar o aborto de forma segura. Durante a internação e realização do aborto Adélia fica só. Nesse momento sente a indiferença de alguns profissionais de saúde que não fazem parte da equipe sensibilizada e treinada para atender vítimas de violência sexual. Uma auxiliar de enfermagem tenta convencê-la a não fazer o aborto dizendo que isso é contra a lei de Deus; que conhece muitas mulheres estupradas que tiveram seus filhos, hoje, considerados bons filhos. Adélia espera uma atitude imparcial e reage: "vocês deviam ser pessoas neutras, porque este não é um problema de vocês, isso é um problema meu, que eu estou tentando resolver... O aborto ocorre durante a noite. Ao término do tratamento, sente-se aliviada. Segura da decisão que havia tomado, ela esperava um acompanhamento diferente dos serviços por onde passou.
SUELENE - Suelene foi abusada sexualmente pelo pai durante um ano. Ameaçada com uma faca, ela era obrigada a manter relações sexuais. Sentia-se muito mal, mas com medo ela nada contava para sua mãe.Com a gravidez a mãe descobre o que está acontecendo e juntas vão ao Conselho de Proteção aos Direitos da Criança e Adolescente e à delegacia e ao IML onde foi feito o exame de corpo de delito. O agressor foi preso imediatamente.É encaminhada para tratamento no hospital de referência, sendo atendida por uma equipe com assistente social, psicóloga e médicos. A mãe e uma tia lhe dão apoio durante a denúncia e todo acompanhamento de saúde. Em todos os serviços ela afirma ter recebido um ótimo atendimento, compreensão, apoio e força para superar o que estava acontecendo. Ela decide abortar, porque mesmo considerando o aborto uma agressão para a mulher, não suporta a idéia de ter um filho do próprio pai.Suelene conhecia a lei que permite a interrupção da gravidez por estupro porque assistiu a uma entrevista na televisão onde o assunto foi tratado. Mas, pra ela não foi uma decisão fácil. "Se a gravidez fosse de um namorado eu enfrentaria com unhas e dentes, mesmo sem ajuda do pai eu não abortaria".Após o aborto e o fim do tratamento clínico Suelene sente muito bem. Para ela é importante ter feito tudo dentro da legalidade, "tudo na justiça" e "ele estar preso". Fazer o aborto num serviço público lhe dá a certeza de que não ficaria com problema nem correria risco de vida. Ela diz conhecer casos de aborto, feitos "no silêncio" onde as meninas ficam doentes e até morrem.Ao sair do hospital Suelene tem medo das críticas, mas acredita que o mais importante é o que ela pensa e não a opinião dos outros. Durante o depoimento ela afirma sentir muito ódio pelo pai. Mas o apoio familiar e das instituições públicas parece ter sido - ou estar sendo - fundamental para a superar os problemas associados ao abuso sexual.
ANA LÚCIA - Ana Lúcia foi abordada por um rapaz, num ponto de ônibus. Ele lhe chamava insistentemente a Ana, com medo de falar com desconhecidos, seguia adiante. O rapaz aproximou-se perguntando se ela queria trabalhar como recepcionista recebendo dois salários mínimos. Recusando a oferta, Ana disse-lhe que estava apressada e precisava ir embora. Nesse momento, ele passou a ameaçá-la de morte caso gritasse, disse estar com um revólver cheio de bala que poderia descarregar em cima dela. Poderia até obrigá-la a fazer sexo oral, anal e vaginal na frente de todos, pois não tinha nada a perder e até matá-la alí mesmo. Vendo-se sem saída "eu não tive outra opção" Ana Lúcia o acompanhou "olhando só para ele para ninguém desconfiar de nada" como lhe foi exigido. Ele conversava e sorria, e seguiram andando normalmente como se fossem amigos.Ana Lúcia é estuprada num matagal próximo à delegacia. Durante o ato, o agressor faz comentários sobre si mesmo e sua vítima. Revela que saiu do presídio recentemente, onde estava por ter assassinado o responsável pela morte de seu irmão. Faz elogios e comentários agressivos sobre sua vítima: "você é muito ignorante, mas é bonita". Ela chora e lhe pede pelo amor de Deus que pare de lhe tocar. Ele irrita-se, diz não agüentar mais ouvir esse nome, "pare com esse chororô" isso "é o que mais se ouve lá no presídio". Diz não saber porque estava fazendo aquilo com ela, só sabia que não ia parar porque estava bom. Pergunta se ela tem dinheiro. Lhe pede uma foto de lembrança, aponta para a casa onde mora. Recomenda que ela vá embora sem olhar para trás e não o denuncie, senão ele rodará os quatro cantos do mundo para encontrá-la e matá-la junto toda a família. Após a agressão, com medo de contrair HIV, Ana Lúcia dirigiu-se à Casa da Cidadania para pedir auxílio. Acompanhada por uma assistente social, ela foi ao Departamento de Proteção da Criança e do Adolescente, mas pode ser atendida porque era maior de 18 anos. Prestou queixa na delegacia, fez o exame no IML e foi encaminhada para o serviço de saúde de referência.Ana Lúcia considera que recebeu um bom atendimento em todos os serviços por onde passou, mas acredita que foi assim porque a assistente social esteve ao seu lado todo o tempo. Ela recomenda que os serviços sejam mais ágeis e ressalta a necessidade de haver profissionais especializados para atender as pessoas vítimas de violência "porque uma pessoa assim precisa de muita atenção". Ela ressalta a importância do médico ter sido atencioso, ter ficado preocupado por ela estar em período fértil, ter tomado as providências com rapidez.
CRISTINE - Ao nascer, Cristine não foi aceita pelo pai sendo criada pela avó materna. Ele queria que o primeiro filho fosse homem. Quando completou sete anos, sonhando conviver com seu pai, mãe e irmãos ela foi morar com os pais. Logo de início ele a proibiu de fica no mesmo quarto dos irmãos e colocou-a para dormir na sala. À noite, com todos dormindo ela passa a ir até onde Cristine dorme. Toca-lhe o corpo, alisa seu peito e ao perceber seu choro a ameaça. Coloca um revólver do seu lado e avisa que se contar a alguém ela morre. Cristine é abusada dos sete aos treze anos. O pai faz um buraco na parede do banheiro para lhe observar durante o banho. Ele lhe diz que ninguém pode com ele, que "aqui na terra ele pode mais que Deus. O medo "me fraquejava". Ela temia não ser mais virgem.Cristine sente-se uma escrava em sua casa. É tratada de modo diferente dos irmãos, realiza todas as tarefas domésticas e não entende o motivo. Acha-se rejeitada e perseguida pelos pais. Apanha com chicote, leva murros do pai e surras da mãe. Num dado momento decide contar para a irmã e uma prima o que acontece durante a noite. A prima lhe aconselha falar com a mãe. Esta, não acredita, ou melhor diz que ela deve estar dando motivo para isso acontecer e passa a ameaçá-la. Sempre que fazia algo errado ou deixa alguma tarefa doméstica sem realizar, a mãe avisa que vai contar ao marido o que ela lhe contou. "Ela usava isso pra cima de mim como se fosse uma arma". Cristine sente-se vigiada. Não pode sair só de casa nem conversar com ninguém, um dos pais está sempre por perto. Ela não sabe a quem pedir ajuda. Até que, num certo dia, conversando com uma funcionária da biblioteca da escola onde estuda, Cristine relata sua história e é levada a um serviço de saúde de referência. Faz exame clínico e ginecológico, acompanhamento psicológico e é apoiada na processo de saída de casa. Ela vai morar com um primo que solicita sua guarda à justiça e denuncia o pai. O delegado quer provas para prendê-lo e lhe sugere: "você deixa seu pai lhe espancar... e depois que ele lhe espancar bem muito você corre pra cá!". Ela lhe faz uma contra-proposta: abrir uma sindicância no local onde ela reside para investigar quem ele é. Após prestar queixa ela faz o exame de corpo de delito. Fica aliviada por ainda ser virgem. Os pais de Cristine continuaram ameaçando-a por longo tempo, acusaram-na de prostituição, de levantar falso testemunho e não foram punidos pelos crimes que cometeram. Sobre os serviços, Cristine avalia muito bem o setor saúde. Ela teve todo acompanhamento necessário, compreensão e apoio. Mas, para ela, os setores que poderiam impedir que ela continuasse sendo agredida pelo pai não atuaram de modo adequado. Lentos e inoperantes na resolução de seu problema, ela sugere à delegacia, ao IML e à Procuradoria que sejam mais eficientes no cumprimento de suas responsabilidades.
ADELINA - Adelina voltava de uma festa, com uma amiga e o marido. No caminho de casa, eles foram abordados por três rapazes armados de revólver. Era um assalto. O marido da amiga foi imobilizado e sua mulher ameaçada de morte. Adelina foi espancada pelo assaltante que percebeu sua tentativa de esconder alguns pertences. Ele lhe puxou pelos cabelos, lhe deu murros, coronhadas de revólver e atirou duas vezes bem próximo de seus ouvidos. Em meio a todas essas agressões ele a empurrou para o lado de uma barraca que havia na calçada, um local mais escuro, e a estuprou. Um segundo assaltante aproximou-se também para violentá-la e lhe mordeu os seios. Com medo de alguma doença, com medo da Aids, sentindo muitas dores, nojo e raiva dos agressores, Adelina teve medo também de chegar em casa naquelas condições e ser responsabilizada pelo marido, do que ocorrera. Foi até a casa de sua mãe e não conseguiu acordá-la. Decidiu dormir na casa da amiga. No dia seguinte foram a um hospital onde foi examinada (mas não medicada) e encaminhada ao serviço de referência. Era domingo, não havia pessoal preparado para atendê-la. Ela não foi examinada, nem recebeu qualquer orientação. Oportunidade perdida. Pediram-lhe que retornasse no dia seguinte. Voltou ao serviço dois dias depois por insistência do marido. "Você vá. Você não conhece esses maus elementos, não sabe o que eles têm, é melhor fazer um exame, senão eu não quero nada com você não". Nessa consulta foram tomadas as providências para anticoncepção de emergência e profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis e iniciado o acompanhamento psicológico. A demora na entrega dos exames é a única queixa de Adelina em relação aos serviços de saúde. O atendimento da equipe especializada foi considerado muito bom. Sentiu-se protegida. Recomenda apenas mais agilidade nos resultados dos exames.O marido de Adelina, de fato só acreditou que a mulher foi agredida depois da confirmação médica e só passou a ajudá-la depois de conversar com a psicóloga. Até então, ele acreditava que ela era a culpada e ameaçou-a com a separação caso o teste anti-HIV fosse positivo.Ao deixar o hospital, Adelina procurou a amiga para prestar queixa, porque ela havia reconhecido um dos agressores pela voz. A amiga, recusou-se a testemunhar e se Adelina quisesse que prestasse queixa sozinha, esquecesse que estava acompanhada . Com medo de uma possível vingança, Adelina desistiu de denunciar os assaltantes. Não obstante, dois foram presos ao assaltar e ferir um policial. Um deles tinha uma tatuagem no braço. O pai de Adelina fez o reconhecimento na delegacia a partir de suas informações.Adelina mudou de opinião frente ao problema da violência sexual. Para ela isso não existia, as mulheres que diziam ter sofrido estupro estavam inventando e por isso não mostravam a cara quando falavam na televisão. Agora não. Ele entende os motivos que uma mulher tem para não querer mostrar o rosto nem falar do assunto depois de agredidas sexualmente. Mesmo assim, ela recomenda as mulheres vítimas de violência denunciem os agressores. 
Fonte: Anjos e  Guerreiros.


