Bom Dia!
Continuaremos hoje a matéria à respeito da Violência no Mundo contra a Mulher, mas hoje veremos como está nos Países do Oriente Médio.(ARTIGOS & COLUNA)”ISLAMOFOBIA” Não há democracia com burca
Rio de Janeiro – (Radionetnews) “Não há democracia com a burca” A dona do artigo escreve o que pensa sem ao menos consultar ou pesquisar com aquelas que seguem os preceitos religiosos de sua Religião, como no caso deste artigo acima o ISLAM. Outra coisa a lembrar o que ocorre no mundo árabe e a derrubada dos bonécos que viveram ou foram colocados as custas do colonialismo ,que sempre existiu naquela região do planeta. Os grandes colonizadores daquela região sempre foi o Ocidente, e até hoje ainda mantém ditadores e financiam regimes ditatorias, foi o caso do EGITO. Gráças ao “BONÉCO Hosnir Mubarak” O gás do Egito era vendido a preço de banana para o governo SIONISTA de Israel, contrariando ao seu povo, que é totalmente contrário a essa transação, dêsque ouve a revolução dos Aiátolas do Irã o Egito fechou o canal de SUEZ para navios Iranianos obedecendo uma clara ordem dos EUA e ISRAEL. Agora vimos que as coisas começam a mudar, ja começa a ter tráfego de Navios do IRÃ, e a pouco um recém nomeado Ministro de negócios do EGITO, ja coagíta a reaproximação com o IRÃ(Pérsia).Veja e leia esta notícia:(LIBERDADE ISLÃMICA) “Egito e Irã””O Egito está pronto para promover os laços de amizade com o Irã ‘
Como a Srª pode ver as coisa não é bem como a senhora tenta nos passar com o seu artigo. O renascimento Islãmico ou Democracia Islãmica ja começou a surgir, cumprindo uma velha profecia. As pessoas escrevem o que querem , mais acabam de ter que ouvir o que não quer! Vamos ao Artigo de autoria da Srª. LUIZA NAGIB ELUF ,publicado na Folha de São Paulo , na coluna Tendência/ debates , E por fim a resposta de quem segue o costume da burca por ser muçulmana“Não há democracia com a burca ” As mulheres não são felizes exercendo o papel que lhes foi reservado pelos conservadores; essa argumentação deve ser vigorosamente rejeitada
Assistimos à derrubada da ditadura egípcia e aos movimentos revolucionários na Líbia, Iêmen, Bahrein e em outros países do Oriente, onde as populações clamam por democracia; o restante do mundo assiste ao desenrolar dos fatos formulando as mais variadas análises.
Deposto Hosni Mubarak, uma junta militar promete conduzir o Egito às eleições. As liberdades democráticas são a principal reivindicação do mundo árabe.
Antes de qualquer análise, porém, é preciso lembrar que estamos falando de uma região que concentra maioria esmagadora de seguidores do islamismo. Nesse contexto, é impossível prever qual a influência dos cânones religiosos na reestruturação que está por vir.
Embora muitos argumentem que alguns dos países em transformação têm tradição de Estado laico, como o Egito, as imagens internacionais evidenciam a forte presença religiosa entre os sublevados, fazendo crer que o potencial de crescimento da Irmandade Muçulmana não deve ser subestimado.
As maiores vítimas da repressão, as mulheres, gritam através da burca que lhes cobre o corpo, o rosto, a boca. Amordaçadas, apenas com os olhos descobertos, elas querem participar e tentam se fazer ouvir.
O que é uma mulher no islã? Sobre isso, os articulistas brasileiros pouco têm falado.
Alguns estudiosos do Oriente Médio, chamados a escrever para jornais ou para opinar na TV, simplesmente desconsideram o problema das mulheres. Não as enxergam. Falam em futuro promissor, em democracia, mas esquecem os direitos humanos que a antecedem.
Acharão normal que, passada a revolução e atingido o objetivo de derrubar ditadores, as mulheres voltem para casa e se recolham ao cárcere domiciliar? A condição de mais da metade da população não faz parte da história que certos intelectuais pretendem contar.
Nem se diga que as mulheres são felizes exercendo o papel que lhes foi reservado pelos conservadores, que elas não precisam de mais nada além de obedecer aos maridos e ter filhos, que usam o véu espontaneamente e que precisam dos homens para se sentir protegidas. Enfim, que tudo se justifica pela tradição cultural.
Não há dúvida de que essa argumentação obscurantista deve ser vigorosamente rejeitada, pois os direitos humanos são universais, não importando a região do mundo de que se trate. Definitivamente, mulheres não conseguem ser felizes na condição análoga à de escrava.
A mulher no islã não tem direitos sexuais. Muitas são submetidas à mutilação genital. Tampouco tem direitos patrimoniais, intelectuais ou mesmo de livre locomoção. Não podem dirigir veículo. Não podem mostrar os cabelos, não podem usar roupas que realcem as formas do corpo e são obrigadas a cobrir-se da cabeça aos pés para sair às ruas.
A revolução “democrática”, seja no Egito, seja na Líbia ou em qualquer outro país majoritariamente islâmico, corre o risco de não contemplar a mulher, deixando de assegurar a igualdade de direitos. E não pode haver democracia com burca.
Deposto Hosni Mubarak, uma junta militar promete conduzir o Egito às eleições. As liberdades democráticas são a principal reivindicação do mundo árabe.
Antes de qualquer análise, porém, é preciso lembrar que estamos falando de uma região que concentra maioria esmagadora de seguidores do islamismo. Nesse contexto, é impossível prever qual a influência dos cânones religiosos na reestruturação que está por vir.
Embora muitos argumentem que alguns dos países em transformação têm tradição de Estado laico, como o Egito, as imagens internacionais evidenciam a forte presença religiosa entre os sublevados, fazendo crer que o potencial de crescimento da Irmandade Muçulmana não deve ser subestimado.
As maiores vítimas da repressão, as mulheres, gritam através da burca que lhes cobre o corpo, o rosto, a boca. Amordaçadas, apenas com os olhos descobertos, elas querem participar e tentam se fazer ouvir.
O que é uma mulher no islã? Sobre isso, os articulistas brasileiros pouco têm falado.
Alguns estudiosos do Oriente Médio, chamados a escrever para jornais ou para opinar na TV, simplesmente desconsideram o problema das mulheres. Não as enxergam. Falam em futuro promissor, em democracia, mas esquecem os direitos humanos que a antecedem.
Acharão normal que, passada a revolução e atingido o objetivo de derrubar ditadores, as mulheres voltem para casa e se recolham ao cárcere domiciliar? A condição de mais da metade da população não faz parte da história que certos intelectuais pretendem contar.
Nem se diga que as mulheres são felizes exercendo o papel que lhes foi reservado pelos conservadores, que elas não precisam de mais nada além de obedecer aos maridos e ter filhos, que usam o véu espontaneamente e que precisam dos homens para se sentir protegidas. Enfim, que tudo se justifica pela tradição cultural.
Não há dúvida de que essa argumentação obscurantista deve ser vigorosamente rejeitada, pois os direitos humanos são universais, não importando a região do mundo de que se trate. Definitivamente, mulheres não conseguem ser felizes na condição análoga à de escrava.
A mulher no islã não tem direitos sexuais. Muitas são submetidas à mutilação genital. Tampouco tem direitos patrimoniais, intelectuais ou mesmo de livre locomoção. Não podem dirigir veículo. Não podem mostrar os cabelos, não podem usar roupas que realcem as formas do corpo e são obrigadas a cobrir-se da cabeça aos pés para sair às ruas.
A revolução “democrática”, seja no Egito, seja na Líbia ou em qualquer outro país majoritariamente islâmico, corre o risco de não contemplar a mulher, deixando de assegurar a igualdade de direitos. E não pode haver democracia com burca.
LUIZA NAGIB ELUF é procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo. Foi secretária nacional dos Direitos da Cidadania no governo FHC e subprefeita da Lapa na gestão Serra/Kassab. É autora de “A Paixão no Banco dos Réus” e de “Matar ou Morrer – O Caso Euclides da Cunha”, entre outros.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br A RESPOSTA “Respondendo à Luiza Nagib Eluf ” Por Gisele Marie Não há Justiça com Preconceito e hipocrisiaTive a infelicidade de ler um texto escrito pela Digníssima Doutora Luiza Nagib Eluf e publicado no Jornal Folha de São Paulo na sessão Tendências e Debates.Infelicidade porque o texto me fez sentir vergonha alheia, me fez sentir decepção com alguém que pelo seu histórico me inspirava maior expectativa e confiança, infelicidade porque considero este mesmo texto uma mancha de gordura em tecido branco na carreira pública da Digníssima Doutora, daquelas que nem o tempo e nem a água poderá apagar.No referido e infeliz texto, a Digníssima Doutora discorre sobre os movimentos de libertação das ditaduras podres e corrompidas que acontece agora nos países do Oriente Médio, mas focaliza sua atenção na questão das mulheres dentro destes países.Mas infelizmente o que se lê é um verdadeiro desfile de preconceito, hipocrisia, demonstração de total falta de conhecimento sobre o foco de sua crítica, e total desrespeito para com o outro, julgado, rotulado, qualificado e criticado segundo as suas próprias visões de mundo e de ser humano, e não respeitado em suas diferenças que são antes de tudo qualidades, e não defeitos.Alega a digníssima doutora que:“ Antes de qualquer análise, porém, é preciso lembrar que estamos falando de uma região que concentra maioria esmagadora de seguidores do islamismo. Nesse contexto, é impossível prever qual a influência dos cânones religiosos na reestruturação que está por vir.Embora muitos argumentem que alguns dos países em transformação têm tradição de Estado laico, como o Egito, as imagens internacionais evidenciam a forte presença religiosa entre os sublevados, fazendo crer que o potencial de crescimento da Irmandade Muçulmana não deve ser subestimado.”Antes de mais nada é preciso esclarecer à digníssima autora de tal verborragia infectada, que os países do Oriente Médio são países cuja maior parte da população segue o Islam, são muçulmanos, jovens, cansados da corrupção e exploração patrocinada por ditadores habilmente colocados ou mantidos no poder por sujo jogo de vários interesses externos, que se mobilizaram via internet em diversos movimentos que culminaram com a derrocada da ditadura egípcia, e por conseguinte inspiraram os movimentos nos outros países da mesma região.Estes não procuram nada além da volta justamente à sua verdadeira identidade e a sua dignidade roubada por um bando de usurpadores do poder.Estes não buscam valores ocidentais mas os seus próprios valores dentro de sua própria realidade, há muito esquecidos e empoeirados pela farta distribuição de miséria, injustiça social e ignorância promovida por aqueles que detém o poder de forma brutal a várias décadas.E é lógico que vemos muçulmanos participando destes movimentos, são o povo, é a religião do povo, é algo perfeitamente natural.