quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Hoje abordaremos um assunto que atinge muitos, mas muitos casais no Mundo inteiro, o dificil convívio debaixo do mesmo teto entre duas pessoas, e, tudo o que pode ocasionar, caso não se entendam.
Vamos começar falando à respeito do ciúmes, quando passa dos limites. Da atração, paixão, obsessão.





Poderia o ciúme acabar com o relacionamento?




27 March 2009 18 Comentários       Postado por Rafael R
Coração e o ciúmeDefinitivamente, eu sou uma pessoa ciumenta. Sempre foi assim, desde que tive meu primeiro relacionamento. Talvez eu não seja exagerado em relação a isso, já que nunca discuti na rua, nunca briguei de forma mais séria por isso, mas já fui pra casa nervoso a ponto de ir sentido zona sul (eu moro na zona norte) e só perceber o equívoco quando notei que já tava perigosamente próximo de uma favela que eu sequer sei o nome. O fato é que em qualquer tipo de relacionamento, o ciúme sempre vai ser algo presente, quer a gente queira ou não. Qualquer pessoa no mundo que já teve um relacionamento pode nos contar uma história relacionada a isso, e infelizmente nem sempre as histórias têm finais felizes. Recentemente mesmo, podemos citar o caso do Janken, que acabou desferindo golpes de faca contra a ex-mulher, deixando seu filho orfão de pai e mãe, já que provavelmente ele vai ficar preso por algum tempo. Fatalidades de lado, até que ponto o ciúme é bom ou ruim? Como fazer pra controlar o ciúme? É possível viver inseguro e enciumado o tempo todo? O lado feliz dessa história é que, com o tempo, eu aprendi a controlar o meu ciúme. E o lado infeliz é que o máximo que posso fazer por você é tentar explicar algumas coisas, já que não existe receita mágica contra isso.

O ciúme bom

Demonstrar o ciúme é bom e passa uma sensação de carinho, de cuidado. Faça perguntas que satisfaçam sua curiosidade, mas não passe dos limites. É normal se preocupar com quem a gente gosta da mesma forma que é normal sentirmos isso de vez em quando. A única coisa que deve te preocupar é que ciúmes demais acabam desgastando o relacionamento, e depois que isso acontecer a coisa pode não ter volta. Evite chegar ao limite, controlando-se. Lembre-se sempre que se a pessoa está com você é porque ela te ama. Não tenha dúvidas disso, mas se tiver, pergunte a ela. É fácil.

O ciúme ruim

Ninguém gosta de gente desconfiada demais. Ainda mais quando você tem a cabeça tranquila por não ter feito nada que não deveria. Entenda que você namora a pessoa mas não é dona dela, não pode nem deve querer controlar todos os seus passos. Cada um tem a sua própria vida, independente da relação, e isso deve ser respeitado sempre. Por mais difícil que seja perceber isso, depois que você acordar pra esse detalhe, ficará bem mais fácil se controlar em situações que antes fariam com que você perdesse completamente a cabeça e a calma. Você está com alguém que te ama, lembre-se sempre disso.

Nem mais, nem menos, ache o equilíbrio

Cada pessoa tem um ponto de equilíbrio, o que naturalmente já torna mais difícil você achar alguém que tenha o mesmo equilíbrio com as coisas que você. Mas se querem construir uma relação bacana, sem desconfianças, sem armadilhas, procure o equilíbrio nesse quesito também. Se por acaso perceber que seu parceiro/a está pegando pesado demais, dê a dica. Se for você quem está pegando pesado, repense suas atitudes. Posso garantir, sem conhecer você, que não vale a pena por tudo a perder por causa de ciúmes. Até porque, meu amigo, depois que tudo acaba… ai não adianta mais chorar, né? Abra os olhos.
Participe deixando sua história de ciúme, como você conseguiu controlar o seu, como você conseguiu controlar seu parceiro. Essa discussão pode ser interessante pra muita gente.
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Ciúme no relacionamento