Onda de estupros coletivos causa preocupação e polêmica religiosa no Irã


Relatos recentes de estupros coletivos praticados por gangues no Irã estão causando preocupação entre as mulheres e levantando questionamentos sobre valores sociais no país, informa Mohammad Manzarpour, do serviço persa da BBC.

Em uma aldeia religiosa e conservadora perto da cidade de Isfahan, mulheres que participavam de uma festa privada foram sequestradas no ano passado e foram vítimas de estupros coletivos perpetrados por criminosos que as ameaçaram com facas.
Uma semana depois, uma estudante universitária foi atacada e violentada por desconhecidos em um campus fortemente protegido na cidade sagrada de Mashhad.

Em ambos os casos, autoridades acusaram as vítimas de não usarem véus ou hijabs e de comportamento “não islâmico”.

Os casos recentes ganharam repercussão, e os subsequentes comentários pejorativos feitos pelas autoridades despertaram indignação entre grupos de defesa das mulheres, que há tempos se queixam do crescente número de casos de assédio sexual no país.

À medida que os estupros dominam as manchetes dos jornais iranianos, um debate público e político começa a se formar, a respeito das possíveis razões para o aparente aumento no número de crimes sexuais. O Estado islâmico iraniano também debate a maneira de prevenie e punir esse tipo de crime.

FestaNa noite de 24 de maio, duas famílias do subúrbio de Khomeinishahr convidaram amigos para uma festa. No total, 14 pessoas se reuniram no evento, realizado em um jardim cercado de muros.

Relatos da imprensa dão conta de que um grupo com mais de 12 homens armados com facas entraram no jardim, trancaram alguns homens dentro de um quarto e amarraram outros a árvores.

As mulheres – incluindo uma em estágio avançado de gravidez, segundo os relatos – foram levadas a uma propriedade adjacente e estupradas.

Um convidado usou um celular para chamar a polícia. A maioria dos agressores havia fugido quando os policiais chegaram, mas quatro foram presos posteriormente.

Na cidade de porte médio, a notícia do estupro se espalhou rapidamente. Mas o episódio não foi coberto pela imprensa estatal, altamente controlada pelo governo, e nenhum comentário oficial sobre o caso foi feito por mais de uma semana.

O silêncio despertou preocupação e ira entre a população, que organizou um amplo protesto diante da corte judicial local.

Foi quando os comentários oficiais aumentaram ainda mais a polêmica.

“As que foram estupradas não eram dignas de elogio”, disse o imã de Khomeinishahr, Musa Salemi, em seu sermão. “Elas vieram para nossa cidade para festejar e provocaram os demais (os estupradores) ao beber vinho e dançar.”

O comandante da polícia local, Hossein Yardoosti, fez crítica semelhante.
“Acho que a culpa é das famílias das mulheres violentadas, porque, se elas tivessem (usando) roupas apropriadas e se a música que ouviam não estivesse tão alta, os estupradores não teriam imaginado que (a festa) era um encontro depravado”, ele teria dito à imprensa.

Há relatos de que o comandante estaria cogitando abrir um processo legal contra as vítimas dos estupros, por conta de seu “comportamento”.

A resposta das autoridades também foi polêmica no caso de estupro ocorrido dentro da universidade de Mashhad.

Estudantes citaram o fato de que o campus é altamente protegido e que o estupro dificilmente teria passado despercebido da polícia que patrulha o local.

Em uma vigília em apoio à vítima, os alunos acusaram a polícia de acobertar o agressor.

‘Consequências nefastas’Agora, grupos de defesa das mulheres estão chamando atenção para os episódios.

Em entrevista ao serviço persa da BBC, a ativista e advogada iraniana Shadi Sadr advertiu que os comentários das autoridades – que deram a entender que o estupro seria justificado pelo comportamento das vítimas – poderiam ter “consequências nefastas” para a sociedade.

Alguns comentaristas argumentam que a onda de crimes sexuais está relacionada à extraordinária tensão sexual latente entre a crescente população jovem do Irã, que passa a maior parte da sua vida separada por gêneros e com pouca interação social entre homens e mulheres.

A oposição cita outras causas possíveis: sugere que os supostos ataques sexuais perpetrados por forças de segurança iranianas durante a onda repressiva pós-eleitoral, em 2009, podem ter legitimado atos semelhantes em certos segmentos da população.

Em meio às discussões sobre o assunto, três homens foram enforcados – dois deles publicamente – no último dia 9, condenados por estupro, numa tentativa das autoridades de desestimular a prática de abusos.

Mas os principais suspeitos dos estupros cometidos em Khomeinishahr e Mashhad continuam à solta.


Uma funcionária de um CFC (Centro de Formação de Condutores) de São Bernardo do Campo impediu neste sábado (15) que a brasileira muçulmana Ahlan Saifi (foto) terminasse um prova teórica de renovação de carteira de motorista por ter se recusado a tirar o véu. Ahlan chamou a PMs, e o caso foi parar na polícia.

“Eles [funcionários] me falaram que nenhum aluno pode entrar de boné, de gorro, com alguma coisa que não tenha como identificar", disse.

Ela argumentou que não podia tirar o véu porque se trata de uma vestimenta religiosa, mas não conseguiu convencer a funcionária. A prova foi bloqueada via rede de computador pelo Detran.

O 1º DP (Distrito Policial) da cidade vai apurar o que aconteceu. Orivaldo Marchi, dono do CFC, disse que provavelmente houve um travamento no computador da Ahlan. Ele informou que ela poderá se submeter a um novo exame na segunda-feira.

Ahlan foi acompanhada à delegacia por Sheikh Hassan Hammdeh, representante da Sociedade Islâmica de São Paulo. Ele disse ter havido uma discriminação por motivo religioso, o que é crime no Brasil.

Em alguns países islâmicos, como o Irã, mulher é proibida de dirigir.

Não há um levantamento oficial sobre o número de muçulmanos no Brasil. De acordo com algumas estimativas, o número de brasileiros convertidos aumentou 25% nos últimos dez anos.
Fonte: Anjos e Guerreiros

Restrição a religiões cresce pelo mundo


142 dos 198 países pesquisados sofrem com ódio ou preconceito religioso

Quase um terço da população mundial vive em países onde está ficando mais difícil praticar religião livremente, afirmou nesta terça-feira um grupo privado de pesquisas dos Estados Unidos.

O Fórum sobre Religião e Vida Pública do Pew Research Center informou que restrições governamentais e hostilidade pública envolvendo religião aumentaram em alguns dos países mais populosos entre meados de 2006 e meados de 2009, a época em que a pesquisa foi feita.

"Durante o período de três anos coberto pelo estudo, a extensão dos abusos e violência relacionados à religião cresceu em maior número de lugares do que o daqueles em que decresceu", diz o relatório "Crescentes Restrições à Religião".

Nesses anos, somente cerca de 1 por cento da população mundial vivia em países onde houve maior tolerância religiosa, assinala o texto.

O estudo feito pelo Pew Center em 198 países constatou que aqueles considerados restritivos ou hostis no relatório anterior tiveram o quadro piorado enquanto o oposto foi verificado naqueles com mais tolerância religiosa.

Um aumento substancial da hostilidade pública em relação a grupos religiosos foi observado na China, Nigéria, Tailândia, Vietnã e Grã-Bretanha, enquanto as restrições governamentais cresceram significativamente no Egito e na França.

Justiça condena ex-delegado por insultos à mulçumana no Recreio



Rio - O Tribunal de Justiça (TJ-RJ) condenou nesta segunda-feira um ex-delegado a um ano e 11 meses de detenção por insultos direcionados a uma muçulmana. Raul Oliveira Dias Alves ofendeu e humilhou uma mulher vestida com uma burka dentro de uma padaria no Recreio, Zona Oeste. Ele usou uma toalha de mesa, colocando-a sobre a cabeça, para imitar a vestimenta Grasiela Panizzon.

O acusado fez uma série de comentários preconceituosos sobre religião e raça quando reparou que Grasiela vestia a indumentária tradicional das mulçumanas. Quando ela foi abordá-lo, ele começou a ofendê-la, dizendo em altos brados, que na religião islâmica seria comum pais se relacionarem sexualmente com suas filhas, que era um absurdo a forma como as islâmicas se vestiam, bem como, deveria ser investigado o motivo pelo qual pessoas daquela religião poderiam residir no Brasil.

Alves chegou a chamar a vítima de palhaça por estar vestida daquela forma. Ele disse, ainda, em tom de deboche, que ela deveria ser um braço do Iraque no país. Em sua defesa, o ex-delegado, que durante o episódio apresentava sinais de embriaguez, disse que tem certa aversão ao Irã e ao Iraque porque perdeu um parente que serviu pelos EUA na guerra do Golfo.