“As maiores vítimas da repressão, as mulheres, gritam através da burca que lhes cobre o corpo, o rosto, a boca. Amordaçadas, apenas com os olhos descobertos, elas querem participar e tentam se fazer ouvir.O que é uma mulher no islã? Sobre isso, os articulistas brasileiros pouco têm falado.”Se os articulistas brasileiros pouco têm falado à respeito das mulheres no Islam, a doutora também nada falou, ou melhor, falou sim, de seus próprios medos e conceitos distorcidos, de sua falta total de conhecimento à respeito do Islam, de seu preconceito fruto justamente deste total desconhecimento, de sua hipocrisia ao querer tentar passar uma imagem de que a mulher muçulmana é oprimida já que não deseja o que ela deseja, não compra o que ela compra, não cohabita das mesmas idéias que ela, não se parece com ela, enquanto escreve confortavelmente instalada em um país que assassina mais de 2 mil e quinhentas mulheres por ano, onde 5 mulheres são espancadas dentro de sua própria casa a cada 2 minutos, onde uma mulher é obrigada a se expor semi-nua senão “há algo de errado com ela” e é vendida como aperitivo e carne de açougue, obrigada a rebolar e mostrar o corpo ao mundo em propagandas de cerveja e festas populares, onde todas são obrigadas a serem assim, senão certamente estão doentes né?E neste sentido a digníssima autora do texto acaba escorregando e fazendo uma grande confusão entre cultura e religião, entre os seus valores e a possibilidade de que há pessoas no mundo que não compactuam destes mesmos valores, mas acima de tudo se mostra injusta com toda uma nação religiosa e mostra e incentiva o preconceito contra toda uma religião quando contribui mais uma vez para perpetuar uma história única, e poucas coisas no mundo são tão venenosas para uma sociedade quanto a História Única.Alega a digníssima autora em seu malfadado texto, por exemplo, que “Nem se diga que as mulheres são felizes exercendo o papel que lhes foi reservado pelos conservadores, que elas não precisam de mais nada além de obedecer aos maridos e ter filhos, que usam o véu espontaneamente e que precisam dos homens para se sentir protegidas. Enfim, que tudo se justifica pela tradição cultural.”Bem, vou começar fazendo a seguinte pergunta: porque as muçulmanas não podem de forma alguma usar o véu esponaneamente? Porque a Doutora não gosta? Porque não faz parte de sua realidade ou seus valores?Quem deu o direito à digníssima de julgar os outros segundo seus próprios valores? Acaso é ela detentora de um super poder de julgar a qualidade desta ou daquela escolha e suas escolhas são supremas? Magnânimas e incontestáveis? Que arrogância é esta? Será que ela chegou a perguntar para uma muçulmana porque ela se cobre? Acaso ela já soube algum dia que muitas mulheres em muitos lugares do mundo fizeram questão de voltar a usar o véu assim que suas regiões se libertaram da VERDADEIRA ESCRAVIDÃO IMPOSTA pelo Ocidente em suas invasões e colonizações que se tornaram verdadeiros exercícios de pilhagem, inclusive da alma, e dos corpos destas mesmas mulheres?Quanta hipocrisia e preconceito reunidos em uma só pessoa, fico aqui me perguntando se não há propósito nisto, mas eu prefiro crer que na verdade trata-se de um derrame de tensões e raivas pessoais acumuladas, porque não me arrisco a colocar em dúvida a honestidade da mesma que escreveu estas perdidas palavras deste texto ofensivo.E o que ela poderia dizer às milhares de estudantes universitárias que são a grande maioria na maior parte das universidades do oriente médio, as profissionais com título de doutorado e PHD que existem na mesma região?E como será que a digníssima doutora explicaria o fato de que a boneca de maior vendagem no Oriente Médio, a Fulla, uma muçulmana, modelo para as meninas da região, adulta e bem resolvida, com casa própria, tem profissão e um dos kits de vendagem é justamente o seu consultório de dentista completo?Pois é doutora, a Senhora escorregou na casca da banana com este texto, e eu só lamento que a sua voz se some à voz das pessoas que ousam dizer que o mundo tem de ser um só, que precisamos de uniforme social, que temos de ser todos iguais e o diferente de mim é o errado e não apenas o outro que não é minha cópia.Pois é doutora, a Senhora nada, NADAAAA sabe sobre o Islam, senão saberia que a mulher no Islam não carrega a culpa de Eva e o seu consequente pote de maldições que leva toda a sociedade à perdição, senão saberia que estes jovens que justamente se voltam à religião e reinvindicam o fim das ditaduras podres e mantidas pelo dinheiro judeu e ocidental buscam justamente a volta de seus próprios valores sociais expressos no Islam, que diz que é obrigação de todo muçulmano e de TODA MUÇULMANA a busca pelo conhecimento do berço ao túmulo, que respeita a mulher a ponto de não lhe impor um sobrenome do marido como simbolo de sua dominação e propriedade, que usa sim o véu com orgulho porque gosta, e não critica a mesma digníssima doutora por não gostar.E tanto desconhece a doutora que vem falar de mutilação sexual aumentando mais ainda a confusão, já que este elemento não é, nunca foi e nunca será islãmico, mas sim africano, algo que foi duramente combatido pelos primeiros muçulmanos e que infelizmente ainda perdura no continente africano e contamina o mundo com o seu sangue sujo.Há violência contra nós mulheres nos países do Oriente Médio? Há sim, como há aqui, na Europa, nos EUA, na Antàrtida, infelizmente em qualquer país. E há direitos e conquistas também, vejam por exemplo a participação da Azmaa Mahfouz no movimento de libertação do Egito, a já citada partipação das jovens na universidade e em vários campos profissionais, e muitas outras coisas que a História Única cruel e desumana contada pela digníssima autora do porco texto não leva em conta.E contar uma História Única, onde não existem individualidades, onde não existe igualdades mas apenas diferenças, onde não existe a chance de se ter todos os pontos de vista e situações levados em consideração, é sempre um exercício de hipocrisia, e um criadouro de preconceito.E desta forma não se promove nem os direitos das mulheres, e nem a justiça, porque onde existe preconceito e hipocrisia, nunca nunca existirá justiça.Sobre tudo isto, eu só lamento a oportunidade que a digníssima doutora teve, de se calar e não proferir impropérios vergonhosos como este texto.Meus pêsames!!!Salam! DA (RADIONETNEWS)
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Em 11 de março de 2.011, no Salão Nobre Cloves Vettorato, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, foi realizado o lançamento do Projeto “LÁ EM CASA QUEM MANDA É O RESPEITO”,promovido pelo Ministério Público, em parceria com o Governo do Estado e coordenado pela promotora Lindinalva Rodrigues Dalla Costa e pela Secretária e Primeira Dama Roseli Barbosa. O lançamento ocorreu durante o Encontro Estadual para Promoção da Igualdade de Gênero e Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Com o palácio do governo lotado em plena sexta feira, após o carnaval, o projeto despertou a atenção da sociedade Mato-grossense e contou com a presença do Governador Silval Barbosa, do Procurador Geral de Justiça de Mato Grosso Marcelo Ferra de Carvalho, do Procurador Geral de Justiça do Mato Grosso do Sul Paulo Alberto de Oliveira, da representante da Ministra Iriny Lopes, a ouvidora da Secretaria de Políticas para Mulheres Ana Paula Schwelm Gonçalves e muitos outros. A abertura do evento foi feita com a apresentação do Cantor Cearense “Tião Simpatia”, que foi um Show a parte, o repentista declamou e encantou a todos com seu repertório de músicas sobre a Lei Maria da Penha e as mulheres. Lindinalva Rodrigues Dalla Costa,Promotora de Justiça e uma das coordenadoras do projeto afirmou que: “O Projeto prevê a aproximação do Ministério Público e do Governo do Estado com os acusados de violência doméstica que estão em centros de ressocialização, presídios e cadeias, com o objetivo informar, ouvir e evitar a reincidência em tais tipos delituosos, razão pela qual serão realizadas palestras mensais nas unidades prisionais, bem como em empresas e locais com grande concentração de pessoas do sexo masculino”.Lindinalva ainda ressaltou que “O trabalho será realizado de forma educativa e preventiva pelas Promotorias de Defesa da Mulher de Cuiabá e por psicólogos e assistentes sociais do Governo do Estado , bem como por estagiários da UNIVAG e UFMT”. A Secretária de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social, do Governo do Estado de Mato Grosso Roseli Barbosa, a outra coordenadora do projeto, informou que: “O Projeto promoverá a conscientização dos agressores. Estamos iniciando em Cuiabá e está programado para até 2012, queremos implementá-lo por todo o estado”.Afirmou ainda: “a violência contra a mulher é um problema é cultural, razão pela qual pedimos a ajuda de todos para que prevaleça a concórdia, paz e harmonia entre as famílias”.Ao final de seu discurso deixou uma mensagem: “Desejo que as pessoas vivam em paz e se respeitem mutuamente, desejamos a união entre homens e mulheres”. Marcelo Ferra e Carvalho, Procurador Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso, afirmou que: “o Projeto “Lá em casa quem manda é o RESPEITO que visa à reabilitação dos agressores. O objetivo da lei é a erradicação da violência doméstica. Ao invés de sermos um modelo nacional de atuação nessa área, quero ter a alegria de dizer que em Cuiabá nós temos o menor índice de violência doméstica do país, com o que o projeto muito auxiliará” Ana Cristina da Silva Mendes, Juíza da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá – MT, que representou na solenidade o Poder Judiciário de Mato Grosso afirmou: “estamos nessa luta, que não é só minha, é da sociedade, vez que é um problema social, ou seja, todos nós devemos promover a erradicação. Cuiabá é uma cidade de destaque na aplicação da Lei Maria da Penha, pois constantemente estamos preocupados com as famílias, por isso precisamos tratar os agressores, pois são muitos que pedem ajuda”. A juíza ainda ressaltou que: “Drª. Lindinalva é uma guerreira no combate à violência de gênero, que é um exemplo para nós”. Ana Paula Gonçalves, Ouvidora da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, naquele ato representando a Ministra Iriny Lopes disse: “Trago aqui uma saudação da Ministra Iriny Lopes pelo dia 08 de março. A Lei Maria da Penha traz medidas de proteção e prevenção para ajudar mulheres em situação de violência. Esse projeto é o exemplo de cumprimento da Lei Maria da Penha, nós temos percebido a importância desses projetos e de ações como esta, integradas entre os diversos órgãos” Após a solenidade de lançamento, Sumaya Saady Morhy Pereira, Promotora de Justiça do Pará, proferiu palestra com o tema: “Violência doméstica e familiar contra a mulher: uma grave violação dos direitos humanos”, onde fez uma reflexão sobre a responsabilidade e o desafio do Ministério Público no enfrentamento desse tipo de violência, mencionando os antecedentes históricos deficientes na tutela dos direitos humanos das mulheres no ordenamento brasileiro, falou sobre a evolução dos direitos da mulher e as transformações do modelo clássico de Família, da Normalização da condição de submissão e subserviência da mulher e os avanços e desafios da Lei Maria da Penha e sua abrangência. “Nós precisamos compreender a importância da Lei Maria da Penha, como a que protege os direitos humanos. Bater em mulher sempre foi crime”, sendo que a Lei Maria da Penha veio dizer que não é de menor potencial ofensivo e sim uma grave violação dos direitos humanos”. TIPOS DE VIOLÊNCIA COMETIDA CONTRA A MULHER A violência contra a mulher pode se manifestar de várias formas e com diferentes graus de severidade. Estas formas de violência não se produzem isoladamente, mas fazem parte de uma seqüência crescente de episódios, do qual o homicídio é a manifestação mais extrema. Violência de gênero Violência de gênero consiste em qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. A violência de gênero é uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres, em que a subordinação não implica na ausência absoluta de poder. Violência intrafamiliar A violência intrafamiliar é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família. Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consangüinidade, e em relação de poder à outra. O conceito de violência intrafamiliar não se refere apenas ao espaço físico onde a violência ocorre, mas também às relações em que se constrói e efetua. Violência doméstica A violência doméstica distingue-se da violência intrafamiliar por incluir outros membros do grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico. Incluem-se aí empregados(as), pessoas que convivem esporadicamente, agregados. Acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono. Violência física Ocorre quando uma pessoa, que está em relação de poder em relação a outra, causa ou tenta causar dano não acidental, por meio do uso da força física ou de algum tipo de arma que pode provocar ou não lesões externas, internas ou ambas. Segundo concepções mais recentes, o castigo repetido, não severo, também se considera violência física. Esta violência pode se manifestar de várias formas: • Tapas • Empurrões • Socos • Mordidas • Chutes • Queimaduras • Cortes • Estrangulamento • Lesões por armas ou objetos • Obrigar a tomar medicamentos desnecessários ou inadequados, álcool, drogas ou outras substâncias, inclusive alimentos. • Tirar de casa à força • Amarrar • Arrastar • Arrancar a roupa • Abandonar em lugares desconhecidos • Danos à integridade corporal decorrentes de negligência (omissão de cuidados e proteção contra agravos evitáveis como situações de perigo, doenças, gravidez, alimentação, higiene, entre outros). Violência sexual A violência sexual compreende uma variedade de atos ou tentativas de relação sexual sob coação ou fisicamente forçada, no casamento ou em outros relacionamentos. A violência sexual é cometida na maioria das vezes por autores conhecidos das mulheres envolvendo o vínculo conjugal (esposo e companheiro) no espaço doméstico, o que contribui para sua invisibilidade. Esse tipo de violência acontece nas várias classes sociais e nas diferentes culturas. Diversos