mulher com correntes prendendo homem
Shutterstock
Você já sentiu ciúme alguma vez na vida? Muito provável que a resposta seja positiva. Pois é, este monstro de olhos verdes, assim descrito por Shakespeare, parece sempre rondar os relacionamentos amorosos. Ele é uma emoção instintiva, natural, um sinal de alerta de que o parceiro pode ser "perdido" para um concorrente.
Pesquisas realizadas nas áreas da biologia e psicologia evolucionista mostram que os homens tornam-se muito mais ciumentos sobre a infidelidade sexual do que sobre a infidelidade emocional. As mulheres são o oposto, ou seja, são mais ciumentas quando há traição com envolvimento emocional do parceiro.
Uma das teorias afirma que essa diferença tem origem nos ancestrais homens das cavernas que eram rigorosos vigilantes em relação ao sexo porque eles não tinham absoluta certeza de que seriam os pais dos filhotes de sua parceira. Manter e proteger filhotes de um concorrente não seria produtivo, pois despenderia muita energia e recursos para uma prole alheia.
Por outro lado, as mulheres tinham mais receio de um envolvimento emocional amoroso do parceiro com a "outra", pois perderiam a proteção e os recursos para a própria sobrevivência e dos seus filhos.

Ciúme no relacionamento
Homem olhando para outra mulher
Shutterstock
Um novo estudo feito na Pennsylvania State University, Estados Unidos, sugere uma explicação alternativa para essa diferença biológica. Os pesquisadores não questionam a diferença sexual fundamental a respeito do ciúme, eles adicionam um elemento para essa diferença. Afirmam que a diferença pode estar enraizada mais nas diferenças individuais, na personalidade, do que simplesmente ser o resultado do histórico de relacionamentos amorosos de cada um.
Pessoas que afirmaram ter ciúme de relacionamento unicamente sexual tendiam no seu histórico de relacionamentos anteriores à rejeição ou resistência à criação de vínculos, denominados de "tipos de ligação". Esses tipos de ligação ou vínculo são baseados na ideia de que nossas respostas às situações perigosas ou aflitivas estão radicadas no comportamento dos nossos pais e nas experiências da infância.
Tanto homens como mulheres com "estilos de ligação" para a rejeição, cujos pais tendiam a ter comportamentos distantes e frios, evitam a intimidade e empenham-se para manter a independência, o que faz que sintam e reajam mais intensamente à infidelidade física (sexual) do que à emocional. Os psicólogos afirmam que essa pode ser uma estratégia de defesa, uma proteção contra sentimentos, "profundamente guardados" de vulnerabilidade.
Aliás, os estudos indicam que os homens geralmente são mais "propensos" aos tipos de "ligação de rejeição" do que as mulheres, o que pode ajudar a explicar tal diferença entre os sexos. Portanto, a influência de elementos psicológicos, culturais e ambientais, além do DNA, pode ter um papel importante quando o ciúme resolve invadir um relacionamento

Ciúme no relacionamento


Homem olhando celular da mulher
Shutterstock
  1. Identifique a causa, a circunstância ou a situação que provoca o ciúme. Questione se você tem alguma prova real que pode colocar seu relacionamento em perigo.
  2. Faça uma avaliação realista e neutra da causa do ciúme.
  3. Considere as explicações do outro lado de forma mais racional possível. Questione se você está criando motivos para o parceiro ter "comportamentos suspeitos" com outra pessoa.
  4. Esforce-se para construir sentimentos de confiança, respeito e cumplicidade no seu relacionamento, compartilhe segredos com seu parceiro e estimule-o a fazer o mesmo.
  5. Evite situações que podem ser os "gatilhos" para o ciúme, tais como ir a um restaurante em que ele frequentava com a ex.
Se houver a construção gradual e paciente de um vínculo livre entre dois adultos independentes, é muito provável que sentimentos de posse não terão vez entre o casal. Leia mais sobre atração, paixão e obsessão.

Atração, paixão e obsessão

A paixão mexe com os hormônios
Acredita-se que um dos momentos biológicos mais propícios para se apaixonar ocorre quando estamos vivendo situações emocionais extremas, como alegria, tristeza ou excitação em demasia, pois o cérebro fica repleto das substâncias dopamina, noradrenalina e serotonina. Elas podem nos predispor quimicamente à paixão e, então, talvez aconteça o tão sonhado amor à primeira vista.