Na sentença, a magistrada disse que a vítima é brasileira e encontrava-se legalmente em seu país natal, com liberdade de expressão e religião, não podendo jamais ser submetida a qualquer tipo de constrangimento pelo fato de sua vestimenta revelar sua opção religiosa. Ela ressaltou, ainda, que o acusado tentou apresentar justificativas para a sua conduta que demonstram o seu desprezo e total ausência de respeito pela religião mulçumana.

A juíza substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direito, consistentes na prestação de serviços à comunidade, a uma entidade assistencial, hospitalar ou escolar, e limitação de fim de semana, conforme determinação do Juízo da Execução. Não cabe mais recurso à decisão.

Fonte: Anjos e Guerreiros


O Pew Center examinou leis ou outras políticas governamentais destinadas a banir determinadas crenças, limitar a prática, dar preferência a uma religião específica ou proibir conversões.

Para quantificar a hostilidade, o estudo analisou violência sectária, pressões sobre vestimentas religiosas e outros tipos de intimidação.

Os países mais restritivos ou hostis em relação a certas religiões incluem Índia, Paquistão, Indonésia, Egito, Irã, China, Mianmar, Rússia, Turquia, Vietnã, Nigéria e Bangladesh - embora na maioria dessas nações não tenham ocorrido alterações nos três anos.

Entre meados de 2008 e 2009, pessoas foram mortas, detidas, presas, torturadas, desalojadas de suas casas ou tiveram propriedade destruída por governos por motivos religiosos em 101 países. No período anterior eram 91 países, de acordo com o relatório.

Na época estudada, esse tipo de violência aumentou em mais nações do que declinou.

Ataques de multidões motivados por religião ocorreram em 52 países no ano do estudo encerrado em meados de 2009, enquanto no período prévio foram 38.

Ódio ou preconceito religioso resultaram em violência por parte de grupos de cidadãos em 142 países, quase três quartos dos 198 incluídos na pesquisa e número quase semelhante ao verificado até meados de 2008.

Cristãos e muçulmanos, os dois maiores grupos religiosos do mundo, sofreram perseguição na maioria dos países.

Fiéis de outras religiões também foram importunados. Os judeus, que perfazem menos de 1 por cento da população mundial, foram alvo de restrições ou hostilidade em 75 países. 
Fonte: Anjos e Guerreiros

CARTA DE UM FILHO A TODOS OS PAIS DO MUNDO


- Não me dês tudo o que te peço. Às vezes peço apenas para saber qual é o máximo que posso obter.
- Não me grites. Respeito-te menos quando fazes isso; e ensinas-me a gritar também. E eu não quero fazê-lo.
- Não me dês sempre ordens. Se em vez de dares ordens, às vezes me pedisses as coisas com um sorriso, eu faria tudo muito mais depressa e com gosto.
- Cumpre as promessas, boas ou más. Se me prometeres um prêmio, dá-o; mas faz o mesmo se for um castigo.
- Não me compares com ninguém, especialmente com o meu irmão ou com a minha irmã. Se me fizeres sentir melhor que os outros, alguém irá sofrer; e se me fizeres sentir pior que os outros, serei eu a sofrer.
- Não mudes tão freqüentemente de opinião acerca daquilo que devo fazer. Decide, e depois mantém essa decisão.
- Deixa-me desembaraçar sozinho. Se fizeres tudo por mim, eu nunca poderei aprender.
- Não digas mentiras à minha frente, nem me peças que as diga por ti, mesmo que seja para te livrar de algo. Fazes com que me sinta mal e perca a fé naquilo que me dizes.
- Quando eu fizer alguma coisa mal, não me exijas que te diga a razão por que o fiz. Às vezes nem eu mesmo sei.
- Não me digas para fazer uma coisa que tu não fazes. Eu aprenderei aquilo que tu fizeres, ainda que não me digas para fazer o mesmo; mas nunca farei o que tu me aconselhas e não fazes. - Quando te contar um problema meu, não me digas «não tenho tempo para tolices», ou «isso não tem importância». Tenta compreender-me e ajudar-me. Eu preciso ser compreendido e ajudado.
- Trata-me com a mesma amizade e a mesma cordialidade com que tratas teus amigos
Pelo fato de pertencermos à mesma família, não significa que não possamos ser amigos também.
- Quando estiveres errado em algo, admite-o e será melhor a opinião que eu terei de ti. Assim ensinar-me-ás a admitir os meus erros também.
Eu te amo muito, pai!

"É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais." 
Fontes: Anjos e Guerreiros

Indiciamento de menor que teria sido estuprada causa polêmica na África do Sul


A Justiça da África do Sul criou polêmica ao indiciar uma menor de idade que diz ter sido vítima de estupro.
A adolescente, de 15 anos, foi indiciada por manter relações abaixo da idade permitida, porque essa foi a maneira que as autoridades do país encontraram para indiciar também os supostos estupradores, que têm 14 e 16 anos.
Um grupo de direitos da infância qualificou a decisão de "terrível e perigosa" e afirmou que a medida não serve aos interesses da vítima.
O suposto estupro ocorreu no início deste mês, em uma escola no leste de Johanesburgo.
A violência foi perpetrada em frente a outros adolescentes, que filmaram o incidente com um telefone celular.
A adolescente teria sido drogada com bebida batizada antes de ser estuprada.
Entretanto, os promotores não conseguiram levantar evidências para indiciar os agressores.
Em vez disso, a promotoria resolveu indiciar os dois adolescentes e a vítima por descumprir a lei de crimes sexuais da África do Sul, que proíbe sexo consensual com menores de idade.
A decisão gerou críticas por parte de grupos de direitos da infância.
"Existem outras maneiras de tratar do assunto. Os promotores estão passando uma mensagem terrível e perigosa a outras sobreviventes de estupro", reagiu a organização Children’s Right Project, um grupo de aconselhamento legal da Universidade de Western Cape.
O porta-voz do grupo, Lorenzo Wakefield, disse à BBC que a medida é "causa de grande preocupação" e não atende aos interesses da vítima.
Já a porta-voz da organização Childline South África, Lunne Cawood, disse que a decisão é uma "brutalização" ainda maior da violência sofrida pela adolescente.
A África do Sul é um dos países com maior incidência de estupro. Segundo os grupos de direitos humanos, uma mulher é estuprada no país a cada 17 segundos.
Mais de 54 mil casos de estupro foram registrados em 2006.
Fonte: Anjos e Guerreiros

Vejamos agora como continua o trabalho escravo.

Fazendeiros acusados de trabalho escravo são do Sudeste, com boa formação e ligados a partidos políticos



Pesquisa da OIT

BRASÍLIA - A pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que pela primeira vez traçou o perfil das vítimas de trabalho escravo no Brasil, mostra quem são os fazendeiros acusados de explorar os trabalhadores nessas condições. Com base na Lista Suja do Ministério do Trabalho, entrevistas com 12 dos 66 contactados pelo organismo permitiram concluir que a maioria deles nasceu no Sudeste, mas mora nas regiões próximas às lavouras (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Eles têm curso superior e declararam como profissões pecuarista, agricultor, veterinário, comerciante, gerente, consultor e parlamentar. São filiados ao PMDB, PSDB e PR.

Por outro lado, revela a pesquisa, 85% dos trabalhadores libertados, além de baixíssima escolaridade (analfabetos e com menos de quatro anos de estudo), nunca fizeram um curso de qualificação. No entanto, 81,2% deles declararam que gostariam de fazer algum curso, principalmente os mais jovens: 95,2% dos que têm menos de 30 anos disseram ter preferência nas áreas de mecânica de automóveis, operação de máquinas, construção civil (pedreiro, encanador, pintor) e computação.

Os aliciadores (conhecidos como gatos) também têm baixa escolaridade, idade média de 45,8 anos, são na maior parte nordestinos e vivem nas regiões Norte e Centro-Oeste.

A pesquisa, chamada "Perfil dos principais atores envolvidos no trabalho escravo rural no Brasil", mostra ainda que Maranhão, Paraíba e Piauí são exportadores desse tipo de mão de obra. Segundo o levantamento, realizado a partir de depoimentos de 121 pessoas libertadas pela fiscalização do governo, entre 2006 e 2007, esses três estados foram as principais origens dos trabalhadores resgatados em Goiás (88%) e Pará (47%). No Mato Grosso e na Bahia, 95% deles eram procedentes da região.

Segundo a OIT, a agropecuária continua sendo o setor de maior concentração de trabalho escravo, sobretudo nas fazendas de cana-de-açúcar e produção de álcool, como é o caso do Pará; plantações de arroz (Mato Grosso); culturas de café, algodão e soja (Bahia); lavoura de tomate e cana (Tocantins e Maranhão).

O coordenador do projeto de combate ao trabalho escravo da OIT no Brasil, Luiz Antonio Machado, disse que a pesquisa mostrou que a dinâmica do trabalho escravo no país tem se mantido, tanto nos estados com maior ocorrência, quanto nas atividades econômicas. Ele destacou, porém, que o governo aumentou também a fiscalização nas regiões Sul e Sudeste.

O levantamento também mostrou que as desigualdades de renda e raça se reproduzem entre as vítimas do trabalho escravo: 81% são negros, oriundos das regiões Norte e Nordeste, com renda média de 1,3 salário mínimo. Do universo entrevistado, 18,3% são analfabetos e 45% têm menos de cinco anos de estudo, sendo considerados analfabetos funcionais.

Entre as recomendações para tornar as políticas de combate ao trabalho escravo mais efetivas, a OIT sugere programas de qualificação profissional e elevação da escolaridade dos trabalhadores nas áreas de maior concentração, associados ao benefício do Bolsa Família; criação de empregos nos municípios de origem e residência dos trabalhadores; e realização de programas de reforma agrária, com apoio à agricultura familiar.

Bolsa família não barra trabalho escravo
O estudo da OIT revela ainda que o benefício do Bolsa Família não tem sido suficiente evitar a ocorrência do problema. O levantamento, realizado a partir de depoimento de 121 pessoas, revela que em 67% das famílias de trabalhadores libertados, existem crianças e adolescentes, sendo que 28% delas são beneficiárias do programa.