atos sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes circunstâncias e cenários. Dentre eles podemos citar: • Estupro dentro do casamento ou namoro; • Estupro cometido por estranhos; • Investidas sexuais indesejadas ou assédio sexual, inclusive exigência de sexo como pagamento de favores; • Abuso sexual de pessoas mental ou fisicamente incapazes; • Abuso sexual de crianças; • Casamento ou coabitação forçados, inclusive casamento de crianças; • Negação do direito de usar anticoncepcionais ou de adotar outras medidas de proteção contra doenças sexualmente transmitidas; • Aborto forçado;• Atos violentos contra a integridade sexual das mulheres, inclusive mutilação genital feminina e exames obrigatórios de virgindade; • Prostituição forçada e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual; • Estupro sistemático durante conflito armado. Violência psicológica É toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano á auto-estima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Inclui: • Insultos constantes • Humilhação • Desvalorização • Chantagem • Isolamento de amigos e familiares • Ridicularização • Rechaço • Manipulação afetiva • Exploração • Negligência (atos de omissão a cuidados e proteção contra agravos evitáveis como situações de perigo, doenças, gravidez, alimentação, higiene, entre outros) • Ameaças • Privação arbitraria da liberdade (impedimento de trabalhar, estudar, cuidar da aparência pessoal, gerenciar o próprio dinheiro, brincar, etc.) • Confinamento doméstico • Criticas pelo desempenho sexual • Omissão de carinho • Negar atenção e supervisão Violência econômica ou financeira São todos os atos destrutivos ou omissões do(a) agressor(a) que afetam a saúde emocional e a sobrevivência dos membros da família. Inclui: • Roubo • Destruição de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimação e outros) ou de bens da sociedade conjugal (residência, móveis e utensílios domésticos, terras e outros) • Recusa de pagar a pensão alimentícia ou de participar nos gastos básicos para a sobrevivência do núcleo familiar • Uso dos recursos econômicos da pessoa idosa, tutelada ou incapaz, destituindo-a de gerir seus próprios recursos e deixando-a sem provimentos e cuidados Violência institucional Violência institucional é aquela exercida nos/ pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão. Pode incluir desde a dimensão mais ampla da falta de acesso à má qualidade dos serviços. Abrange abusos cometidos em virtude das relações de poder desiguais entre usuários e profissionais dentro das instituições, até por uma noção mais restrita de dano físico intencional. Esta violência poder ser identificada de várias formas: • Peregrinação por diversos serviços até receber atendimento • Falta de escuta e tempo para a clientela • Frieza, rispidez, falta de atenção, negligência • Maus-tratos dos profissionais para com os usuários, motivados por discriminação, abrangendo questões de raça, idade, opção sexual, deficiência física, doença mental • Violação dos direitos reprodutivos (discrição das mulheres em processo de abortamento, aceleração do parto para liberar leitos, preconceitos acerca dos papéis sexuais e em relação às mulheres soropositivas [HIV], quando estão grávidas ou desejam engravidar) • Desqualificação do saber prático, da experiência de vida, diante do saber científico Fonte: Prevenção a Violência Sexual Contra a Mulher Conheça a verdadeira história e origem do Dia Internacional da Mulher - 8 de março - Mitos e Verdades Por convenção, em 1975 a Organização das Nações Unidadas instituiu o Dia Internacional da Mulher a ser comemorado todo dia 8 de março, até então, não havia uma data certa para comemorar essa data tão importante, que dá a mulher uma posição digna diante da sociedade, com direitos e deveres iguais aos homens. Mesmo apesar do seu reconhecimento internacional como mulher, mãe, executiva, chefe de família, líder, exemplo, entre outros adjetivos, em pleno século XXI ainda vemos mulheres sofrendo nas mãos de homens e regimes políticos ou religiosos que insistem em excluí-las da sociedade. A esperança é que nas próximas décadas, novos eventos ocorram para que no dia 8 de março, todas as mulheres, sem exceção possam comemorar seu dia no mais completo significado da palavra igualdade. Curiosidades sobre o dia da mulher. Aprofunde seus estudos sobre como surgiu o dia da mulher e no dia 8 de março compartilhe essa história de lutas e conquistas. A origem do Dia da Mulher - Curiosidades sobre o Dia da MulherAlgumas curiosidades sobre o dia internacional da mulher. Não podemos estipular datas pois o reconhecimento dos direitos das mulheres foi uma luta que iniciou-se no século XIX e após uma série de eventos e protestos fizeram com que sua voz incomodasse os grandes empresários do meio têxtil que pagava salários baixos e explorava as mulheres a exaustão.Nesse perído, no dia 8 de março de 1857, na cidade de Nova York, essas mulheres se uniram e fizeram um grande protesto em prol de melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho e salário justo. Esse evento, foi o primeiro a causar impacto na sociedade e por ser um marco do movimento estipulou-se o 8 de março como dia Internacional das Mulheres. Mitos e VerdadesMuitas pessoas creditam o dia da mulher ao incêncio da fábrica têxtil da Triangle Shirtwaist, que coincidentemente também ocorreu na cidade de Nova York no dia 25 de março de 1911, onde 146 trabalhadoras morreram queimadas por não conseguirem sair a tempo de dentro da fábrica.Erroneamente muitas pessoas creditam a essa tragédia como um ato de tirania do empregador que trancou as mulheres e ateou fogo por elas exigirem melhores condições de trabalho. Essa história é falsa e nunca ocorreu, o incêndio sim e as mortes são verídicos, mas foi um trágico acidente. Depois desse acontecimento, nas décadas de 20 e 30 houveram algumas comemorações, mas pouco a pouco no mundo machista do inicio do século XX as mulheres foram perdendo sua voz e a data caiu no esquecimento. Anos 60 e o movimento feministaGraças as grandes transformações ocorridas nos anos 60 e com o fortalecimento do movimento feminista, a posição da mulher na sociedade mudou drasticamente e ela deixou de ser apenas mãe e dona de casa para se transformar em líder, executiva e dona de direitos antes jamais sonhados que as colocaram em igualdade com os homens.Os direitos das mulheres no Brasil - Lei Maria da PenhaIntrodução da Lei 11.340"Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências." A lei Maria da Penha (Lei 11.340), aprovada em 7 de agosto de 2006 trouxe uma série de benefícios para ajudar as mulheres a exercerem seus direitos e serem respeitadas na sociedade brasileira. Textos sobre Mulher e Mídia Seminário A Mulher e a Mídia 6: debates e propostas para uma pauta das mulheres na Confecom Saiba mais sobre as mesas de exposições e os debates no Seminário A Mulher e a Mídia 6 (RJ, 6 a 8/11), que reuniu 260 mulheres de 24 estados brasileiros e resultou na elaboração de um documento com propostas para uma agenda das mulheres para a 1a. Conferência Nacional de Comunicação. Veja a programação e acesse a cobertura sobre o evento Seminário A Mulher e a Mídia 6 Nesta edição, o Seminário (RJ, 6 a 8/11) terá como temas: Feminismos e as ligações França-Brasil nos 60 anos de publicação de O Segundo Sexo e Debates e Propostas para a 1ª Confecom. Saiba mais sobre a programação Direito à Comunicação e Promoção da Diversidade na Mídia – Uma compilação de diretrizes e recomendações de conferências, convenções, planos nacionais e internacionais O Instituto Patrícia Galvão preparou este material como subsídio ao debate que se desenvolve no processo de organização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), prevista para acontecer entre 1º e 3 de dezembro de 2009, em Brasília. A partir deste ponto de vista, reunimos alguns documentos de referência e reproduzimos trechos relativos à democratização da Comunicação, considerando particularmente os direitos das mulheres e o leque mais amplo da construção de políticas antirracistas, antilesbofóbicas, e de promoção e defesa dos direitos humanos. Acesse o documento nas versões em doc ou em pdf Governança na internet: por uma rede democráticaNesse artigo, a jornalista Vera Vieira faz um relato sobre a II Reunião Latino-Americana e Caribenha Preparatória ao Fórum de Governança na Internet (em inglês, IGF – Internet Governance Forum), que aconteceu no Rio de Janeiro, de 11 a 13 de agosto. Entenda o que é governança na net e saiba mais sobre esse evento Observatório da Mulher no FSM - Mídia - Terezinha Vicente "Mercadoria. Exploração. Irresponsabilidade. Preconceito. Exclusão. Objeto. Mercado. Agressão. Utilitária. Produto. Lucro. Falta de respeito. Violência. Mercadoria. Imagem deturpada. Lastimável. Sexo. Exploração. Produto. Horror. Estereótipo. Coisificação. Inclusão deformadora. Opressão. Consumo. Mercadoria. Corpo. Ditadura. Objeto. Desvalorização. Objeto. Violência. Banalização. Desigualdade. Discriminação glamourizada. Violência. Mercadoria. Com estas palavras as participantes da Roda de Conversa Mulher Mídia e Controle Social, realizada pelo Observatório da Mulher no FSM 2009, definiram a relação mídia e mulher, ao se apresentarem ao grupo." Saiba mais sobre esse debate Seminário Nacional A Mulher e a Mídia 5 Como 2008 é ano de eleições municipais, A Mulher e a Mídia 5 centrou seus debates sobre o enfoque dado à questão de gênero nas eleições, seja do ponto de vista das candidatas mulheres, seja do ponto de vista de candidatos e candidatas que incorporam em suas plataformas a temática de gênero. Saiba mais detalhes Estão abertas as pré-inscrições para o Seminário "O Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia" Organizado pela Articulação Mulher & Mídia, o Seminário tem o objetivo de contribuir na formulação de políticas públicas relativas ao Capítulo 8 do II PNPM – Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, sobre Cultura, Comunicação e Mídia igualitárias, democráticas e não-discriminatórias. Leia mais sobre o evento, as cotas de participação por estado e o link para acesso à ficha de pré-inscrição (que deve ser enviada até 17 de outubro) Mulheres discutem conteúdo e miram políticas de comunicação O boletim eletrônico Informes Abong comenta as experiências feministas de comunicação apresentadas no Seminário “Democratizar a Comunicação para Democratizar a Vida Social”, promovido em 30/07/08 pelo SOS Corpo, em Recife. Saiba mais sobre esse evento Tem voz de mulher aqui - Rebeca de Oliveira Duarte Neste artigo publicado pelo boletim eletrônico do Ibase, a advogada e integrante do Observatório Negro fala sobre "a indignação pela coisificação da mulher, exploração do corpo feminino e banalização do sexo diante de um público adolescente". Leia mais Mulher, Mídia e Eleições - por Ana Veloso "Análises acerca da posição das mulheres nos poderes Legislativo e Executivo, estudos sobre o contexto da comunicação no Brasil, debates radiofônicos com vereadoras, deputadas e mulheres que ocupam cargos públicos, produção de spots e campanhas sobre a importância da participação feminina no mundo político". Estes foram alguns dos destaques do curso "Mulher, Mídia e Cobertura de Eleições", realizado no Recife/PE. Saiba mais sobre o evento 2ª Roda de Diálogo do CCLF debate Mulher e Mídia O papel da mídia pernambucana na construção da imagem da mulher. Esse é o tema da próxima "Roda de Diálogo – Mídia e Movimentos Sociais", realizada pelo Centro de Cultura Luiz Freire - CCLF, através do projeto OmbudsPE. O debate acontece no dia 21 de julho, às 18h, no CCLF (Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Recife). Leia mais sobre esse evento e o projeto OmbudsPE Para alguns, é impossível vender cerveja sem mulher Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico (14/07/08), desde que as mensagens de advertência começaram a ser veiculadas ao final das propagandas de cerveja há cinco anos, a evolução é nítida; "o velho truque de associar mulher e cerveja passou a ser usado com alguma parcimônia, embora ainda seja o principal apelo nos cartazes em pontos-de-venda. A dupla "mulher e cerveja" permanece forte em pelo menos duas grandes marcas: Kaiser, da Femsa, e Antarctica, da AmBev". Leia mais sobre essa notícia MEC faz propaganda sexista para divulgar Enem Estudante de educação física do Paraná protesta em carta enviada ao Painel do Leitor do jornal Folha de S.Paulo (19/06/08) contra propaganda do MEC para divulgar o Enem e pergunta como os "intelectuais do MEC ... permitem que uma publicidade do Enem consiga ser tão grosseira, ofensiva e preconceituosa?" e conseguem não apenas "chamar os educadores físicos de pervertidos como reforçam a imagem da mulher como objeto. Acesse o spot dessa propaganda III Festival do Audiovisual Ação Mulher Em Recife, de 16 a 18 de junho de 2008, acontece o III Festival do Audiovisual Ação Mulher, um espaço para debater e fazer novas experiências, um tempo para refletir e projetar novas imagens - pelo fim da violência contra as mulheres. Saiba mais sobre esse evento A beleza impossível - Um livro de Rachel Moreno "A quem interessa vender uma beleza inalcançável? De que maneira a mídia manipula nossa consciência em nome dos interesses do mercado? Quais são as conseqüências para as adolescentes de hoje? Onde entram as “diferentes” – gordinhas, velhas, negras – nesse sistema? A obra da psicóloga Rachel Moreno responde a essas e outras perguntas de maneira vigorosa e crítica, apontando caminhos para que possamos nos defender dessas armadilhas." Saiba mais sobre o livro e a autora Mídia ainda está distante da diversidade “Não agüentamos mais sair nos cadernos de comportamento. Acho que as pessoas estão cansadas de saberem do que os gays gostam, que restaurante freqüentam e que marcas usam. Basta, isso é ridículo. O debate já foi aberto para a sociedade, não é mais uma novidade a vida gay”, queixou-se Beto de Jesus, um dos fundadores da parada GLBTT no debate sobre diversidade na mídia realizado na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo (SP). Saiba mais sobre o que foi debatido nesse encontro Curso de radiojornalismo sobre "Mulher, Mídia e Cobertura de Eleições" Estão abertas as inscrições para o curso "Mulher, Mídia e Cobertura de Eleições", promovido pela DW-Akademie da Deutsche Welle, em parceria com o Centro das Mulheres do Cabo, e que irá acontecer no Recife/PE, entre 7 e 18 de julho de 2008. A proposta é qualificar 12 comunicadores/as de emissoras de rádio (comercial, comunitária e educativa), estudantes e integrantes de veículos alternativos de comunicação do Brasil para a cobertura jornalística das eleições de 2008. Saiba mais sobre o curso e como se inscrever Um tapinha não dói em quem se acostumou com a dor - Maria Helena Masquetti Neste artigo escrito para o Le Monde Diplomatique e publicado pela Revista Envolverde, a psicóloga especializada em criança e consumo faz a seguinte indagação: "Carinho é gostoso, tapa é ruim. De quantas pesquisas necessitamos para ter certeza disso? Leia a íntegra Presença feminina cresce na internet Reportagem do The New York Times informa que estudo divulgado em dezembro de 2007 nos EUA aponta que, dos usuários de internet entre 12 e 17 anos, as meninas já produzem mais conteúdo online do que os meninos. Um número significativamente maior de meninas têm seu blog (35% de garotas, comparados com 20% de meninos) e criam ou trabalham em suas próprias páginas (32% de meninas, frente a 22% de meninos). Leia mais sobre o assunto Lançamento: A Beleza Impossível: mulher, mídia e consumo, de Rachel Moreno Nesta publicação, lançada pela Editora Ágora, a psicóloga e pesquisadora analisa uma das questões mais atuais em debate no contexto da democratização e impacto dos meios de comunicação. Como presidente do Observatório da Mulher e participante da Articulação Mulher e Mídia, a autora com certeza tem muito o que dizer sobre esse tema. Leia mais sobre o lançamento em São Paulo Videoconferência vai mobilizar para o Seminário Nacional Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia Segundo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o objetivo do encontro é mobilizar os potenciais participantes do Seminário Nacional que será realizado em junho, no qual serão debatidos: a imagem da mulher na mídia; cenário da mídia no Brasil e no mundo; o que é o controle social; propostas de intervenção. Na ocasião, será apresentada e debatida a organização do Seminário Nacional, critérios de participação, agenda e dinâmica do evento. Leia mais sobre a videoconferência Videoconferência Preparatória ao Seminário Nacional Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia Visando estimular o debate e a mobilização para o Seminário que acontecerá em maio de 2008, a Articulação Mulher e Mídia, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, realizará uma videoconferência no dia 23/04/2008, às 14h, por meio do sistema Interlegis. Leia mais sobre a videoconferência Entram em vigor as novas regras do Conar para propaganda de bebidas alcoólicas Entre outras medidas, o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária definiu que a publicidade não poderá ter “apelos à sensualidade e que modelos publicitários jamais serão tratados como objeto sexual”. Leia mais sobre as novas regras Para juiz, "Tapinha" descreve humilhação contra a mulher A Justiça Federal do Rio Grande do Sul condenou a Furacão 2000 Produções Artísticas a pagar uma multa de R$ 500 mil, pela música "Um Tapinha Não Dói", que fez sucesso e gerou muita polêmica em 2003. O processo começou com uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal e pela ONG Themis, que defende os direitos das mulheres. Saiba mais A responsabilidade da mídia latino-americana na desconstrução dos conceitos contrários à igualdade de gênero O papel da mídia na educação e conscientização sobre os problemas da desigualdade de gênero foi o principal foco da quinta edição do Diplomado Internacional de Gênero e Comunicação, realizado em Cuba no Instituto Internacional de Jornalismo “José Martí”, de 4 a 14 de fevereiro, que contou com 32 participantes da América Latina, do Caribe e da Espanha, em sua grande maioria mulheres ligadas ao jornalismo. Leia mais sobre os debates ocorridos na matéria assinada por Dalia Acosta, da IPS. Reunião "Gênero, Democracia e Políticas Públicas de Comunicação" Promovido em São Paulo, nos dias 6 e 7 de dezembro de 2007, pelo Instituto Patrícia Galvão, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Fundação Ford, esse evento visou aprofundar diversas questões levantadas no Seminário A Mulher e Mídia 4 (RJ, 22 e 23/09/07). Acesse a programação e a cobertura completa em html Ministra Nilcéa Freire e movimentos das mulheres discutem políticas na Alesp Em reunião ocorrida na Assembléia Legislativa de São Paulo, a ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire, e o movimento Articulação Mulher e Mídia discutiram formas de atuação conjunta das entidades governamentais e civis para tratar da criação de uma forma de controle social sobre a imagem da mulher nos meios de comunicação. Saiba os detalhes em html Programas que violam direitos humanos são alvo do MP local - Bia Barbosa A jornalista explica por que programas como Bronca Pesada, exibido em Recife pela TV Jornal do Commercio, estão sendo alvo de uma Ação Civil Pública (ACP) contra violações de direitos humanos na mídia. Saiba os detalhes em html Ambev processada por propaganda discriminatória e ofensiva às mulheres - Folha de S.Paulo, 26/10/07 A AmBev está sendo processada pela Promotoria do Consumidor de SP por uma propaganda da cerveja Caracu, exibida em 2006, com o slogan "Caracu é igual mulher: gostosa pura ou turbinada". Acesse em html Cemina: 20 anos de atividades - entrevista com Thais Corral A fundadora da ONG Cemina e sócia-fundadora do Instituto Patrícia Galvão comenta nesta entrevista à Rets o que mudou nestes 20 anos no campo da comunicação como um direito e na presença da mulher na sociedade brasileira. Acesse em html Campanha com modelo anoréxica rouba a cena na Semana de Milão Uma campanha publicitária que usa uma modelo anoréxica está roubando a cena na abertura da Semana Internacional da Moda de Milão. Os anúncios, expostos em jornais e outdoors italianos, mostram uma modelo nua sob os dizeres "No Anorexia" ("Não Anorexia"). Leia mais Carta do Rio de Janeiro: "Por uma TV Pública independente e democrática, que amplie os canais de expressão das mulheres brasileiras" Esse documento foi um dos mais importantes resultados do Seminário Nacional A Mulher e a Mídia 4, realizado nos dias 22 e 23/09/07 pelo Instituto Patrícia Galvão, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher). As participantes do Seminário reivindicam que as mulheres sejam protagonistas, produtoras e proponentes, e não apenas espectadoras da TV Pública. Leia o manifesto na íntegra Seminário Nacional A Mulher e a Mídia 4 TV pública: Ampliação dos canais de expressão para mulheres? A mídia desqualifica as mulheres no poder. Cultura, comunicação e uma mídia não-discriminatória. As mulheres e as novas fronteiras da mídia. Estes são alguns dos temas que estarão em debate nessa quarta edição do Seminário Nacional, realizado pelo Instituto Patrícia Galvão, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e do Unifem. Leia mais Plano Nacional de Políticas para as Mulheres inclui eixo sobre cultura, comunicação e mídia No último dia da II Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, o movimento de mulheres e feminista aprovou a inclusão de cinco novas prioridades para o plano, entre elas o eixo cultura, comunicação e mídia não discriminatória, que prevê a criação de mecanismos de controle social sobre o uso da imagem da mulher nos meios de comunicação. Leia mais Mulheres querem instrumentos de controle social da mídia O Seminário A Imagem da Mulher na Mídia reuniu em São Paulo cerca de 80 lideranças feministas para discutir a representação da mulher na mídia e as possibilidades de ação de controle público da comunicação. Leia mais Seminário Imagem da Mulher na Mídia Realizado em 06/08/07, o Seminário buscou articular mulheres de diversos movimentos sociais em torno do tema e fortalecer as mobilizações pela democratização dos meios de comunicação no Brasil. Leia mais 37% das adolescentes rejeitam o próprio corpo Estudo feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revelou que um grande número de adolescentes e jovens sentem vergonha do próprio corpo. Leia mais SPM ganha recurso no Conar contra propaganda que incentiva violência à mulher Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária aprova por unanimidade ação da SPM para retirada de outdoor. Leia mais Feministas e emissoras iniciam diálogo sobre programação da TV Audiência pública discute imagem da mulher na TVEm audiência no Ministério Público Federal, organizações feministas criticaram a representação da mulher feita nos meios de comunicação em massa. Proposta é criar mesa permanente de diálogo com emissoras e anunciantes. Leia mais Convocada pelo Ministério Público Federal, em São Paulo, o objetivo é estabelecer um diálogo entre os movimentos de defesa da mulher, as emissoras de televisão e as agências de publicidade para discutir propostas sobre como melhorar a imagem da mulher na televisão. Leia mais A mulher das revistas - Rosely Sayão Que mulher consegue se encaixar no perfil de leitoras traçado pelas revistas femininas? Esta é a pergunta que a psicóloga tenta responder após acompanhar por dois meses as revistas dirigidas ao público feminino. Acesse em html Games são machistas, diz designer Nos jogos, homens e mulheres têm valorizadas características que os tornem "heróis" -jovens, fortes, viris ou férteis. Só que as personagens femininas têm ainda mais destacados traços que mostram disposição sexual. Leia mais Sexualização na mídia afeta saúde mental de meninas, diz estudo A representação de jovens mulheres como objetos sexuais na mídia prejudica a saúde mental de adolescentes, dizem especialistas. Leia mais A figura feminina no discurso social da canção massificada - Mariangela Ribeiro Para a autora, integrante do Gajop (Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares), o discurso desrespeitoso usado na letra da música "Bomba no cabaré", do grupo Mastruz com Leite, é muito mais comum do que pode parecer e dá outros exemplos. Acesse em html Será o fim das supermagras? Itália decide pedir atestados às tops que irão desfilar em Milão; governo e alta moda na Itália assinam manifesto antianorexia. Leia mais Expressões ilimitadas e liberdades tolhidas: um olhar crítico sobre a “liberdade de expressão" - Sheila Bezerra Em artigo publicado na Rets, a antropóloga Sheila Bezerra, do Fórum de Mulheres de Pernambuco, denuncia os abusos e violações dos direitos humanos cometidos na mídia em nome da "liberdade de expressão". Acesse em html TV apresentou uma nova heroína - Bia Abramo A propósito da comemoração dos 30 anos da lei do divórcio no Brasil, a colunista Bia Abramo comenta nesse texto publicado no jornal Folha