Atração, paixão e obsessão

Será que ele vai ligar?
Os sistemas químicos que participam na formação do vínculo amoroso entre os parceiros podem ser também poderosos estimuladores da ansiedade. Quem nunca se sentiu inseguro e/ou ansioso com aquele friozinho na barriga quando trocou os primeiros olhares e palavras com o parceiro escolhido?
Para explicar este paradoxo, os estudiosos têm afirmado que os seres humanos são ansiosos até que um vínculo social é conquistado e, uma vez que isso ocorra, é provável, embora não necessário, que a ansiedade seja substituída por sentimentos positivos de estabilidade, aconchego, integração e prazer de estar ao lado da outra pessoa.
Outro dado curioso a respeito da atração é que ela se caracteriza por ser um estado mental alterado com entusiasmo ou júbilo semelhante à fase hipomaníaca da doença ou transtorno bipolar, com aumento dos níveis de dopamina e noradrenalina.

Atração, paixão e obsessão


A imagem do amado vira obsessão
Outros componentes da atração são representados por comportamentos padrões específicos que evocam uma resposta de reciprocidade ("no mundo, só existe o meu amado e somente eu existo para ele") e pensamentos intrusivos ("o meu amado não sai da minha cabeça"), que são parecidos com as obsessões típicas de uma doença, o transtorno obsessivo-compulssivo (TOC).
Obsessões são pensamentos repetitivos e desagradáveis e compulsões são condutas, gestos, rituais ou atitudes repetitivas; ambos são incontroláveis. Por exemplo, medo de se contaminar com germes, lavar as mãos repetidamente, ordenar ou arrumar objetos sempre de uma forma.
Pesquisadores italianos, liderados pela psiquiatra Donatella Marazziti, formularam essa hipótese porque mostraram que nas pessoas que tinham se apaixonado recentemente (estavam na fase de atração) e ainda não tinham tido relação sexual com o parceiro, a quantidade de serotonina no cérebro era mais baixa que nos indivíduos que não estavam apaixonados e semelhante aos níveis observados no grupo de pacientes com TOC.

 Atração, paixão e obsessão

Obsessão pelo homem amado gasta a sua energia
Portanto, quem está na fase da atração pode ter um cérebro predisposto quimicamente à obsessão pelo ser amado e gastar toda a sua energia mental em pensamentos que rodam repetidamente e insistentemente na imagem, inicialmente, idealizada do amado.
A sensação de insegurança é típica da fase da atração. Mas, afinal, quem deve tomar a iniciativa na paquera?
Fonte: BBEL Um Estilo de Vida


INFIDELIDADE E TRAIÇÃO (PSICÓLOGO ANALISA AS CONSEQUÊNCIAS PARA O CASAL)