O levantamento concluiu também que quase 60% dos trabalhadores resgatados são reincidentes e que a fiscalização do governo conseguiu libertar apenas 12,6% deles - o que revela a pouca efetividade das políticas de combate ao trabalho escravo no Brasil.

Segundo Luiz Antonio Machado, coordenador do projeto da OIT de combate ao trabalho escravo no país, o Bolsa Família ajuda a reduzir a vulnerabilidade dos trabalhadores porque melhora a alimentação das famílias, mas por si só, não evita que os chefes dessas famílias se submetam a condições degradantes de trabalho, com cerceamento de liberdade.

- O Bolsa Família é insuficiente para impedir que os trabalhadores sejam vítimas de trabalho escravo - disse Machado, defendendo que o governo desenvolva outros programas associados, como criar empregos nas localidades onde residem esses trabalhadores, ofertando cursos de qualificação.

Segundo Machado, o alto índice de recorrência se deve à falta de alternativas, sobrando nas áreas rurais apenas a "empreitada". Ele disse que além da equipe de fiscalização não conseguir cobrir todo o país, é preciso que haja maior conscientização. Na maioria das vezes, o trabalhador não denuncia. Em alguns casos, eles conseguem fugir ou, depois que a empreitada acaba, são liberados sem receber pelo serviço.

A pesquisa revelou também problemas no combate ao trabalho infantil: 92,6% dos entrevistados começaram a trabalhar antes dos 16 anos de idade, em média aos 11,4 anos. Os trabalhadores foram ouvidos entre outubro de 2006 e julho de 2007. Eles foram libertados de fazendas no Pará, Bahia, Mato Grosso e Goiás.

MPT prevê indenização a funcionários ilegais em fazenda de político no ES


22 trabalhadores foram flagrados em condições degradantes, em Brejetuba. Propriedade pertence ao grupo Itapemirim, do deputado federal Camilo Cola.

A fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) definiu, nesta sexta-feira (7), que os 22 trabalhadores que foram resgatados do complexo Agropecuário Pindobas, em Brejetuba, vão receber R$ 130 mil referentes a salários e direitos trabalhistas. A propriedade pertence ao grupo Itapemirim, do empresário e deputado federal Camilo Cola.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, a quantidade que cada um receberá vai variar de acordo com o tempo de trabalho, já que alguns funcionários atuavam há dois anos e outros há dois meses. O grupo foi resgatado na última quinta-feira (6), durante uma operação policial. Os trabalhadores viviam em um sobrado velho, em condições degradantes de trabalho. Um deles estava com pneumonia e não tinha acesso a cuidados médicos.

Os trabalhadores são do interior de Minas Gerais e devem voltar para casa na segunda-feira (10). Até lá, todos vão ficar hospedados em um hotel em Brejetuba.

Entenda o caso
Vinte e dois trabalhadores rurais empregados de uma empresa terceirizada do Complexo Agropecuário Pindobas, pertencente ao deputado federal Camilo Cola, foram encontradas em condições degradantes de trabalho em uma fazenda de Brejetuba, na região Serrana do estado, na manhã desta quinta-feira (6). A fiscalização foi deflagrada pelo Ministério do Trabalho do Espírito Santo, Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo e Polícia Federal,

Segundo o auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Rodrigo de Carvalho, os trabalhadores moravam em uma área alugada, vizinha à propriedade Pindobas. Para ele, a situação é corriqueira pelo país. "É muito comum fazendeiros alugarem um espaço próximo às grandes fazendas para colocar os trabalhadores lá, e tentar burlar a fiscalização", afirma. Nenhuma pessoa responsável pelo local foi encontrada na operação, e ninguém foi preso. O Ministério Público do Trabalho afirmou que vai investigar o caso e que os trabalhadores deverão ser retirados da fazenda.

O empresário foi procurado pelo G1, mas a assessoria do Grupo Itapemirim, pertencente ao deputado, informou que ele não falará à imprensa enquanto o caso não for devidamente apurado. Em nota, a empresa informou que o grupo de funcionários, supostamente submetidos a condições irregulares de trabalho, são contratados de uma empresa terceirizada. O Complexo Agropecuário Pindobas já determinou a imediata suspensão do contrato com a empresa e está apurando essas supostas condições irregulares.

Segundo o procurador do trabalho do Ministério Público do Trabalho Djailson Rocha, a situação é sub-humana."É inconcebível que no século XXI existam pessoas trabalhando nestas condições, que não são humanas", disse.

Trabalho
Segundo a fiscalização, o local em que os 22 trabalhadores foram encontrados é um espaço alugado ao lado da fazenda Pindobas 4, de produção madereira, de propriedade de Camilo Cola. De acordo com o relato dos funcionários, eles não possuem vínculo empregatício e chegam a ficar até 45 dias sem receber. Os trabalhadores vieram do município de Ipanema, em Minas Gerais, e chegaram a Brejetuba por um intermediário de mão-de-obra, conhecido no meio rural como "gato".

Na fazenda, os fiscais disseram que os trabalhadores que realizavam atividades braçais estavam sujeitos a falta de água potável, vivendo com esgoto a céu aberto, sem eletricidade, com pouco espaço para descanso, mofo e infiltração. Colchões, roupas, comidas e remédios ficam misturados no mesmo espaço.

Leia a nota na íntegra
Em relação à operação da Polícia Federal e Delegacia Regional do Trabalho, realizada hoje, o Complexo Agropecuário Pindobas esclarece que o grupo de funcionários, supostamente submetidos a condições irregulares de trabalho, são contratados da empresa Cute Empreiteira Ltda, pertencente a terceiros, formalmente constituída e especializada na sua área de serviços.


De todo modo, o Complexo Agropecuário Pindobas já determinou a imediata suspensão do contrato com a referida empresa e está apurando essas supostas condições irregulares.

Caso se confirmem essas irregularidades tal relação contratual será imediatamente rescindida, sem prejuízo de eventuais medidas judiciais que o Complexo Agropecuário Pindobas venha a adotar para resguardar sua imagem pública.

O Complexo Agropecuário Pindobas reafirma que cumpre integralmente todas as suas obrigações legais e que está ao dispor das autoridades para os esclarecimentos que forem necessários.

Boliviana é presa por manter pessoas em condição de escravidão


Vítima afirma que trabalhava 18 horas e comia restos de comida em SP.
Polícia procura irmão da dona de oficina.


Uma boliviana foi presa em flagrante na quarta-feira (23) por manter funcionários em condições precárias de trabalho no Bom Retiro, na região central de São Paulo. A oficina de costura funcionava no andar de baixo de uma casa, a poucos metros de uma delegacia.
A polícia chegou até a residência depois de receber denúncia de uma boliviana. Ela contou que trabalhava 18 horas por dia sem ganhar nada e tinha que se alimentar com restos de comida.
Outros três compatriotas da vítima que estavam na mesma situação não quiseram depor contra a dona da oficina. Ela, que também é boliviana, foi presa em flagrante e indiciada por manter os funcionários em condições de trabalho escravo.
A polícia está agora atrás do irmão da dona da oficina. Ele estaria na Bolívia atrás de mais mão de obra para trabalhar na capital paulista.
Fonte; Anjos e Guerreiros

Cinco motivos para sentir vergonha


Há um novo nome na lista dos fugitivos mais procurados do Estado de São Paulo: o pedreiro Ananias dos Santos, de 27 anos, principal suspeito de um dos crimes mais tenebrosos de que o país ouviu falar. As vítimas são as irmãs Josely e Juliana, de 16 e 15 anos. No caminho entre o ônibus escolar e a casa, encontraram um monstro.
Se tiver sido mesmo Ananias, era um monstro conhecido delas e da polícia. Tinha saído da prisão numa folga de Páscoa, em 2009, e não voltara. Todos sabiam onde morava. Já era foragido antes. Mas ainda não tinha ficado famoso.
A delegada Sandra Vergal diz com simplicidade que, “pelos antecedentes dele, Ananias não podia ser contrariado em nada”.
Por que nenhuma autoridade policial até agora fez um mea culpa? O preso sai pela porta da frente, não volta para a cela e, por suposta rejeição de uma das meninas, persegue e mata as irmãs a tiros?
Dói demais ver as fotos das adolescentes. Além de muito bonitas, eram conhecidas como educadas, estudiosas e apegadas à família.
Ananias era fugitivo com endereço certo. Quem afinal matou as meninas da aprazível Cunha, uma localidade pacata e verde, que fez passeata de 3 mil por justiça? Somos ou não também culpados pela negligência de nosso sistema penitenciário?
A semana passada foi pródiga em constrangimentos.
Em dezembro, listei nesta coluna dez razões para se indignar. Nos últimos dias, além do crime bárbaro de Cunha, deparei com mais quatro razões para me decepcionar com o ser humano público e privado.
■O vice-presidente José Alencar, herói no combate ao câncer, afetuoso no trato com as pessoas, dizia “não temer a morte, mas a desonra”. E, mesmo assim, foi incapaz de sequer conhecer sua suposta filha com uma enfermeira.
Recusou-se a fazer exame de paternidade e chamou publicamente a mãe de Rosemary de Morais de prostituta:
“Todo mundo que foi à zona um dia pode ser pai. São milhões de casos”. No caso de Alencar, a atitude não combina com a biografia. Onde estava sua coragem? Encarou o câncer e 17 cirurgias, mas Rosemary não. Ela ganhou na Justiça o sobrenome Alencar
Além do crime bárbaro de Cunha, a semana ofereceu quatro outros motivos para nosso constrangimento
■A atriz Cibele Dorsa usou sua depressão e seu suicídio para protagonizar um circo deprimente. O Twitter, a carta para a revista Caras, o vídeo montado para homenagear o noivo que também se matara dois meses antes.
Nesse inacreditável mundo novo, a regra é se expor e ser seguido por milhares, mesmo no Além. Uma moça bonita, mãe de um casal de filhos, desperdiça a vida e dirige um roteiro multimídia para conseguir finalmente a fama após a morte. O suicídio perde o que lhe restava de privacidade, discrição, gravidade e pudor.
■O deputado Jair Bolsonaro também aproveitou a mídia para ser mais Bolsonaro do que nunca. Ofendeu negros quando só queria, segundo ele, ofender gays. Já falou barbaridades piores.
Desta vez, conseguiu a repercussão desejada porque difamou pela televisão uma celebridade, Preta Gil. Reafirmou a uma rádio que Preta “é promíscua” e que o pai da cantora, Gilberto Gil, “é outro que vive dando bitoquinha em homens”.
Como Bolsonaro defende sua liberdade de expressão, eu também poderia escrever que ele não passa de um ignorante. Mas, como isso não é novidade, só pergunto como o deputado foi parar na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
■O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em visita a Buenos Aires, foi condecorado pela Faculdade de Jornalismo de La Plata por sua “defesa da comunicação popular”.
Chávez tirou do ar uma TV e várias emissoras de rádio. Aprovou leis que tornaram crime as críticas pesadas ao governo. Perseguiu oposicionistas. E ganhou um prêmio que é homenagem a um jornalista importante da Argentina, assassinado pelos militares, Rodolfo Walsh.
O vexame internacional foi ainda maior pela coincidência: a anfitriã, a presidente Cristina Kirchner, é acusada de estar por trás dos sindicalistas que proibiram a circulação do jornal Clarín. Como jornalista e ser humano, senti vergonha e impotência diante desses episódios e seus personagens. Nessas horas, a palavra não é suficiente.
Fonte: Anjos e Guerreiros