de S.Paulo como a TV acompanhou as mudanças referentes ao casamento e à imagem das mulheres apresentadas na ficção televisiva. Acesse em html Mídia e feminismo: Revolução vencida pela metade - Lígia Martins de Almeida Quem acredita que o feminismo foi um movimento vitorioso do século passado, que ajudou as mulheres a conquistar seu lugar no mundo, que virou história e não tem mais razão de ser, deveria dar uma olhada nos jornais da semana. Acesse em html Seminário A Mulher e a Mídia 3 Qual é a abordagem da mídia quando as mulheres ocupam espaços de poder e decisão? Como ela se comporta em relação às questões de interesse das mulheres? Venha debater esses e outros temas com especialistas nas áreas de comunicação e gênero do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Leia mais Igualdade com os homens? Só em 2490 - Lígia Martins de Almeida Para a jornalista, a esperança é que no ano de 2490 as mulheres, que terão atingido plena igualdade com os homens, serão tratadas de forma mais digna pela imprensa. Acesse em html A cerveja e o assassinato do feminino - Berenice Bento A socióloga e pesquisadora da UnB discute neste artigo a violência praticada contra as mulheres nos comerciais de cerveja veiculados pela mídia. Acesse em html Fragmentos da mulher na publicidade: um corpo sem cabeça e sem alma - Jacira Melo e Marisa Sanematsu Neste texto, publicado originalmente na revista Democracia Viva, do Ibase, as duas integrantes do Instituto Patrícia Galvão afirmam que a publicidade tem andado na contramão no que diz respeito à visão que as mulheres têm ou esperam ver sobre si próprias nos anúncios. Acesse em html ou pdf ou doc Mulher ainda tem medo de ser malfalada - entrevista Maria Luiza Heilborn Em entrevista por telefone ao Correio da Bahia, a especialista falou sobre exibicionismo e erotização de jovens na internet, machismo, quebra de tabus como a virgindade, diferenças comportamentais entre a juventude de várias regiões e o papel da mulher como elemento modernizador das relações. Acesse em html A Perspectiva de Gênero e Raça na Mídia – Jacira Melo Baseado na apresentação realizou no Seminário "As Perspectivas de Gênero e Raça nas Políticas Públicas e na Mídia", promovido em São Paulo, em 16/09/04, neste artigo Jacira Melo argumenta que há um desequilíbrio na mídia entre as representações de homens e de mulheres, em especial de mulheres negras. Acesse em html ou em doc (30 kb) A mulher e os meios de comunicação - Jacira Melo Trata-se do relatório de avaliação sobre o capítulo J - A Mulher e os Meios de Comunicação - da Plataforma de Ação de Pequim (IV Conferência Mundial sobre a Mulher), preparado por Jacira Melo, especialista em comunicação e gênero, por solicitação do Comitê de Preparação da Participação Brasileira na Sessão Especial da Assembléia das Nações Unidas (Pequim + 5) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Acesse em html ou em doc (82kb) O que tem a ver gênero com TICs? - Vera Vieira Este artigo da jornalista Vera Vieira trata de gênero, feminismo e o papel das TICs (tecnologias de informação e comunicação) como instrumentos de transformação das relações desiguais de poder e foi publicado originalmente no site da Rede Mulher de Educação (http://www.redemulher.or.br). Acesse em html ou em doc (54kb) Dicionário da Era da Informação - Vera Vieira Compilado pela jornalista Vera Vieira, da Rede Mulher de Educação, este dicionário traz os principais termos que passaram a fazer parte do nosso cotidiano a partir da revolução das tecnologias da informação e comunicação (TICs). Acesse em html ou em doc (294 kb) Fazendo caminho - Jacira Melo Defendendo a idéia de que é preciso aproximar o movimento de mulheres das redações dos jornais, neste artigo publicado na revista Maria, Maria a especialista em comunicação Jacira Melo fala sobre a experiência de editar dossiês temáticos para subsidiar o trabalho da imprensa. Acesse em html ou em doc (32 kb) Publicar é uma ação política - Jacira Melo Neste artigo publicado na Revista Estudos Feministas, Jacira Melo defende que a produção de publicações feministas deve ser encarada como uma ação política direta e não apenas como mais um instrumento de divulgação do trabalho desenvolvido pelas organizações. Acesse em html ou em doc (35 kb) O público, esse desconhecido - Fernanda Pompeu A escritora Fernanda Pompeu faz comentários sobre o que há de diverso e de comum entre as publicações feministas de universidades e de ONGs neste artigo, publicado na Revista Estudos Feministas. Acesse em html ou em doc (32 kb) Sem inocência - Fernanda Pompeu Neste texto publicado na revista Viração, a escritora Fernanda Pompeu trata dos preconceitos que por vezes se escondem atrás das palavras. Acesse em html ou em doc (25 kb) O consumo de imagens e palavras estereotipadas pode reforçar padrões comportamentais - Vera Vieira Neste texto, publicado na Revista do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), a jornalista Vera Vieira aponta o que se esconde por trás da linguagem sexista e estereotipada e alerta para os efeitos das mensagens discriminatórias que cercam nosso cotidiano. Acesse em html ou em doc (28 kb). Fonte: Instituto Patricia Galvão Fiz uma rápida pesquisa para saber qual o pior País do Mundo para as Mulheres viverem. E sabe qual ficou em primeiro lugar? Afeganistão é o pior país do mundo para as mulheres viverem Sex, 17 de Junho de 2011 07:08 Queixas Afeganistão, República Democrática do Congo, Paquistão, Índia e Somália são os cinco piores países do mundo para as mulheres nascerem e viverem de acordo com um relatório da Fundação Thomson Reuters, hoje divulgado. Abusos sexuais, raptos, pobreza e falta de acesso a educação e cuidados de saúde são os problemas mais comuns apontados pelo documento. A violência contra as mulheres, os fracos cuidados médicos e a situação de pobreza extrema são os principais factores que levaram os autores do relatório a colocar o Afeganistão no topo da lista dos piores países do mundo para se ser mulher, escreve o diário britânico Guardian. O documento considera também “surpreendente” que a Índia surja logo nos primeiros cinco lugares, uma vez que o país conheceu recentemente um grande crescimento económico, sendo mesmo uma grande potência. No entanto, o relatório sublinha que ainda subsistem graves problemas ao nível do infanticídio e do tráfico sexual, com três milhões de prostitutas, 40 por cento das quais crianças. Outros dos “nomeados” não ficaram surpreendidos com a inclusão na lista, com a ministra somali Maryan Qasim a afirmar ao mesmo jornal que o seu país deveria ser o primeiro na lista e não o quinto. O relatório da Fundação Thomson Reuters agora conhecido pretende assinalar o lançamento do site TrustLaw Women, que tem como principal objectivo aconselhar juridicamente grupos de mulheres oriundas de todo o mundo. Ainda sobre o Afeganistão, o documento salienta as altas taxas de mortalidade materna, o acesso limitado a médicos e um quase vazio de direitos económicos para as mulheres. Depois é ainda destacada a situação de permanente conflito no território, as barreiras à intervenção da NATO e algumas práticas culturais como a mutilação genital. “As mulheres que tentar denunciar a situação ou desempenhar cargos públicos que desafiem os estereótipos enraizados sobre o que é aceitável para uma mulher ou não, como trabalhar como polícia ou em meios de comunicação social, são frequentemente intimidadas ou mortas”, acrescentou Antonella Notari, dirigente da Women Change Makers, um grupo que ajuda mulheres empreendedoras em todo o mundo. Violações constantes No que diz respeito à República Democrática do Congo, a violência sexual foi o principal motivo encontrado para colocar o país no topo da lista. Um recente estudo dos Estados Unidos estimou mesmo que mais de 400.000 mulheres fossem violadas por ano naquele país, o que levou mesmo as Nações Unidas a dirigirem-se ao Congo como “capital mundial da violação”. Já o Paquistão mereceu o terceiro lugar com base nas práticas culturais, tribais e religiosas contra as mulheres, o que passa por abusos, casamentos forçados e fortes ataques como assassinatos em nome da honra. Por seu lado, a Somália, um Estado em desintegração política, regista altas taxas de mortalidade materna, inúmeros casos de mutilação genital, e graves falhas no acesso a educação e cuidados de saúde, não existindo mesmo cuidados pré-natais. “Os perigos escondidos – como falta de educação ou acessos terríveis aos serviços de saúde – são tão mortais, senão mais, que os perigos físicos como violações e assassinatos”, destacou Monique Villa, da Fundação Thomson Reuters, que apelou ao empoderamento das mulheres e à sua inclusão no mercado de trabalho. O relatório baseou-se nas respostas de mais de 200 profissionais de associações de ajuda internacional, académicos, profissionais de saúde, políticos, jornalistas e outros especialistas seleccionados pelos seus conhecimentos relacionados com a identidade de género. Os países foram avaliados para o ranking em termos de saúde, discriminação e falta de acesso a recursos, práticas culturais e religiosas, violência sexual, tráfico humano e conflitos relacionados com a violência. Fonte: Folha do Fora Afeganistão lidera lista de países mais perigosos para mulheres |
1º – Chade Neste país, situado no centro-norte de África, as mulheres quase não têm direitos legais e a maioria dos casamentos são decididos aos onze ou doze anos. |
2º – Afeganistão Quase 90 por cento das mulheres afegãs são iliteradas e mais de 85 por cento dão à luz sem quaisquer condições de higiene ou ajuda médica. As estatísticas são assustadoras: a cada 30 minutos, uma mulher morre durante o parto. |
3º – Iémen No Iémen, a violência doméstica é permitida, as mulheres são obrigadas a viver com os seus maridos – mesmo contra a sua vontade – e a violação conjugal não é reconhecida como crime. |
4º – República Democrática do Congo É o terceiro maior país em África e também um dos mais violentos para as mulheres. Na República Democrática do Congo, mais de 1.100 mulheres são violadas por dia. Os números relativos à violência doméstica também são dos piores do mundo. |
5º – Mali No Mali, a maioria das mulheres já foi sujeita à mutilação genital. Neste país africano não existe legislação para banir esta prática. |
6º – Ilhas Salomão Neste país, a média do número de filhos por mulher é muito alta: está nos 4,5. As mulheres quase não têm direitos legais e nunca houve uma deputada no parlamento. Os índices de violência contra o sexo feminino também são dos mais altos em todo o mundo: afecta duas em cada três habitantes destas ilhas do Pacífico. |
7º – Nigéria Com apenas dez anos, as raparigas são obrigadas a casar. Os casamentos arranjados são uma realidade frequente no país e não existe legislação para defender as mulheres ou para lhes dar o direito de se recusarem a casar. |
8º – Paquistão O apedrejamento até à morte por adultério é aceite no Paquistão, com as mulheres a serem as principais vítimas. Em 2010, cerca de 800 mulheres morreram devido a este crime. A violação conjugal não é ilegal no país e os níveis de violência contra as mulheres são muito altos. E continuam a subir! |
9º – Etiópia O país descriminalizou o aborto recentemente, mas não conseguiu baixar o elevado número de mortes maternas. Na Etiópia, muitas mulheres morrem nos hospitais por complicações derivadas de um aborto. |
10º – Sudão É um dos países mais violentos do mundo para as mulheres. No Sudão, as mulheres estão proibidas de fazer quase tudo, até mesmo de usar calças ou saias na altura do joelho – esta conduta pode ser castigada com até 48 chicotadas. As violações são tão frequentes que muitas mulheres já chegam mesmo a encará-las como algo normal, do seu dia-a-dia. |
Afeganistão: Um inferno para as mulheres
Nascer no Afeganistão não é um bom começo de vida para ninguém. No país que é um dos cinco mais pobres do mundo e o segundo mais corrupto, 70% da população sofre de desnutrição e a expectativa de vida é a mesma de um adulto na Inglaterra da Idade Média: 43 anos. As arcaicidades de origem tribal, acrescidas de três décadas de guerra, deixaram o Afeganistão num tal estado de atraso que Cabul, a capital, só recentemente recebeu seu primeiro semáforo – que poucos viram funcionando, já que ele está quebrado dia sim e o outro também. Na tentativa de controlar o trânsito, policiais gesticulam inutilmente em meio às vias sem faixas, por onde carros velhos trazidos do Japão ziguezagueiam entre mendigos, mutilados e crianças, que vendem de frutas a galinhas.