Independentemente da era, modelo econômico e social, o assunto da traição nos relacionamentos acompanha a própria história afetiva e sexual do ser humano. Obviamente por seu caráter de extremo sofrimento e dor, a matéria é sempre atual, mesmo que determinados modismos tentem se impor no padrão cultural de determinada época. Quero deixar claro que as idéias apresentadas abaixo não possuem um caráter genérico, mas, apenas observações de casos acompanhados clinicamente. A primeira premissa para uma futura traição sexual ou afetiva é o não acompanhamento da imagem psíquica que uma pessoa formou acerca de seu companheiro, e se tal imagem é passível ou não de satisfação plena. A estimulação da ilusão seja pela sedução ou ausência é sinônima completa da traição, sem que ocorra necessariamente um encontro sexual clandestino. Antes da traição sexual propriamente dita, ocorre a fuga no plano emocional, havendo a recusa da ajuda perante o desenvolvimento das potencialidades amorosas de ambos os parceiros; assim sendo, a traição máxima é o desânimo de estar com alguém. A psicologia falhou no estudo deste tema, pois os elementos destrutivos tão bem estudados pela mesma, se aplicam diretamente à questão da traição. Digo isto, pois no campo clínico notei que o desejo de trair alguém nasce muitas vezes diante da fraqueza do parceiro; revelando os conteúdos da agressividade, frustração e desejo de poder sobre o outro; que irão catalisar a busca por novas pessoas. 
Quanto maior a timidez de uma das partes envolvidas no tocante a exposição da perda de seus sentimentos, maior será a competição do companheiro para alterar ou recuperar a situação anterior. Conclui-se que a traição está intimamente ligada à disputa e competição. Do ponto de vista masculino é histórico o desejo de ambição. Jamais podemos nos contentar com a falácia do "enjôo" no relacionamento; o que ocorre é o transporte do desejo de riqueza e acúmulo do âmbito social para a relação. O amor masculino é cumulativo e age perante o desafio; e como a mulher é sua posse pode a destratar o quanto quiser, após a conquista; caso alguém duvide é só se lembrar das experiências da adolescência em relação à competição grupal acerca de quem iria sair com a mais bela garota da escola. O homem na maioria das vezes carrega esta dificuldade de não conseguir amar, tendo a necessidade da conquista do objeto sexual valorizado para satisfazer seu narcisismo perante o meio. 
A traição feminina segundo alguns psicólogos tem a finalidade de por fim a determinado relacionamento que há muito tempo está falido. Tal conclusão é verdadeira em parte, pois a questão ultrapassa este conceito. A postura sexual da mulher não deixa de ser um "espelho" perante todo o histórico do comportamento de seu par; a traição feminina encerra não apenas um componente de vingança frente ao que o homem resistiu em proporcionar a mulher, mas, também guarda uma memória afetiva e sexual extremamente elevada sobre todas as situações vividas. O interessante é que o sofrimento feminino perante a traição remete a falta de amor de seu parceiro; já no caso masculino, a primeira leitura é sobre o desempenho sexual, ou se outra pessoa consegue ir além de suas capacidades, reforçando o caráter da competição citada acima. Outro fator interessante é como cada um reage frente à traição. A mulher por mais ferida que esteja, ainda tenta entender o que aconteceu no relacionamento que acarretou tão trágico episódio; o homem faz a leitura de que a traição feminina sempre fez parte de um desvio de caráter da mulher, tentando se eximir de qualquer responsabilidade pessoal. O quadro cultural em que o ser masculino foi criado diz que o mesmo "ama quem não deseja" - sua esposa, e "deseja quem não ama" - seja uma amante ou aventura sexual qualquer.
Essa dicotomia afetiva novamente retrata o caráter ambicioso e bancário dos relacionamentos. Diz ainda da delicada questão da beleza ou sensualidade e como se lida com ambas. O homem procura galgar poder e respeito perante seus pares, como foi exposto. A mulher encara a beleza quase como uma "sobrevivência" de sua parte afetiva que clama por consideração, tentando evitar o abandono por parte de seu companheiro; embora abaixo irei relatar alguns aspectos nocivos de como o ser feminino lida com tal aspecto. A beleza talvez seja o ícone máximo da era moderna, se associando a dinheiro, prestígio e status. Sua função psicológica é diminuir a angústia e sofrimento desesperador da rotina diária. O ser masculino a busca para esconder suas ambições ou decepções que não conseguiu efetuar. A mulher a nutre pela necessidade de ser cultivada e servida, embora reclame constantemente da obsessão e ciúme. A mesma ainda acusa o homem por seu caráter essencialmente erótico; mas, o por que então da preocupação exacerbada com a aparência? A fortuna movimentada pelas clínicas estéticas mostra um outro lado; o vício da mulher no tocante ao