Eu nunca tive um amigo negro


Nunca se discutiu tanto a questão racial no Brasil como na época da aprovação da lei das cotas para negros em nossas universidades públicas. Também foi esclarecedora a percepção de nossas limitações nesse assunto. Subitamente, fomos brindados com as mais sofisticadas teorias sobre a inexistência do conceito de "raça", que seriam muito bem vindas caso não estivesse totalmente deturpadas pelo nosso "racismo cordial".
Ao pensar em um suposto "conflito racial", algumas pessoas foram a público denunciar a inconstitucionalidade, a aberração e a inutilidade de uma política de cotas para negros, visto que não existe racismo no Brasil. Daiane dos Santos, Neguinho da Beija-Flor e tantos outros foram "branqueados" e alçados a sua genética condição europeia que lhes excluiria de uma vaga especial pelo sistema de cotas. Ao lermos o livro de ficção científica de Monteiro Lobato, "O presidente negro", somos capazes de entender o que pode significar tais asserções e os aspectos políticos nelas envolvidos. Branqueamos os nossos negros, paradoxalmente, para mantê-los afastados de nós e de qualquer compensação reparatória, mesmo que mínima.
O fato é que somos racistas até a medula nesse país. Isso não significa que, em nossa história, queimamos negros vivos como muitas vezes aconteceu nos Estados Unidos na época da Klu-Klux-Klan ou que nossos negros fossem impedidos de sentar ao lado de brancos nos ônibus. Isso é tecnicamente incompatível com o nosso caráter cordial-lusitano, até mesmo porque é desnecessário quando os negros "sabem o seu lugar". E onde é esse lugar a qual designamos historicamente os nossos negros?
Basta pensar em qualquer garoto (a) de classe média branco (a) no Brasil em relação ao seu círculo próximo de amigos para se ter uma resposta muito rápida e precisa. Quase ninguém tem ou teve qualquer amigo negro. Quando falo em amigo não estou me referindo a conhecidos, mas sim, aqueles a quem dividimos nossos sucessos, alegrias, fracassos ou angústias. Aqueles que são convidados para dormir ou almoçar em nossas casas, bem como aqueles que podem se tornar objeto de nosso interesse amoroso. Eu jamais tive um amigo negro e tampouco alguma negra pela qual pudesse me apaixonar, pelo simples motivo que não convivi com eles na minha infância e adolescência como estudante em uma escola privada de Porto Alegre. Eles simplesmente não existiam.
Quando veio ao Brasil em agosto de 1960, o filósofo Jean Paul Sartre percebeu com perplexidade a ausência de negros em suas concorridas palestras. "Onde estão os negros?", perguntou ele a certa altura para o constrangimento dos universitários ali presentes. Alguém responderia a Sartre que não havia negros no recinto tão somente por causa da falta de mérito dos mesmos em conquistar um lugar no espaço universitário? Nesse período, o dramaturgo Nelson Rodrigues também se perguntava: "Onde estão os negros do Itamaraty? Procurei em vão um negro de casaca ou uma negra de vestido de baile. O Itamaraty é uma paisagem sem negros."
Nelson publicou em uma de suas "confissões" no jornal Última Hora em 26 de agosto de 1957 a seguinte observação acerca do teatrólogo e futuro senador da República Abdias do Nascimento: "O que eu admiro em Abdias do Nascimento é a sua irredutível consciência racial. Por outras palavras: trata-se um negro que se apresenta como tal, que não se envergonha de sê-lo e que esfrega a cor na cara de todo o mundo. (...) Eu já imagino o que vão dizer três ou quatro críticos da nova geração: que o problema não existe no Brasil. Mas existe. E só a obtusidade pétrea ou a má fé cínica poderão negá-lo. Não caçamos pretos, no meio da rua, a pauladas, como nos Estados Unidos. Mas fazemos o que talvez seja pior. A vida do preto brasileiro é toda tecida de humilhações. Nós o tratamos com uma cordialidade que é o disfarce pusilânime de um desprezo que fermenta em nós, dia e noite. Acho o branco brasileiro um dos mais racistas do mundo".
A exata localização de nossos negros me intriga. Essa inquietação já me levou a dirigir o meu olhar na esperança de encontrá-los, por exemplo, nas universidades em Porto Alegre. Munido desse olhar específico, passei dias no campus do Valle da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em busca de negros nas áreas comuns do campus e não os encontrei, salvo como funcionários da cantina. Em entidades particulares a experiência se repetiu exatamente da mesma forma. Tudo era uma branca e vasta paisagem, com poucas gradações de cor.
Intrigado com tudo isso, estendi a minha observação aos lugares na noite a quais frequento bares, restaurantes, cinemas e casas noturnas em geral. Eles não estavam lá. Não existem negros ou grupos de negros se divertindo junto com brancos ou estudando junto com brancos, salvo raras e honrosas exceções. Essa situação se repete nas principais cidades do Brasil, não sendo apenas um fenômeno típico de Porto Alegre.
Os negros estão nas periferias, nas favelas, nas escolas públicas mais suburbanas, nos presídios e em subempregos pelo país afora. É hipocrisia nossa imaginarmo-nos, por um instante que for, que vivemos em uma sociedade multicultural, inter-racial, ou qualquer coisa desse tipo. É urgente que nossos negros comecem a desenvolver certa consciência racial e a problematizar o lugar que ocupam dentro de uma sociedade racista como a nossa. Que exijam serem reconhecidos para além dos estereótipos e que ocupem os lugares reservados à elite branca. Que exijam a compensação por séculos de escravidão e exclusão a que foram obrigados pelo escravocrata branco. Se bem que, se a reação causada por um reles ensaio de ação afirmativa se deu em um nível histriônico, poderíamos esperar coisas piores de nossos alvos cidadãos em face de ações mais contundentes.
Artigo do leitor Cláudio César Dutra de Souza
Fonte: Anjos e Guerreiros 

Como será que vivem os ciganos atualmente no Mundo?

Desalojamento de ciganos irlandeses termina em confronto na Inglaterra

Moradores enfrentaram policiais na Dale Farm, a 40 km de Londres.
Eles dizem que são donos do terreno, mas autoridades contestam.

Policiais e moradores do maior acampamento "ilegal" de ciganos da Grã-Bretanha, a Dale Farm, a 40 km de Londres, se enfrentaram nesta quarta-feira (19) após as forças de segurança entrarem no local para desalojar os moradores.
Policiais, oficiais de justiça e escavadeiras cercaram o acampamento, onde vivem 200 ciganos, e entraram no local, seguidos por muitos jornalistas.
Muitos militantes, vários deles com os rostos cobertos, criaram barricadas para tentar conter o avanço dos policiais.
Trailer queimado durante o confronto desta quarta-feira (19) no acampamento cigano (Foto: AP)Trailer queimado durante o confronto desta quarta-feira (19) no acampamento cigano (Foto: AP)
A polícia informou que tentou negociar com os manifestantes para obter o desalojamento pacífico, mas que ante a violência prendeu uma pessoa e utilizou uma pistola elétrica Taser contra dois ativistas.
A energia elétrica do acampamento foi cortada, o que interrompeu o funcionamento de aparelhos médicos de vários idosos, segundo os ciganos.
"A memória de Dale Farm pesará durante gerações no país. Nos tiram as únicas casas que temos", disse Kathleen McCarthy, uma residente.
Quase 200 pessoas, pertencentes a uma das comunidades ciganas da Irlanda, vivem neste terreno de 2,4 hectares perto de Basildon, uma cidade moderna ao leste de Londres.
Os moradores alegam que são proprietários do terreno, mas o município alega que os trailers foram instalados em uma zona verde e que não pode receber construções.
A prefeitura ofereceu aos moradores residências sociais, mas a maioria rejeitou. Os residentes afirmam que desejam viver de acordo com seu tradicional modo de vida comunitário em caravanas.
Os residentes de Dale Farm travam uma longa batalha para evitar a expulsão e já receberam apoio de várias personalidades, incluindo a atriz Vanessa Redgrave.
Fonte: G1 Mundo 

O Povo Cigano


Gypsies, gitanos, zíngaros, ciganas pessoas Rom, juntamente com os Sintos e os Calon ou Calé são designados vulgarmente por "Ciganos". São pessoas tradicionalmente nómadas, originárias do norte da Índia e que hoje vivem espalhadas pelo mundo, especialmente na Europa, sendo sempre uma minoria étnica nos países onde vivem.A maioria dos Roms fala alguma forma do idioma romanês, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão. A moderna antropologia relacionou a língua romani com as línguas punjabi e potohari, faladas no norte do Paquistão.Os Rom são muitas vezes tidos como possuidores de poderes psíquicos (há mesmo o estereótipo do "cigano que prevê o futuro"), e a invenção do tarô é-lhes por vezes creditada.Maiores concentrações de ciganos no Mundo:

Alemanha : 100.000
Albânia: 70.000
Argentina: 317.000
Bósnia 17.000
Brasil: 678.000
Bulgária: 700.000 - 800.000
Croácia: 9.463
Espanha : 600.000–800.000
Finlândia: 10.000
Grécia: 300.000-350.000
Hungria: 190.046 (2001 censos)
Irão: 110.000
Macedônia: 53.879
Montenegro: 2.601
Polónia: 15.000–50.000
Portugal: 40.000
Reino Unido: 40.000
República Checa: 120,000 - 220,000
Roménia: 535.140 (2002 censos), outros censos calculam entre 1.500.000 - 2.000.000
Rússia: 183.000
Sérvia: 108.193
Eslováquia: 92.500
Turquia : não oficial 500.000 - 2 milhões de pessoas.
Ucrânia: 48.000

Segundo Carlos Fontes, são originários da Intuía, os primeiros ciganos terão começado a entrar na Europa por volta do século XII. As primeiras notícias da sua presença em Portugal datam da segunda metade do século XV.  Algumas dezenas de anos depois de se instalarem em Portugal, já os ciganos estavam identificados com a imagem negativa que irá perdurar até aos nossos dias e que continuamente será evocada para os reprimir ou expulsar. A comunidade cigana resistiu a tudo e aqui permaneceu.
Hoje enfrenta um novo e decisivo desafio: a integração imposta em nome do progresso e dos direitos humanos.Gil Vicente, dedicou-lhes uma peça de teatro - Farsa de Ciganos - representada em Évora, em 1521 ou 1525. Nesta altura, os ciganos são já identificados como comunidade de gente nómada que se dedica a roubar num sítio aquilo que vão vender no outro. Dominam o comércio das cavalgaduras, em especial aquelas que se encontram doentes fazendo-as passar por animais de boa saúde. Celebrizaram-se também por se dedicaram às práticas de feitiçaria, quiromancia e cartomancia.Percorrem o país em bandos (quadrilhas) a que se juntam não raro, outros foragidos às malhas da Lei.Evocando tudo isto, D. João III, pelo Alvará de 13 de Março de 1526, proibiu-os de entraram em Portugal, ordenando a expulsão de todos os que aqui viviam. Ao longo dos séculos são inúmeras as leis promulgadas com idêntica finalidade. Sempre mais severas, mas sempre inúteis. Uma das últimas, foi a de D. João V, em 10 de Dezembro de 1718.
A partir do século XIX, o Estado deixou de colocar a questão da expulsão dos ciganos, passando a considerá-los cidadãos portugueses, embora soubesse que estes se auto-excluem de prestar qualquer serviço à comunidade, nem se manifestam dispostos a aceitarem as suas leis.Nas últimas décadas, o modo de vida dos ciganos pouco se alterou, enquanto Portugal permaneceu um país essencialmente rural. Os ciganos continuaram a ser nómadas, dedicando-se ao comércio ambulante.O abandono dos campos e a concentração da população portuguesa nas cidades, acabou por forçar os ciganos a sedentarizarem-se, tendo a maioria deles fixando-se nas períferias das cidades, onde continuaram a dedicaram-se à venda ambulante, nomeadamente de produtos contrafeitos.As tradicionais tendas foram substituídas por bairros de barracas. As carroças puxadas mulas foram substituídas por carrinhas.Apesar de tudo, os ciganos continuaram a resistir a todo e qualquer processo de integração. As crianças, sobretudo as raparigas, continuaram a não frequentar as escolas. A escola continua a ser vista como uma ameaça à própria sobrevivência das tradições e unidade da comunidade cigana.


USOS, COSTUMES, CRENÇAS E RITUAIS

A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida uma certa idade, são frequentemente iniciados em outras actividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem frequentes contratos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.Os ciganos não representam um povo compacto e homogéneo. Mesmo  pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fraccionada no tempo, e que desde a origem fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialectos diferentes.As diferenças no tipo de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros gera uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente.Em linhas gerais, os Sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura dos pais. Talvez este facto não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram. Quanto aos Rom de imigração mais recente, se nota ao invés uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. A sua origem desde países essencialmente agrícolas e ainda industrialmente atrasados (leste europeu) favoreceu certamente a conservação de modos de vida mais consoantes à sua origem.
Não é possível, também em razão da variedade constituída pela presença conjunta de vários grupos, fornecer uma explicação detalhada das diversas tradições. Alguns aspectos principais, ligados aos momentos mais importantes da existência, merecem ser descritos, ao menos em linhas gerais.
Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos.
No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens económicas. Um cigano pode casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas. A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e consequente regularização. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores.No que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Junto aos Sintos parece prevalecer o costume de queimar-se a kampína (o trailer) e os objectos pertencentes ao defunto.Entre os ritos fúnebres praticados pelos Rom está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância do alimento e das bebidas exprimem o desejo de paz e felicidade para o defuntoUma criança sempre é bem vinda entre os ciganos. É claro que sua preferência é para os filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. A mulher cigana é considerada impura durante os quarenta dias de resguardo após o parto. Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho serão repartidos no dia seguinte com todas as pessoas presentes, principalmente com as crianças. Da mesma forma e com a finalidade de espantar os maus espíritos, a criança recebe um patuá assinalado com uma cruz bordada ou desenhada contendo incenso. O baptismo pode ser feito por qualquer pessoa do grupo e consiste em dar o nome e benzer a criança com água, sal e um galho verde. O baptismo na igreja não é obrigatório, embora a maioria opte pelo baptismo católicoDesde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo.É pelo casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos. Os noivos não podem ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento. Quando o casamento acontece, durante três dias e três noites, os noivos ficam separados dando atenção aos convidados, somente na terceira noite é que podem ficar pela primeira vez a sós. Mesmo assim, a grande maioria dos ciganos, ainda exige a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indemnização para os pais do noivo.No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada.


 Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma mesa no chão e com um pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro.
Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados. Em troca recebem lenços e flores artificiais para as mulheres. Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva.Quando os ciganos deixaram o Egipto e a Índia, eles passaram pela Pérsia, Turquia, Arménia, chegando até a Grécia, onde permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo resto da Europa.A influência trazida do oriente é muito forte na música e na dança cigana. A música e a dança cigana possuem influência hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Mas a maior influência na música e na dança cigana dos últimos séculos é sem dúvida espanhola, reflectida no ritmo dos ciganos espanhóis que criaram um novo estilo baseado no flamenco.Alguns grupos de ciganos no Brasil conservam a tradicional música e dança cigana húngara, um reflexo da música do leste europeu com toda influência do violino, que é o mais tradicional símbolo da música cigana. Liszt e Beethoven buscaram na música cigana inspiração para muitas de suas obras. Tanto a música como a dança cigana sempre exerceram fascínio sobre grandes compositores, pintores e cineastas. Há exemplos na literatura, na poesia e na música de Bizet, Manuel de Falla e Carlos Saura que mostram nas suas obras muito do mistério que envolve a arte, a cultura e a trajectória desse povo. Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte. Antigamente costumava-se enterrar as pessoas com bens de maior valor, mas devido ao grande número de violação de túmulos este costume teve que ser mudado. Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimónia com água, flores, frutas e suas comidas predilectas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimónia e se liberte gradativamente das coisas da Terra. As cerimónias fúnebres são chamadas "Pomana" e são feitas periodicamente até completar um ano de morte. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos.




LITERATURA

Existem alguns livros sobre o povo cigano, sendo o mais completo e interessante o livro «O Povo Cigano», de Olímpio Nunes, que aborda a história do povo cigano, a cultura cigana e o povo cigano no século XX.A obra «Etnografia Portuguesa», de António Augusto da Rocha Peixoto (1866-1909) contém um artigo sobre os ciganos em Portugal (págs. 44 a 50), assim como o volume IV da «Etnografia Portuguesa», de Dr. José Leite de Vasconcelos, editada pela Imprensa Nacional- Casa da Moeda, em 1980. Os artigos são a origem e presença em Portugal, a vida material e as práticas, a organização política e social e a vida psíquica.
Fonte:cm-mirandela.pt

Para finalizar essa matéria, deixo aqui uma linda Oração de Santa Sara.

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 Orações à Santa Sara Kali

   Em Romanês:

   Manglimos Katar e Santa Sara Kali Tu Ke San Pervo Icana Romli Anelumia Tu Ke Biladiato Le Gajie Anassogodi Guindiças Tu Ke daradiato Le Gajie, Tai Chudiato Anemaria Thie Meres Bi Paiesco Tai Bocotar Janes So Si e Dar, E Bock, Thai O Duck Ano Ilô Thiena Mekes Murre Dusmaia Thie Açal Mandar Thai Thie Bilavelma Thie Aves Murri Dukata Angral O Dhiel Thie Dhiesma Bar, Sastimôs Thai Thie Blagois Murrô Traio Thie Diel O Dhiel.

   Tradução:

   Tu que és a única Santa Cigana do Mundo. Tu que sofrestes todas as formas de humilhação e preconceitos. Tu que fostes amedrontada e jogada ao mar. Para que morresses de sede e de fome. Tu sabes o que é o medo, a fome, a mágoa e a dor no coração. Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem. Que Tu sejas minha advogada perante à Deus. Que Tu me concedas sorte, saúde e que abençoe a minha vida. AMÉM.

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Milagroso Canto à Santa Sara

   Farol do meu caminho!
   Facho de Luz!
   Paz!
   Manto Protetor! Suave conforto.
   Amor!
   Hino de Alegria! Abertura dos meus caminhos!
   Harmonia!
   Livra-me dos cortes. Afasta-me das perdas.
   Dai-me a sorte!
   Faz da minha vida um hino de alegria,
   e aos seus pés me coloco,
   minha Sara, minha Virgem Cigana.
   Toma-me como oferenda
   e me faz de flor profana
   o mais puro lírio que orna e traz
   bons presságios à Tenda.
   Salve! Salve! Salve!