No caminho do aeroporto para o centro da cidade, as barreiras de soldados armados com anacrônicos fuzis Kalashnikov e os muros de concreto erguidos diante das embaixadas lembram a todo instante que a desgraça está à espreita. Só nos dois primeiros meses do ano, a capital do Afeganistão foi alvo de duas séries de atentados cometidos por homens-bomba, nas quais 21 pessoas morreram. O país foi apontado, no último relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), como o lugar mais perigoso do mundo para gerar uma criança. Mas pior do que vir à luz é nascer mulher no Afeganistão.
Nove anos depois da queda do regime do Talibã, as afegãs continuam pagando a parte mais pesada da conta do fundamentalismo religioso. Nas ruas, a maioria ainda usa a burca, a roupa que cobre o corpo feminino dos pés à cabeça e que era uniforme compulsório no tempo da milícia talibã. Embora as escolas para mulheres não sejam mais proibidas, as estudantes representam uma porcentagem ínfima da população feminina e mais da metade das afegãs ainda se casa antes dos 16 anos de idade – salvo raríssimas exceções, com homens escolhidos por sua família. Sob o totalitarismo medieval do Talibã, as que saíam às ruas desacompanhadas do marido ou de um parente do sexo masculino eram castigadas a chibatadas. Hoje, a proibição não existe mais, mas as afegãs continuam ausentes da paisagem. Para elas, qualquer lugar onde haja aglomeração masculina é considerado impróprio, o que inclui mercados, feiras, cinemas e parques. A segregação sexista faz com que até nos saguões dos aeroportos e nas festas de casamento exista um “setor feminino” – só no primeiro caso não formalmente delimitado. Nas bodas em que as mulheres comparecem maquiadas e com belos vestidos, quase sempre há dois salões – um para eles e outro para elas. Poucas se arriscam a desafiar as proibições sociais. A aplicação de castigos físicos a mulheres de “mau comportamento” continua a ser vista como um dever e um direito da família. Uma pesquisa feita em 2008 com 4 700 afegãs mostrou que 87% já tinham sido vítimas de espancamentos ou abusos sexuais e psicológicos – em 82% dos casos, infligidos por parentes. O Afeganistão livrou-se do jugo do Talibã, mas não conseguiu varrer o obscurantismo religioso que ele ajudou a disseminar. A interpretação radical e misógina dos princípios do Islã é a principal causa da tragédia das mulheres afegãs.
A prática da autoimolação é um dos sinais mais cruéis de sua magnitude. Entre 2008 e 2009, ao menos oitenta afegãs tentaram o suicídio ateando fogo ao corpo. Na província de Herat, a oeste de Cabul, a incidência desse tipo de episódio é tão alta que o principal hospital da região montou uma unidade para atender exclusivamente a casos assim. Quando a reportagem de VEJA visitou o lugar, havia três mulheres internadas por queimaduras autoinfligidas. Todas tinham menos de 26 anos e eram analfabetas. No Afeganistão, apenas 15% das mulheres com mais de 15 anos sabem ler e escrever. Rahime, de 25 anos, deu entrada no hospital com 35% do corpo queimado. Ela disse que tentou se imolar porque “estava cansada de viver”. Contou que se casou aos 10 anos de idade e, desde então, engravidou seis vezes (sofreu três abortos espontâneos). A mãe estava com ela no hospital. Indagada sobre as razões que a fizeram permitir que a filha se casasse tão cedo, explicou que, na verdade, não a deu em casamento, mas foi obrigada a vendê-la. O marido era lavrador em uma plantação de ópio e não conseguia sustentar a família, de oito filhos. “Ficávamos três ou quatro noites sem ter o que comer”, afirmou ela. Rahime foi entregue a um comerciante da região em troca de 200 000 afeganes, o equivalente a 4 300 dólares, divididos em dez pagamentos. O comerciante, hoje seu marido, é “bem mais velho” do que ela, mas nem a jovem nem a mãe souberam precisar quanto.
Para atear fogo em si próprias, as mulheres costumam recorrer a óleo de cozinha ou ao querosene usado para acender lampiões. Apenas 6% das casas na zona rural do país têm eletricidade. O óleo provoca queimaduras mais graves do que o querosene, porque gruda na pele, o que faz com que o calor permaneça por mais tempo em contato com o corpo. Tanto o óleo quanto o querosene superam a água fervente, já que a fumaça que produzem pode causar, além de intoxicação, queimaduras internas. A maior parte das mulheres que tentam imolar-se não morre na hora, mas depois de alguns dias, vítima de falência de múltiplos órgãos resultante da perda de água. Rahime tinha o rosto e o corpo enfaixados. Ela verteu querosene sobre a cabeça, e não sobre o peito, como ocorre com mais frequência. Enquanto falava, uma policial se aproximou da sua cama para interrogá-la sobre os motivos da tentativa de suicídio. A investigadora Zulaikha Qambari trabalha há três anos no Departamento para Solução de Conflitos Familiares da Delegacia de Herat. Rahime disse a ela que decidiu atear fogo ao corpo porque a sogra passou a maltratá-la desde que o seu marido foi trabalhar no Irã. As duas mulheres deitadas ao lado da jovem também culparam alguém da família pelo ato extremo: uma diz que decidiu se matar depois de apanhar do padrasto do marido e outra afirmou que tomou a decisão por causa de uma briga com a cunhada em torno de um cosmético que havia ganho de presente. A policial Zulaikha afirmou estar habituada a ouvir justificativas como essas. “Algumas mulheres demoram para contar a história inteira, que muitas vezes inclui estupros e espancamentos sistemáticos. Outras nem são capazes de explicar por que fizeram aquilo. Apenas dizem que não querem mais viver.” Quando a reportagem se preparava para deixar o hospital, deparou com a chegada de uma quarta vítima. Ruquia, de 15 anos, proveniente da província vizinha de Badghis. Ela apresentava 45% do corpo queimado. A mãe disse aos médicos que a filha havia se acidentado fazendo chá. “Mentira”, sussurrou o enfermeiro. “Sinta o cheiro de querosene que exala do corpo dela.” A menina estava casada havia um ano.
A quantidade de mulheres que tentam imolar-se no Afeganistão atingiu o auge em 2004, quando só o hospital de Herat recebeu 350. Desde então, o número de vítimas tem-se mantido estável – e surpreendentemente mais alto do que o registrado no tempo em que o Talibã mandava no país. “Naquele período, quase não recebíamos casos como esses”, afirma o diretor da unidade de queimados, Hamayoon Azizi, que há doze anos trabalha no hospital. Isso não quer dizer que as mulheres tinham menos motivos para sofrer no passado. Durante os cinco anos em que esteve no poder, o Talibã proibiu-as de trabalhar e de estudar. Instituiu a pena de apedrejamento para adúlteras e baniu qualquer tipo de entretenimento, incluindo cinema, televisão e até a brincadeira de empinar pipas, tradicional no país. A música também foi vetada, e quem fosse achado com uma fita cassete no carro era preso. Para o médico Azizi, o aumento no número de casos de autoimolação em relação àquele período é fruto do contato que muitas afegãs tiveram com o Irã, onde a prática está disseminada há mais tempo. O Irã faz fronteira com a província de Herat e, com o Paquistão, foi escolhido como refúgio por milhões de afegãos que deixaram o seu país no fim dos anos 90. Com a queda do Talibã, esses refugiados começaram a retornar ao Afeganistão – trazendo, na hipótese do médico, o “know-how” da autoimolação.
A engenheira civil Sabzina Hasanzada foi uma das muitas mulheres que abandonaram o Afeganistão para fugir do Talibã. Ela ficou viúva aos 31 anos e perdeu seu único irmão na guerra civil que antecedeu a vitória da milícia. Sem um homem para acompanhá-la na rua, como exigiam os radicais, ela tinha dificuldades até mesmo para abastecer a despensa da casa em que morava com as duas filhas. Resolveu mudar-se para o Paquistão e só voltou quando o regime caiu, em 2001. Hoje, está de volta ao seu trabalho no Ministério da Energia, onde ganha o equivalente a 400 dólares por mês. Mora na área antiga de Cabul, próxima ao mercado principal, aonde só vai de burca, embora deteste a roupa. “Evita que os vizinhos façam fofocas e que os homens cheguem perto”, disse a VEJA. No mercado, a frequência é predominantemente masculina. É costume no país os homens fazerem as compras domésticas, orientados pelas mulheres, cujo lugar, supõem, é dentro de casa. Além disso, fica nesse mercado a maior feira de pássaros da capital, e criá-los para rinhas é um dos passatempos masculinos. Na verdade, qualquer briga é um passatempo para os afegãos. Há lutas organizadas de faisões, cães e camelos. Até as pipas brigam pela supremacia no céu, o que é compreensível num país que se vangloria da valentia de seus guerreiros e se orgulha de exibir na sua história a expulsão de duas potências invasoras, a britânica e a russa.
Sabzina, que se formou na Universidade de Cabul, faz questão de que as filhas, Frieshta, de 15 anos, e Silsila, de 12, frequentem a escola. Embora no ano passado 102 colégios para meninas do país tenham sido alvo de ataques atribuídos a membros do Talibã contrários à educação para mulheres, as escolas da capital eram consideradas seguras. Isso mudou no último dia 27, quando 22 meninas e três professoras foram hospitalizadas depois de ter sido expostas a um gás não identificado e caído inconscientes na sala de aula. Segundo a polícia, o ataque seguiu o padrão de três outros atribuídos ao Talibã, ocorridos pouco antes na província de Kunduz, no extremo norte do país. Os episódios reforçaram a sensação de que nuvens escuras continuam a pairar sobre o Afeganistão – mais precisamente, sobre a cabeça das mulheres do Afeganistão. Outros indícios recentes foram a aprovação de uma lei que obriga a esposa xiita a fazer sexo com seu marido sempre que ele exigir, sob pena de ser privada de sustento por ele, e a série de ataques a mulheres parlamentares. A ex-deputada Malalai Joya teve o mandato cassado ao defender
a secularização do estado afegão e Fawzia Koofi sofreu um atentado a tiros, em março, depois de ter recebido seguidas ameaças de morte por criticar a aprovação do chamado “estupro marital” para a minoria xiita.