hábito de seduzir, e a mentira que algumas vezes passa ao tentar dizer que gostaria de algo mais profundo, quando na maior parte do tempo alimenta apenas sua vaidade. É o mesmo processo que ocorre com alguém que detém extrema fama e se queixa do constante assédio e invasão de sua privacidade; sendo a fama seu combustível diário. A dissimulação é generalizada quando se consegue uma substancial dose de valor ou importância. A beleza é o seguro mais atual contra todo o processo da fragilidade humana em todas as esferas. O modelo social nos coloca a imposição da fama não apenas para sermos respeitados, mas o que é pior; para obtermos determinadas satisfações básicas, como a atenção ou afeto, citando dois exemplos. Uma das provas do amor é o desejo constante de servir; infelizmente a maioria dos casais não consegue a comunicação de como isso deve ser feito na prática. Já faz um bom tempo que a disponibilidade não incrementa a gratidão ou desejo do parceiro. A sensação é de uma exigência que jamais alguém poderá cumprir, dissimulando o fato de que a maioria das pessoas tem um grave problema em estabelecer compromissos nos dias atuais. A dicotomia observada é se sentir confinado numa relação, clamando por liberdade para novas buscas versus o terrível medo da solidão; isso sem contar a parte destrutiva que todos carregam na ânsia ou desejo de "amarrar" a alma de alguém. O desejo de liberdade que eclode quando estamos num determinado relacionamento é fruto da baixíssima autonomia que possuímos na esfera econômica e social. Transportamos determinadas faltas sociais para os relacionamentos. Mas voltando ao tema da traição, o que fazer quando se descobre a mesma? Esta sem dúvida alguma é a pergunta que mais dilacera quem passou ou está passando por tal experiência. O ideal seria que antes de tal catástrofe um dos dois discutisse não apenas sua ambição por outras pessoas, como também a sensação de aprisionamento que a relação está produzindo. Mas é quase que tolice buscar sinceridade na atualidade. O fato é que a descoberta da traição não apenas levanta aspectos ou desejos de vingança, abrindo caminho para pensamentos muitas vezes irracionais que a pessoa não possui nenhum tipo de experiência ou controle. Parece que qualquer tentativa de resolução leva ao caos psíquico. Se há o "perdão", aparecem os mecanismos de poder, sendo que o sentimento de dívida ou a falha comportamental jamais poderão ser restaurados. O perdão trará também a consciência que nem toda a mágoa ou escombro mental pode ser removido, tendo que aprender a conviver com um "resto" de desilusão; apesar de que o perdão é o melhor instrumento para se aferir se houve apenas um conflito que o parceiro não soube lidar, ou se as atitudes desenvolvidas pelo mesmo fatalmente irão se repetir. Se ocorrer a dissolução da relação, o arrependimento por tão radical decisão inunda a consciência; isso sem falar na paranóia ou desconfiança que se instalam automaticamente no convívio diário. Uma das mensagens cruciais é que deveríamos sem dúvida alguma seguir em frente. Podemos inferir que a traição remete a nossa falta de experiência de como lidar com o ódio, elemento irmão da paixão ou amor. A raiva resultante de uma traição possui um duplo sentido: primeiramente é fundamental que possa ser expressa para que ocorra a libertação psicológica de quem está completamente absorto no sofrimento. Porém, o cuidado deve ser extremo para que não se alimente a continuidade de algo essencialmente negativo, reforçando a sedução de ser a vítima o tempo todo.
A tentativa histórica e moral das religiões de coibir relacionamentos fora do modelo do casamento, só potencializou a atuação destrutiva num nível além do alcance da maioria dos mortais, pois sempre teve medo de discutir as reais paixões humanas negativas; embora até hoje não consigo visualizar alternativas de relação não neurotizadas, quando se foge de determinados preceitos históricos e morais. A traição revela a outra faceta sempre negada de qualquer apego ou dependência; que tudo não apenas passou de ilusão, e que temos de fazer uma certa lição de casa acerca de nossos sonhos e expectativas; ou perceber se no decorrer de nossas vidas estamos apenas investindo em terrenos estéreis. O mais dolorido nisso tudo é a nossa instabilidade para o prazer. Seja a insatisfação do sujeito com a rotina, ou a pessoa que originou o processo da traição, todos se encontram numa total escuridão acerca do futuro. A decisão não cabe mais a ninguém; somente a determinada frase ou elemento de impacto que tire todos do caos, perante os fatos ocorridos. A traição é a exposição da carência ou bloqueio afetivo de todas as partes envolvidas. Não há vencedores; apenas uma troca atribulada da antiga segurança emocional pela disputa completa. Fazendo uma comparação em termos sociais, equivaleria a uma demissão no âmbito profissional, após certo tempo de experiência, sem que os reais