   (Cigana Mirian Stanescom)

Oração à Mamiori
(cigana da intuição)
Senhora da intuição! Abra a minha mente e os meus olhos interiores. Dá-me a visão necessária para este jogo. Peço aos ciganos da estrada que me ajude e me traga tudo que é necessário saber, para eu poder ajudar a quem vir me procurar!
 Oração à Santa Sara

"Santa Sara, pelas forças das águas

Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado,

pela força da natureza.

Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia,

pedimos à Senhora que esteja sempre ao nosso lado;

pela figa, pela estrela de cinco pontas;

pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas.

E que os inimigos nunca nos enxerguem,

como a noite escura, sem estrelas e sem luar.

A Tsara é o descanso do dia a dia,

A Tsara é a nossa tenda.

Santa Sara, me abençoe;

Santa Sara, me acompanhe.

Santa Sara, ilumine minha Tsara,

para que todos que batam à minha porta

eu tenha sempre uma palavra de amor e de caminho.

Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa,

que eu seja sempre o(a) mesmo(a)...

PESSOA HUMILDE!"


 
(Fonte: Oração de autoria de: Ana da Cigana Natasha & Edileuza da Cigana Nazira. Publicada na pág. VII do Livro: "Mistérios do Povo Cigano" - Editora Pallas. 3ª Edição/1998 - Rio de Janeiro/RJ )
 
Oração a Sta. Sara

(em louvor a todos os ciganos)

Opacha, Opcha,minha Sta.Sara Kali,
mãe de todas as tribos ciganas dessa Terra ou do além túmulo.
Mãe de todos os ciganos e protetora das carruagens ciganas.

Rezo invocando teu poder, minha poderosa Sta. Sara Kali,
para que abrande meu coração e tire as angústias que depositaram aos meus pés.
Santa Sara me ajude.
Abra meus caminhos para a fé no teu poder milagrosos.
Venceste o mal, todas as tempestades e caminhou nas estradas que Jesus Cristo andou.
Mãe dos mistérios ciganos que dá força a todos os ciganos no dom da magia,
me fortaleça agora, sendo eu cigano ou não cigano, bondosa.

Santa Sara,abrande os leões que rugem para me devorar.
Santa Sara, afungente as almas perversas para que não possam me enchergar.
Ilumine minha tristeza para a felicidade chegar, Rainha.
Atravesaste as águas dos rios e do mar por cima delas e não afundaste,
eu invoco teu poder para eu não afundar no oceano da vida.
Santa Sara, sou pecador, triste,sofrido e amargurado.
Me traga força e coragem, como dás ao Povo Cigano teus protegidos,
Mãe, Senhora e Rainha da Festas Ciganas .
Nada se pode fazer numa Tenda Cigana sem primeiro invocar teu nome,
e eu invoco pelo meu pedido Santa Sara Kali.
Tocam os violinos,caem as moedas,
dançam as ciganas de pés descalços em volta da fogueira ,
vem o cheiro forte dos perfumes ciganos, as palmas batendo,
louvando o Povo de Santa Sara Kali.

Que o Povo Cigano me traga riquezas, paz, amor e vitórias.
Agora e sempre louvarei teu nome Santa Sara Kali e
todo Povo Cigano.
Opcha , opcha Santa Sara Kali.

Oração à Santa Sara Kali
Rainha Cigana! Salve sua beleza e formosura! Salve todos os guias Ciganos de Luz! Salve o povo do Oriente! Salve a minha cigana (dizer o nome)!
Ofereço a chama desta vela para que possa crescer a minha força espiritual mais e mais no mundo! Que minha intuição seja despertada e que possa ajudar a todos que vierem me procurar.
Ofereço este vinho ao meu povo Cigano e peço permissão para usar suas cartas.
Oração ao cigano Wladmir Kether


Ó glorioso e poderoso cigano Wladimir, neste instante, é com o meu coração cheio da mais profunda fé, que me dirijo ao teu luminoso espírito, que tem poder e forças entre todas as entidades ciganas que hoje, como estrelas brilhando no infinito, são entidades que por misericórdia nos assistem em nossas aflições. Em particular a ti, peço, querido cigano Wladimir, que me ampares, com teu coração bondoso, jamais deixando que eu venha a cair sob o impulso das provas desta vida; protege meu corpo, livrando-o das doenças; protege o meu coração, não deixando nunca que nele se abrigue o ódio; protege minha mente, para que ela seja sempre abrigo de pensamentos positivos e de força; protege a minha família, protege o meu caminho, livrando-me dos inimigos, da terra e do espaço. Por todo o bem que sei que fazes sempre, por todos aqueles que depositam fé incondicional em ti, é que peço à Santa Sara, a Padroeira Universal dos Ciganos, que encha teu espírito de Força, Luz e Poder, para que estejas sempre pronto a atender aos teus filhos, aos teus seguidores... e a Deus, nosso Pai maior, peço que tome nos braços este filho tão querido que és e, ao lado dele, jamais esqueças de nós,
Ó glorioso e bondoso cigano Wladimir.

Oração aos 7 Ciganos


Sete Ciganos! Que eu possa olhar a estrada de terra batida, as pedras do caminho e sentir vossas presenças. Quando me sentir só que eu possa olhar para as árvores da estrada e sentir através de leve aragem as vossas forças.
Que na minha tristeza eu escute o som do violino cigano, através do canto dos pássaros que se torne impossível eu ficar impassível porque é a vossa música dizendo que estais junto de mim.
Que eu possa ir as montanhas e campos e descubra a beleza da natureza e sinta o maravilhoso poder de Deus se fazendo presente.
Que eu possa deixar o orgulho, a tristeza, as decepções e obstáculos na terra, pois nada mais existe perante toda essa festa de cores, toda essa luminosidade que vem do arco-íris e representa as irradiações dos sete ciganos.
Que eu me sinta purificado neste ritual de cores e beleza. Feliz e vitorioso com a presença dos 7 ciganos na minha estrada.
Que assim seja!

Oração aos Ciganos
Ó Senhor meu Deus! Que estais no céu! Que por vosso amor e bondade deixou vir à terra este mentor espiritual que é Cigano, que nos jardins das rosas foi coroado e vive junto de nós e Santa Sara, humildemente peço permissão neste momento para recorrer ao povo cigano. Ó cigano, vós que sois amor, bondade, dedicação e amparo a todos que recorrem a ti, nos ensina a perdoar aqueles que nos ofendem e amar sempre nosso semelhante.
Dai-nos o merecimento de vossa irradiação junto a nós.
Que assim seja!
Oração Cigana

Deus está em toda parte ao mesmo tempo.
Ao seu redor e dentro de você.
Você jamais estará desamparado e nunca esta só.
Não permita que a mágoa o perturbe.
Procure manter-se calmo, para ouvir a voz silenciosa de
Deus que esta em você e assim poderá superar todas
as dificuldades que aparecerem em seu caminho e,
há de descobrir a verdade que existe em todas as coisas e pessoas

Oração para consultar oráculos
(cartas, moedas etc.)
Salve Sara Kali! Rainha Cigana! Salve Wladimir! Salve o povo do Oriente! Eu saúdo os Elementais e toda a natureza! Salve a minha Cigana Protetora (dizer o nome)! Ofereço este incenso para que purifiques o meu altar, esta vela para que evoluas mais no mundo espiritual, este vinho é o pacto que firmo com o povo cigano. Peço a Mamiori, Cigana da Intuição que esteja sempre comigo.
Que assim seja!
Oração cigana
Para encontrar um grande amor:


"Minha estrela reluzente, aquela que mais brilha no céu.
Vai até o coração de alguém que ainda acredita no amor.
Com as fitas coloridas do povo cigano, amarre e traga essa pessoa para mim.
Com mel e o vinho cigano, eu chego pelo tempo até você, que precisa do meu amor.
Alguém que venha me amar, com intensidade, mas sabendo ser doce e meigo comigo.
Que a força da energia Cigana o traga para mim.
Que a força do amor que eu tenho seja capaz de envolvê-lo.
Ofereço as Ciganas Encantadas essa oferenda, como alguém que oferece uma taça de amor.
Alguém que esteja sedento, chegará com a força de um leão feroz, mas será manso como um carneiro.
Chegará e me envolverá com a força do amor caliente.
Chegará para libertar a alma cigana que existe em mim, e, assim, podermos chegar à estrada do amor.
Ciganas Encantadas, que suas forças se façam presente, abrindo os meus caminhos para que eu possa viver um amor cigano.
Assim seja para o bem de todos".

Ofereça às Ciganas Encantadas: mel e vinho, sob uma linda roseira vermelha.

Faça com fé e na Lua Crescente.

Oração de um cigano

Oh! Poderoso Grande Rei Cigano.
Que nessa hora venho saudar.
Saúdo as forças das estrelas. Saúdo as ondas
do mar. Saúdo todas tribos ciganas
que nessa hora estou à invocar.

Pedindo licença ao teu povo para trabalhar.
Saúdo as montanhas, os vales, as gotas de orvalho,as areias.
Teu povo dança feliz invocando a vida e a beleza.
Em suas músicas há a graça do bailar livre em liberdade a sonhar.
Teus tesouros são infinitos por que nem um preço
pode pagar o valor da liberdade dos pés descalços a caminhar.
 Tuas jóias tem o brilho mais caro.
Teus homens ciganos põem a mão ao peito para seu talismã esquentar.
Tuas mulheres abanam seus leques para os maus espíritos afugentar.
Tuas fogueiras possuem as salamandras mais altas
que nos olhos de teu povo sabe brilhar.
Aquece-nos agora oh! Grande Rei
para que essa oração não possa acabar.
Enquanto um cigano olhando ao céu orar.

Amém.