Analistas da situação política afegã acreditam que a “talibanização” do país é fruto principalmente da aliança firmada pelo presidente Hamid Karzai com lideranças de partidos religiosos fundamentalistas nas eleições do ano passado – um apoio que ele agora precisa retribuir. O governo Karzai é fraco e corrupto. No ranking da Transparência Internacional dos países mais honestos do mundo, o Afeganistão era, até 2005, o 117º entre 180. Na última classificação, em 2009, caiu para o 179º posto. A corrupção lá chega a ser palpável. No bairro mais rico de Cabul, Sherpur, o conjunto de casas originalmente pertencentes aos “barões do ópio” (o Afeganistão produz 92% da substância usada no mundo para a fabricação de heroína) foi rebatizado de “Char-pur” – algo como “lugar de saqueadores”. Isso porque, desde o início do governo Karzai, ele passou a abrigar também funcionários públicos cujo salário, estima-se, não seria suficiente para comprar nem um dos muitos lustres de cristal que pendem das varandas das casas – repletas de vidros verdes espelhados e outros itens de decoração compatíveis com a fineza atribuída aos seus moradores. Um dos poucos sinais de que os rumos do Afeganistão podem mudar um dia é um ainda incipiente, porém crescente, interesse dos jovens pela política, motivado em parte por uma campanha lançada por organizações não governamentais em 2009. A corredora Robina Jalali está entre esses jovens. Aos 25 anos, ela foi a primeira atleta afegã a participar de uma Olimpíada. De família rica (o pai, informou seu irmão, trabalha com exportação), ela ouve Shakira e Jennifer Lopez, veste roupas compradas em Dubai e conhece mais de vinte países. Cursa ciências políticas na Universidade de Karwan e já está em campanha para concorrer a uma vaga no Parlamento. “Quero que o Afeganistão se orgulhe de mim, mas também quero me orgulhar dele”, diz.
CORRIDA CONTRA O ATRASO
A corredora Robina Jalali foi a primeira atleta afegã a participar de uma Olimpíada. Ela se maquia, veste roupas compradas em Dubai e agora planeja concorrer a uma vaga no Parlamento. Diz que quer um dia sentir orgulho do seu país, o segundo mais corrupto do mundo e o mais perigoso para uma criança nascer, segundo o Unicef. Ao lado, menina diante da casa dos pais, no centro de Cabul
A corredora Robina Jalali foi a primeira atleta afegã a participar de uma Olimpíada. Ela se maquia, veste roupas compradas em Dubai e agora planeja concorrer a uma vaga no Parlamento. Diz que quer um dia sentir orgulho do seu país, o segundo mais corrupto do mundo e o mais perigoso para uma criança nascer, segundo o Unicef. Ao lado, menina diante da casa dos pais, no centro de Cabul
O presidente Hamid Karzai, segundo relatório do Pentágono divulgado no mês passado, conta com o apoio de apenas 29 das 121 áreas do país consideradas estratégicas para o seu governo – muitas delas sob comando de líderes tribais. As demais, conforme o relatório, ou não têm posição firmada ou apoiam os insurgentes do Talibã. Esse é um dos motivos pelos quais, em visita aos Estados Unidos na semana passada, Karzai reafirmou que, por ele, a “reconciliação nacional” do Afeganistão tem de passar por uma negociação com os chefões do Talibã. Os mesmos que foram apeados do poder em setembro de 2001 por sua cumplicidade com os terroristas da Al Qaeda. Trata-se de um pacto com o demônio. Caso ele vingue, mulheres como Robina, Rahime, Sabzina e suas filhas continuarão a arcar com uma conta não só pesada demais, como a perder de vista.
Um celeiro de homens-bomba
VEJA entrevistou seis presos de Pul-e-Charkhi acusados de planejar ou tentar levar a cabo um ataque suicida em território afegão. Diante da reportagem, todos alegaram inocência – mesmo os já condenados em segunda instância pelo crime, como o paquistanês Muhibullah, de 22 anos, ex-estudante de um madraçal em Peshawar, e os que foram pegos com a boca na botija, como o afegão Malin, 26 anos, pintor de paredes em Cabul, com quem a polícia encontrou um colete recheado de explosivos. O único a ser apresentado algemado à reportagem foi o afegão Abdul Jalil, preso há um ano e meio, depois de tentar explodir-se em Nangrahar, província na fronteira com o Paquistão. Jalil não se deixou fotografar nem quis relatar sua versão para a prisão. No entanto, a um carcereiro que lhe perguntou o que faria se fosse solto, respondeu imediatamente: “Morreria em nome de Alá”.Como é vestir uma burca
A primeira constatação é que ela permite enxergar melhor do que se imagina. À luz do dia, os olhos aprendem rapidamente a ignorar a interferência da trama quadriculada que serve de visor da roupa. Ao menos quando se olha para a frente, dá para ver tudo com clareza. Já a visão lateral desaparece de dentro de uma burca. Olhar para os lados requer virar completamente a cabeça, e o primeiro tropeção ensina que enxergar os pés – assim como os muitos buracos que surgem diante deles nas ruas sem calçada e sem asfalto de Cabul – é outra tarefa complicada para uma mulher nessa situação. É por isso que quase todas caminham com uma das mãos sobre o peito, pressionando o tecido contra o corpo. Só assim conseguem ver um pouco melhor onde pisam. A sensação ao usar a roupa é a de estar dentro de uma barraca de camping, de onde se pode espreitar o mundo sem ser visto, já que ninguém presta atenção numa mulher de burca – você é só mais um ponto azul movimentando-se na paisagem.Até vinte anos atrás, as burcas eram feitas de algodão e plissadas a mão. Hoje, são de poliéster e fabricadas na China. Custam o equivalente a 20 dólares e, ao contrário das antigas, não amassam, não desbotam e não perdem as pregas jamais. Mas são abafadas como o inferno – e causam dor de cabeça, resultado da pressão do elástico interno que prende a peça em torno do crânio. Em compensação, as burcas protegem contra as moscas que sobrevoam os muitos esgotos a céu aberto de Cabul. Embora só as mãos fiquem visíveis, quem quiser perscrutar quem está sob uma burca pode começar prestando atenção na cor do tecido. Quanto mais claro o tom de azul (sempre azul, já que a ideia é não ser original), mais jovem é a mulher que está debaixo dela.
Conforme o dia escurece, a visão vai piorando. A quantidade de tropeções aumenta e a sensação de claustrofobia começa a dar comichão nas mãos. Puxo finalmente o véu e descubro o rosto. Burcas podem proteger contra a poeira, a gripe A e o “bad hair day”, mas tirá-las – e sentir a lufada de ar fresco que adentra os pulmões – é a melhor parte da experiência de vesti-las.
O Jackie Chan afegão
O livreiro de Cabul quer fazer as pazes
Shah Muhammad Rais diz que cansou de brigar. Depois de seis anos percorrendo os tribunais noruegueses em busca de “reparação” pelos supostos danos decorrentes da publicação do best-seller O Livreiro de Cabul, inspirado nele e em sua família, Rais afirmou a VEJA que vai retirar o processo contra a autora, a jornalista norueguesa Asne Seierstad. “Ela já reconheceu o mal que fez”, disse. Na obra, a jornalista descreve o livreiro, chamado na história de “Sultan”, como um pai tirano e um marido insensível, que, entre outras coisas, fez a mulher chorar por vinte dias ao adotar uma segunda e adolescente esposa, para a qual reservava frutas e guloseimas negadas aos demais integrantes da família. Para escrever o livro, Asne morou por três meses na casa de Rais – hoje, vazia. Ele agora vive no andar superior de sua livraria, no centro da capital afegã, com os dois filhos mais velhos. A primeira mulher mora no Canadá. A segunda, em Oslo. Rais chegou a declarar que foi obrigado a tirá-las do Afeganistão, juntamente com seis de seus oito filhos, porque trechos do livro de Asne poriam em risco a segurança delas e das crianças. Hoje, no entanto, admite que a família nunca recebeu nenhuma ameaça e que, no caso da primeira mulher, a mudança para o Canadá se deu “apenas por precaução”. Quanto à segunda, que Rais nega ser a sua preferida, ele explica que o que ocorreu foi que ela, grávida de nove meses, o acompanhou numa viagem a Oslo para tratar do processo contra a jornalista e lá deu à luz o caçula do casal, que nasceu com graves problemas respiratórios. “Meu filho teria morrido se não fossem os médicos noruegueses”, conta. Hoje, com 4 anos de idade, a criança ainda sofre de complicações respiratórias sérias que lhe valeram asilo humanitário e tratamento gratuito em Oslo. “A generosidade do povo norueguês é um dos motivos pelos quais quero acabar com esse processo”, diz Rais. Há dois anos, ele esteve no Brasil. O que mais o impressionou na visita? A diversidade da população (“Negros, brancos, orientais, tudo misturado”) e o restaurante Porcão. “Maravilhoso. Pretendo voltar lá um dia e levar a minha mulher. Quer dizer, as minhas mulheres.” Fonte: Veja As Mulheres no Afeganistão Por Toni Ochiazzurri 23/09/2001 às 19:00
Uma lista das coisas que as mulheres podem e não podem fazer no Afeganistão. E alguns questionamentos...
1. É absolutamente proibido às mulheres qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo professoras, médicas, enfermeiras, engenheiras etc. 2. É proibido às mulheres andar nas ruas sem a companhia de um mahram (pai, irmão ou marido). 3. É proibido falar com vendedores homens. 4. É proibido ser tratada por médicos homens. 5. É proibido o estudo em escolas, universidades ou qualquer outra instituição educacional. 6. É obrigado o uso do véu completo (Burqa) que cobre a mulher dos pés à cabeça. 7. É permitido chicotear, bater ou agredir verbalmente as mulheres que não estiverem usando as roupas adequadas (burqa) ou que estejam agindo em discordância com o que o Taliban quer, ou ainda que esteja sem seu "mahram". 8. É permitido chicotear mulheres em público se não estiverem com seus calcanhares cobertos. 9. É permitido jogar pedras públicamente em mulheres que tenham tido sexo fora do casamento (vários amantes foram apedrejados até a morte). 10. É proibido qualquer tipo de maquiagem ( muitas mulheres tiveram seus dedos cortados por pintar as unhas). 11. É proibido falar ou apertar as mãos de estranhos. 12. É proibido à mulher rir alto. (nenhum estranho pode sequer ouvir a voz da mulher) 13. É proibido usar saltos altos que possam produzir sons enquanto andam, já que é proibido a qualquer homem ouvir os passos de uma mulher. 14. A mulher não pode usar taxi sem a companhia de um "mahram". 15. É proibida a presença de mulheres em radios, televisão ou qualquer outro meio de comunicação. 16. É proibido às mulheres qualquer tipo de esporte ou mesmo entrar em clubes e locais esportivos. 17. É proibido às mulheres andar de bicileta ou motocicleta, mesmo com seus"mahrams". 18. é proibido o uso de roupas que sejam coloridas ou, em suas palavras "que tenham cores sexualmente atrativas") 19. É proibida a participação de mulheres em festividades. 20. As mulheres estão proibidas de lavar roupas nos rios ou locais públicos 21. Todos os lugares com a palavra "mulher" devem ser mudadas, por exemplo: "o jardim da mulher" deve passar a se chamar "jardim da primavera". 22. As mulheres são proibidas de papercer nas varandas de suas casas. 23. Todas as janelas devem ser pintadas de modo às mulheres não serem vistas dentro de casa por quem estiver fora. 24. Os alfaiates são proiidos de costurar roupas para mulheres 25. Mulheres são proibidas de usar os banheiros públicos (a maioria não tem banheiro em casa) 26. Ônibus públicos são divididos em dois tipos, para homens e mulheres. Os dois não podem viajar em um mesmo ônibus 27. É proibido o uso de calças compridas mesmo debaixo do véu. 28. Mulheres não podem se deixar fotografar ou filmar. 29. Fotos de mulheres não podem ser impressas em jornais, livros ou revistas ou penduradas em casas e lojas 30. O testemunho de uma mulher vale a metade que o testemunho masculino, a mulher não pode recorrer à corte diretamente - isso tem que ser feito por um membro masculino da sua família 31. É proibido às mulheres cantar. 30. É proibido a homens e mulheres ouvir música. 31. É completamente proibido assistir filmes, televisão, ou vídeo. Fonte: cmi brasil
Atualmente, segundo a Unicef, 95% das crianças afegãs estão fora das escolas. Em Cabul, algumas mulheres (integrantes da Rawa) dão aulas para meninas em escolas clandestinas, dentro de suas próprias casas. Elas representam a única chance para uma geração inteira de garotas que correm o risco de ficar no isolamento do analfabetismo.