motivos de tal acontecimento fossem explicitados. A disputa pelo objeto de desejo gera uma total ambigüidade: o narcisismo consciente ou não de quem traiu, se sentindo sobrevalorizado inconscientemente perante o episódio; assim como a pessoa traída irá buscar a prova de seu valor pessoal por todos os meios possíveis; isso sem falar do álibi que alguém traído pode usar contra todas as faltas do outro, fugindo de suas pendências psicológicas. Por outro lado, o sofrimento acarretado por tal disputa nasrcísica levará ao "nojo" ou degradação daquilo que era estimado. Uma questão importante no tocante à traição, é que a mesma remonta a sobrevivência do ego. A expectativa de uma miserabilidade seja no campo econômico ou pessoal, é a tragédia de nossa época. Ser traído equivale a uma espécie de falência emocional, psíquica e sexual. O importante a frisar novamente é a sedução de sentir ódio em qualquer situação afetiva. Tal emoção visa não apenas distrair a pessoa de suas mágoas ou frustrações, se tornando uma espécie de passatempo que preenche por completo a alma de alguém. O ódio se instala seja pela traição ou qualquer característica que se vê no parceiro que gere conflito. A hipocrisia é plena na matéria afetiva, pois há muito tempo já deveríamos saber da nossa intolerância no terreno emocional. O ódio é o mais puro comportamento cotidiano; a felicidade remete à unicidade, tornando uma pessoa especial por se conhecer e lidar com todo o tipo de conflito. O contrato afetivo que quase ninguém consegue estabelecer é o preço a ser pago pela convivência a dois. A pessoa que trai julga não apenas estar insatisfeita; sendo que seu desejo de poder está longe de ser concluído. O desafio se torna uma meta de vida silenciosa e ilegal. A traição diz de uma pessoa totalmente mimada, pois tenta sugar o máximo possível na esfera afetiva e sexual; embora não possa concordar plenamente que a traição reside apenas numa determinada ambição. Há uma tentativa avassaladora de despotencializar o parceiro por completo; uma espécie de inveja por não ter incorporado elementos que lhe dariam mais poder ou segurança. A dificuldade e timidez no tocante aos fatores emocionais constituem outro caos emocional de nossa atualidade. O tímido como observei exaustivamente em outros estudos*; nega-se peremptoriamente à divisão de qualquer experiência íntima. Odeia falar de si; usando sua dificuldade social para fugir de suas responsabilidades afetivas. Sua meta é obstruir o "sonho do outro", pois, caso alguém atinja o "clímax" com ele, terá um compromisso de retribuição que não deseja efetuar. Não que as pessoas que mais cometam uma traição sejam necessariamente tímidas, mas um ponto que quero ressaltar é que a traição é uma forma de nivelar todos os envolvidos pelo desespero. Mas o leitor irá se perguntar qual a vantagem de se produzir um sofrimento quase que insuportável? Medo do envolvimento pleno, fuga, anseios de poder frustrados, repetição de relacionamentos familiares destroçados e principalmente investimento apenas numa imagem egoísta e narcisista de caráter. Todos têm o dever de aprender as equivalências dos processos onde estão envolvidos. O casamento se tornou uma espécie de "venda", onde tudo é prometido antes: encontro de casais, orientação religiosa ou matrimonial, apoio social e tradições. Porém, após certos conflitos as pessoas se encontram absolutamente desamparadas, seguindo o mesmo procedimento que ocorre na esfera econômica e social.
A saída de todo esse processo de terror seria a não intimidação perante o vício de competir, que é sinônimo do modelo social e que acaba com a relação gradativamente. O auto respeito é nunca trocar a segurança pessoal por uma imagem ou cópia de idiossincrasias coletivas. Quem não consegue depender de si próprio, abrirá caminho para todo tipo de situação neurótica e de futuro desprazer. Não que deseje passar a mensagem que todos devem procurar a solidão; muito pelo contrário, aquele que aprendeu não somente a depender de si, sendo também receptivo às possibilidades de trocas genuínas, estará muito próximo da arte do amor e satisfação quase que plena. Talvez a coisa eterna e saudável em nossa vida não é a lembrança corriqueira de algo negativo, como nossa mente aprendeu a se concentrar, mas principalmente a abertura e possibilidade no dia a dia de aprender, e nunca se abater ou contaminar por processos que já eram viciados desde seu início. Quanto maior o apego, maior a possibilidade de uma traição, pois, o medo da perda caminha em paralelo com a dificuldade de se expor à gratificação ou não no convívio com determinada pessoa. O ciúme acarreta o mesmo efeito; sufocar e não dar a mínima chance para que a pessoa possa mudar de idéia ou fazer outra escolha; assim sendo, a insegurança é a mola propulsora inconsciente que pode trazer à tona o desejo de trair em ambos os parceiros; sendo assim, não há inocentes nesta matéria. O leitor