Oração para realizar seus objetivos


Salve a natureza!
Salve o círculo mágico azul que me envolve!
Eu sou feliz e rico, eu tenho o hoje e o amanhã!
Tenho o meu futuro pela frente!
A saúde tomou conta de meu corpo!
Obrigado, por tudo de bom que vós me destes e continuarás dando!
Porque eu posso, eu quero, eu mereço eu vou conseguir através da Lua Cigana, e dos Mentores Ciganos, eu realizarei todos os meus sonhos, porque querer é poder, e eu posso!
Salve Santa Sara Kali!
Que sempre ilumine o meu caminho, afastando os inimigos da minha estrada, que os olhos deles não cheguem até os meus e que seus passos não cruzem o meu caminho.
Que assim seja e assim se faça!

Oração do Amanhecer

Salve o Sol, a Natureza, o Orvalho da Manhã!
Salve Deus todo Poderoso,
que me dá a felicidade de tomar a bênção a toda Natureza.
Salve o Vento, o Sol, a Chuva, as Nuvens, as Estrelas e a Lua!
Salve as forças das Águas, a Terra, a Areia e o Solo Fértil!

Que belo seja seu remédio!
O pão que parto a mesa, seja multiplicado!
O Trigo que carrego comigo, seja minha prosperidade.
Que o Universo me abrace e que os quatro elementos:
Terra, Água, Fogo e Ar,
me dêem as forças necessárias para todas as dificuldades de minha vida.
Que meus caminhos sejam abertos, hoje e sempre,
com toda a pureza do Elementais e dos Anjos Mensageiros de Deus.
Amém.

 Oração para a Cigana


És uma linda flor que desabrocha no amanhecer és um espírito de luz
És a lua que clareia nossas mentes para que possamos dar um conselho na hora certa.
És o espírito que nos dá força para superarmos todos os nossos obstáculos.
És a estrela brilhante que ilumina nossas vidas neste planeta Terra.
És um espírito maravilhoso que à noite vigia nossos sonhos, impedindo a aproximação de espíritos maléficos
Cigana, com tuas fitas coloridas, estás sempre transmitindo a força do arco-íris.
Sempre que o aflito te invocar, possas transmitir-lhe a energia da paz, da harmonia e da consolação.
Que, ao olhar a chama de uma vela, possamos sentir a tua presença.
Que, ao tocar um cristal, possamos sentir a tua energia positiva.
Que, ao sentir o aroma de violetas, possamos sentir que estás nos confortando.
Cigana, cobre-nos com tua saia colorida, escondendo-nos dos invejosos e mostrando a eles que o caminho não é esse.
Cigana encantada, que nesta hora possamos sentir segurança, paz e felicidade.
Com teu encanto, encanta coisas boas para que os nossos caminhos não tenham obstáculos.
Desencanta todas as perturbações que existam nos lares, Cigana, cura aqueles que estejam doentes do espírito, da alma, da matéria,
Com o poder do Pai-Sol
Com o poder da Mãe- Terra,
Nós te pedimos que nossos pedidos sejam atendidos.
Por Santa Sara, a padroeira dos ciganos, e por todos os espíritos ciganos que viveram e sofreram nesta Terra, nesta corrente de fé, Cigana.

ORAÇÃO PARA O CIGANO


Cavaleiro da noite e do dia, homem forte e corajoso, és a força de um grupo cigano, és poder.
Com teu violino encantas a Lua Cheia.
Com teu sapateado ajudas a Mãe-Terra a sentir teu lamento cigano e sentes na relva a energia mais profunda da Natureza.
Ao olhar a fogueira decifras o que dizem as labaredas, pois é na chama do fogo que são revelados os mistérios do mundo.
Cigano, és homem forte e seguro do que queres.
Cigano, és amor, carinho, ternura e paixão ardente
Cigano, pareces árvore frondosa de tronco grosso, a proteger-nos das falsidades desta vida terrena.
Ao olhar para o infinito, possa eu sentir a tua energia.
Cigano, ao olhar a chuva caindo na relva, possa eu sentir-te lavando-me das impurezas deste mundo; e ao olhar a chama de uma vela, possa eu sentir-te a dizer-me:
"Estou te protegendo".

Oração Para o Povo do Oriente
Oração para atrair protecção do Povo do Oriente


Salve ó Bandeira Branca, Salve São João Batista, Salve estrela de David, e seus seis lados, Mestre Jesus, Buda, Sta. Maria Madalena, Sta. Sara Kali, São
Lázaro, arcanjos, serafins, querubins, anjos protetores nos auxiliem neste momento, nesta corrente de luz, rogai ao Arquiteto do universo, a Alá, em nosso favor
e, levai nossos pedidos (mencionar o pedido) para que ele seja aceito.

São Miguel, São Rafael, São Gabriel, Baltazar, Melchior, Gaspar, Reis do oriente, venham nos ajudar forças egípcias, chinesas, indianas, árabes, ciganos, beduínos, videntes, profetas, magia de ponto, de pó, astrologia, pura manifestação das almas batizadas em águas sagradas.

Salve o Povo do Oriente!

Salve os quatro cantos do mundo!

Guerreiros, reis, príncipes, Santos e Santas do bem, doutores de branco, doutores da lei, mandamentos sagrados, sangue, suor, vitória de homens coroados.

Baptista é quem nos comanda, fonte de pura energia, pirâmides preciosas, rosas brancas no deserto, luz em nossas vidas, amparo de almas, linha branca bendita.

Assim seja!!!!

(Essa é uma oração para atrair proteção do Povo do Oriente e é bom rezar com uma vela branca, um copo de água do mar, um incenso indiano e vestir roupa clara).

Oração à Santa Sara (Tradicional )

Tu ke san pervo icana romli anelumia
Tu ke biladiato le gajie anassogodi guindiças
Tu ke daradiato le gajie, tai chudiato
Anemaria, thie meres bi paiesco tai bocotar
Janes so si e dar, e bock, thai e duck ano iló
Thiená mekes murre dusmaia thie açal
Mandar thai thie bilavelma
Thie avez murri dukata angral o Dhiel
Thie dhiesma bar sastimós
Thai thie blagois murró traio
Thiel diel o Dhiel.

Fonte: Portal a & e

Resolvi fazer uma linda decoração, com Caquitos.

IDEIAS DE DECORAÇÃO - CACTOS II

Hoje vou acabar o tema de decoração com cactos, são plantas também que fazem  a diferença , podem ser utilizados em vários recipientes, vejam a minha pesquisa.


Em vários recipientes de vidro e várias formas , com cactos dentro , também de vários tamanhos


Ideia de colocar catos numa casca de côco , pendurada por cordas


Um conjunto de cactos harmonioso


Mais um exemplo de conjugar cactos com pedrinhas
Vários tipo de cactos , numa taça de vidro com as tais pedrinhas



Num vaso simples , fazer um pequeno jardim de cactos
Fonte: Idéias da Xanó 

Cactos na decoração

Desde que eu vi lindos vasinhos de cactos em uma loja em São Paulo, fiquei meio obcecada e doida para ter também as plantinhas.

São muitas as opções, mas eu estou doida para colocar em xícaras!

Para quem tem pouco tempo como eu, os cactos são ótimos pois não necessitam de muitos cuidados.
No Feng Shui, existem 2 correntes: A primeira considera os cactos ruins para se ter em casa pois atrai azar; A segunda considera os cactos como guardiões, por serem considerados purificadores do ambiente, agindo como barreira para os raios gama emitidos por aparelhos de TV e computadores.


Ainda segundo o Feng Shui, achei uma poética citação sobre os cactos: "Os espinhos podem simbolizar proteção contra visitantes inesperados ou perigosos, e também pode ensinar a lidar com os próprios limites e lembrar a importância de dizer não quando precisamos defender nossos limites. As magníficas flores simbolizam a beleza escondida na simplicidade."
Escolha o seu e colecione!


Fonte: Blog de Moda e Cia 


imagem-decorando-com-musgo01
Adorei esta idéia, a baleira de vidro foi enfeitada com uma dose de verde e  frescos musgos,  idéia bem natural para decorar o  interior  e  arredores de sua casa.
Gosto de enfeitar a casa  com cactos por serem bonitos e resitentes, e achei interessante a  idéia de também usar musgos na decoração.Escolha uma baleira, vidro ou bombonier bem bonita e preencha com travesseiros de musgos e líquenes.
Para dar o charme final, coloque um enfeitinho em cima dos musgos, que poderá ser cogumelos, lagartinhas e outros.
Os musgos são fáceis de cuidar, basta dar-lhes alguma luz indireta e névoa ou água a cada três semanas.Como o recipiente ficará fechado, manterá o musgo húmido com a perfeita quantidade de umidade.
Espero que tenham gostado da idéia, eu adorei!
Veja também o tapete de musgo.
imagem-decoração-decorando-com-musgo02
imagem-decoração-enfeitando-casa-com-musgo03
imagem-decorando-com-musgo04
imagem-idéia-decorando-com-musgo05.
Fonte: Cacareco


IDEIAS DE DECORAÇÃO - CACTOS III

Uma vez mais vou fazer um post dedicado aos cactos , continuo a achar que são originais numa decoração, não temos que ter cuidados especiais, e dão com todo o tipo de decoração.

Conjunto de vários tamanhos, fica um arranjo bonito.


Vasinhos individuais , os quais também decorados com motivos
originais.


                                                                    Centro de mesa diferente
       

Podem ser colocados em qualquer divisão , por exemplo numa W.C


Dentro de um vidro a fazer conjunto com uma vela e areia decorativa.



Numa caneca, fica lindo 
Fonte:Idéias da Xanó

á partilhei algumas ideias de flores , centros de mesa , chegou a altura de partilhar convosco ideias com Cactos, embora faça lembrar logo piquinhos, mas também são bonitos , e aqueles  que florescem , são bem bonitos , penso que haja quem goste , por isso vou mostrar ideias que encontrei.

Pode juntar vários no mesmo recipiente , e de várias espécies , decorar com aquelas pedrinhas muito pequenas de várias cores.



Num copo forrado com qualquer material que goste , e colocados num cestinho de verga


Acho esta ideia muito original , deve-se encontrar em lojas de jardinagem, vasos verticais


Numa bandeja , com areia , pedrinhas a lembrar o Oeste



Em vasos individuais , a decorar sua estante



E que tal em vasinhos decorados por si , estes são bem divertidos.

Fonte:Idéias da Xanó

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