A TERRA DAS MULHERES FANTASMAS
O regime ensandecido do Taliban exclui a figura feminina do mercado de trabalho e quebra financeiramente O país
Imagine a sua vida desta maneira. Um dia você acorda e descobre que está proibida de ir ao trabalho. Nunca mais poderá sair na rua sem a companhia de seu pai, irmão ou marido. Terá de andar com uma túnica, a burca, que cobre todo o corpo, inclusive o rosto. Se não estiver vestida até os pés, será chicoteada e espancada. As janelas de sua casa serão pintadas de preto para que você não veja ou seja vista.
Na casa ao lado, a sua vizinha acaba de morrer durante o parto porque foi proibida de ser tratada pelo médico de plantão no hospital. Ela deu à luz uma menina, que não poderá ir à escola, cantar, dançar, praticar esportes. Enquanto isso, você consola uma amiga, viúva, mãe de três filhos, que sustentava a família com o salário de professora. A escola foi fechada e ela não tem mais permissão para trabalhar. Nem mendigar a ex-professora pode. Isto também é proibido. Se você ousar pintar as unhas, terá os dedos decepados. Mesmo assim, você ousa. Vai até o mercado negro, arriscando a própria vida. Compra esmalte e batom. Por baixo dos panos negros, você se pinta para manter a dignidade. Na hora de dormir, você apaga a luz e chora pela jovem mãe que foi metralhada com o filho nos braços. O garoto estava com uma forte diarréia. Desesperada, ela saiu correndo de casa em busca de ajuda médica. Seu único erro: foi vista em público sem a companhia do marido.
Num pedaço montanhoso e árido do centro-oeste da Ásia, este pesadelo é real. O endereço das atrocidades é o Afeganistão, país devastado por guerras, rebeliões e, mais recentemente, pela sandice dos fundamentalistas islâmicos do Taliban. Eles ganharam espaço na mídia ocidental, em março passado, quando destruíram duas gigantescas estátuas de Buda, esculpidas em um penhasco, entre os séculos 2 e 5, na província de Baiyan. O mundo ficou chocado. Há, porém, muito mais sendo implodido no Afeganistão. Desde que a milícia religiosa Taliban assumiu o poder, em setembro de 1996, a vida das mulheres afegãs virou um inferno. Com leis que incluem apedrejamento e forca para as mulheres adúlteras e espancamento para aquelas que deixarem o tornozelo à mostra, o regime do Taliban praticamente baniu a figura feminina da sociedade afegã. Para entender o horror que visitou o Afeganistão é preciso ouvir as histórias destas mulheres de rostos belos e olhos fortes que vivem por baixo do véu da intransigência.
Como zumbis, elas se arrastam pela vida à espera da próxima pedrada, da próxima rajada de metralhadora, do próximo insulto. Elas só não têm medo de uma coisa: da morte. Já estão mortas. Só aguardam a hora de serem enterradas. Agora, você vê as fotos da humilhação, da dor, do descalabro, do abandono. E você escuta o lamento desesperado que ecoa dessas imagens. E enquanto os seus olhos estiveram sobre esse retrato, você vai entrar num ponto do planeta onde a mulher está retornando ao pó.
Mas você vai saber também que nem tudo está perdido. No meio desse cenário árido de desesperança, surge uma resistência. É a Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão (Rawa), uma entidade formada por duas mil mulheres que vivem na clandestinidade dentro e fora do Afeganistão. A Rawa foi fundada em 1977, em Cabul, por um grupo de intelectuais afegãs lideradas por Meena (para proteger os familiares, elas não usam o sobrenome), com o objetivo de lutar contra a invasão soviética. Dez anos depois, Meena, com apenas 30 anos, foi assassinada por agentes da KGB, a polícia secreta da União Soviética. Atualmente, a Rawa, que transferiu a sua sede para Quetta, no Paquistão, representa a única força de oposição aos homens do Taliban. A principal tarefa da Rawa é atender os 2,6 milhões de refugiados afegãos. Nos campos de refugiados, a Rawa mantém hospitais e escolas para meninas e meninos. Mesmo sob a intensa vigilância Taliban, a entidade atua secretamente no Afeganistão. Escolas clandestinas para meninas e assistência médica para mulheres nas áreas mais remotas do país são as principais ações dessas bravas guerreiras.
DINHEIRO conversou com uma das líderes do Rawa, a afegã Mehmooda, que vive num campo de refugiados no Paquistão. Ela, assim com todas as integrantes do Rawa, vem recebendo ameaças de morte. “Não vamos desistir nunca”, avisa. Ninguém melhor do que Mehmooda para contar o que está ocorrendo com a economia do Afeganistão, devastada por essa exclusão social das mulheres afegãs. “O Aiatolá Khomeini, o horrível tirano do Irã, disse certa vez: ‘a economia pertence às bestas.’ Assim pensam também os talibans”, explica Mehmooda.
Sob a doutrina taliban, o Afeganistão vive a sua pior crise financeira. O desmantelamento econômico do país começou um pouco antes, em 1992, com a queda do governo pró-soviético de Najib e o avanço do grupo político Jehadi que iniciou uma fase de guerrilhas no país. Em 1996, quando o Taliban assumiu, as coisas só pioraram. “Até 1992, por exemplo, US$ 1 equivalia a 5 mil afegans (a moeda local). Hoje, US$ 1 vale 84 mil afegans”, diz Mehmooda. Não há sistema bancário, não há indústria, não há qualquer tipo de infra-estrutura no país que não esteja em frangalhos. Por um dia de trabalho, um afegão recebe hoje menos de US$ 1, enquanto um quilo de carne de carneiro não sai por menos de US$ 1,3.
Do ponto de vista externo, o Taliban só é reconhecido por três países: o Paquistão, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes. Portanto, toda e qualquer ajuda financeira oficial dos países desenvolvidos foi suspensa. A ONU recomendou a seus membros uma série de sanções econômicas, como o bloqueio de contas bancárias dos talibans e a proibicão da aterrisagem ou decolagem de aviões de pessoas ou empresas ligadas ao grupo radical. Internamente a situacão também é caótica. O Afeganistão está quebrado. Nas últimas duas décadas, guerras, instabilidade política e crise social arruinaram a economia afegã, basicamente agrícola. Trigo, arroz, milho e cevada estão entre as principais culturas do país. Sua geografia montanhosa e desértica, somada a longos períodos de estiagem, impede a auto-suficiência agrícola, ainda mais com metade da mão-de-obra disponível, as mulheres, retirada das lavouras. O país depende da importação de mais de 40% dos alimentos que consome. Desde que o Taliban assumiu, o Paquistão tem sido o único país a vender comida ao Afeganistão. Na terra afegã, o que mais floresce é a papoula, planta que dá origem ao ópio, droga alucinógena cujo comércio está nas mãos da máfia russa.
A retirada das mulheres do mercado de trabalho foi a gota d’água para o colapso total do país. Cerca de 90% dos professores e 50% dos médicos do Afeganistão eram mulheres. Escolas e hospitais foram fechados. “Hoje é comum encontrar ex-professoras e ex-secretárias se prostituindo pelas ruas da capital Cabul”, conta Mehmooda. Com 22 milhões de habitantes, o Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo. A maioria da população (80%) não tem água potável e a taxa de analfabetismo é de 67%.
AULAS SECRETAS |
Escolas para meninas funcionam clandestinamente |
Muitas dessas garotas, que enfrentam o duro regime para aprender a ler e a escrever, nem sempre voltam para casa. No caminho delas, além dos fuzis da milícia, há 20 milhões de minas terrestres. Foram deixadas em território afegão pelos soviéticos que durante 11 anos (entre 1979 e 1988) ocuparam o país. Calcula-se que dez pessoas morram por dia nos campos minados. Além das mortes, as minas praticamente encerraram a exploração econômica do solo afegão, rico em minerais, pedras preciosas, gás natural e petróleo. Ironicamente, um dos principais problemas do país no momento é a falta de dinheiro para importar petróleo.
A turbulenta história política do Afeganistão pode ser uma das explicações para a chegada ao poder dos extremistas do Taliban. Em 1919, o Afeganistão declarou sua independência da Inglaterra. No mesmo ano, iniciou uma aproximação com a recém-criada União Soviética (o Afeganistão foi um dos primeiros países a reconhecer o governo comunista). Os dois países mantiveram boas relações até a invasão soviética, em 1979. Após a retirada das tropas soviéticas, o Afeganistão sucumbiu a uma guerra civil. No meio dos destroços, surgiu a milícia Taliban, formada por estudantes de Teologia. Fundado por Mohammed Umar Akhunzada, ex-guerrilheiro que lutou contra os soviéticos, o Taliban colocou o Afeganistão na máquina do tempo e voltou à era medieval. “A maior parte dos membros do Taliban não sabe ler nem escrever, pois estudaram em escolas religiosas e foram preparados apenas para ler o Corão, o livro escrito pelo profeta Maomé, e textos antigos”, conta a afegã Mehmooda.
Os atos de selvageria dos radicais islâmicos foram comparados aos que os nazistas fizeram aos judeus, na Polônia, durante a Segunda Guerra, pelo influente jornal The New York Times. O grande temor do povo afegão é que esse período negro, que ocorre num ponto distante do mundo ocidental, se transforme em apenas um trágico dado histórico, assim como o próprio holocausto. “A nossa luta é para manter a sociedade afegã em pé, com escolas, hospitais, comida e música – mesmo que isso aconteça dentro das celas escuras em que se transformaram os lares afegãos ou nos campos de refugiados”, afirma a DINHEIRO a destemida Mehmooda.
• Contatos para contribuição à causa da mulher afegã podem ser feitos pelo e-mail (rawa@rawa.org) ou por carta P.O Box 374 Quetta, Paquistão. Fonte: ISTO É DINHEIRO
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Muçulmana esconde o rosto da própria família |
De acordo com advogados especializados em direitos humanos e ativistas feministas, três em cada quatro mulheres presas no Paquistão estão na cadeia porque foram estupradas. E uma vez que entram em custódia, quase todas elas são estupradas de novo, tanto por policiais quanto por carcereiros. O estuprador só vai preso se houver quatro testemunhas masculinas que tenham presenciado o ato da penetração - uma prova impossível de conseguir. A mulher, por outro lado, é presa porque, quando admite que foi estuprada, admite também que fez sexo fora do casamento, o que é ilegal. Adultério, fornicação fora do casamento e estupro são ofensas que aparecem agrupadas no código de leis do Paquistão. Poucos ataques sexuais são de fato registrados. Metade das vítimas que denunciam a agressão foram atacadas por gangues -geralmente por vingança a um homem da família. |
Min Min Lama, 15 anos, está presa porque fez um aborto |
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