poderá questionar se não é um tanto religioso o modelo aqui apresentado de expor todas as insatisfações, como uma espécie de "confissão" emocional. O fato é que se não há nenhum parâmetro de diálogo ou convivência afetiva, o narcisismo exacerbado de um dos parceiros triunfará sobre qualquer possibilidade de troca verdadeira, com todas as conseqüências danosas que conhecemos. Para tudo se cria a possibilidade de ganhar dinheiro. Na traição, a coisa não funciona de modo diferente. A indústria dos detetives ou flagrantes de uma suposta traição movimentam um mercado de grandes somas econômicas. Ao invés de se alimentar essa paranóia, seria interessante que as pessoas lidassem profundamente com seus sentimentos de desamparo e abandono. Cansei de observar pessoas totalmente inseguras, que seu objetivo máximo de vida era apenas delatar ou encontrar provas da infidelidade do parceiro. Quem possui plenamente afeto ou amor jamais poderá se considerar como traído, no máximo fez uma péssima escolha, seja por fatores estéticos ou comportamentos neuróticos que remetem a um passado mal resolvido. A verdade é que as pessoas se usam o tempo todo, e o relacionamento se assemelha a estar em determinado emprego sempre à espera de uma oportunidade melhor. Para o sujeito que sofreu a traição, a pergunta é se realmente o mesmo sentia a felicidade de estar com a pessoa, ou se apenas tudo não passou de um ensaio acerca do que seria realmente sua satisfação pessoal? A obrigação de relacionamentos duradouros que antigamente faziam parte do cotidiano deu lugar à absoluta incerteza de quanto uma relação irá perdurar em nossos dias. "Tudo pode acabar a qualquer instante"; já que o mandamento máximo imposto por uma era de solidão e desespero é a não cobrança de desejos ou afetos. Deveríamos prestar mais atenção ao que realmente perdura em nossas vidas. A traição seria realmente a perda de um investimento emocional profundo, ou uma tola ilusão de que uma pessoa poderia se encaixar num perfil desejado? Alguém exige a fidelidade por um real compromisso amoroso, ou não admite nenhum arranhão em sua imagem egóica? Certamente tais perguntas são cruciais no desvendamento do problema apresentado. Talvez muito mais do que um aspecto ético ou religioso, a traição subliminarmente está dizendo de alguém que se tornou uma espécie de "nômade" afetivo. A discussão sobre o que é duradouro é fundamental para aprofundarmos a questão da traição. Não seria a própria instituição matrimonial um desafio a fatídica questão da morte como essência humana? Peço apenas a reflexão para tal ponto. A morte sempre dá sinais antecipados de sua futura ocorrência, sem que haja perdas ou situações bombásticas. O lamentável é que poucos sabem interpretar tais fatos. O grande dilema é o que aceitar ou escolher para o curso de nossas vidas: dor, amargura, desespero, ódio, ou potência pessoal e criatividade. A traição é a recusa completa na crença de que o convívio afetivo poderia ser ocupado por uma pessoa muito mais qualificada. A frustração cega por completo qualquer tipo de esperança acerca do futuro. Temos o hábito milenar da concentração na vingança e reparação, ao invés da análise de futuras possibilidades e sobre o que estamos atraindo para nossa vida. A verdade é que somos quase que totalmente ineficazes para estabelecer o ponto ideal de quando deveríamos ir embora; prova disso são as constantes sensações de culpa ou arrependimento. A traição soa como uma volta temporal no relacionamento a determinado estágio onde não havia vínculo ou compromisso; como se perdêssemos totalmente a segurança que achávamos que detínhamos. Outra questão importante a se levantar é a dificuldade de se manter ou cultivar uma relação que é até agradável; porém, fica exposta totalmente à fantasia ou pensamento obsessivo de uma incompletude que parece que jamais poderá ser preenchida. Parece que apenas a perda nos mostra como sempre estamos distantes das pessoas que julgávamos amar. Até o momento, estive falando sobre ambição, posse e outros sentimentos que geram ou são gerados pelo poder. Uma relação na nossa atualidade parece como uma escolha que sempre acarreta a sensação de clausura; desprovida de uma seqüência criativa, ou que produza um constante estado de liberdade; este último se tornou o antônimo dos compromissos como estava dizendo no começo do estudo. Parece que todos vivem a contradição de desejarem ser livres; paralelamente ao desejo de "pensão" ou aposentadoria no âmbito afetivo, quando escolhem viver com uma pessoa. Há ainda o fator da construção de bens materiais para supostamente serem desfrutados a dois; sendo que não se percebe que na maioria das vezes tal meta apenas esconde a própria insatisfação pela permanência da relação. Esta árdua tarefa é outro fator gerador da traição, pois uma pessoa que se sente sobrecarregada irá tentar desafogar o peso extra de alguma forma. O que não se percebe neste exemplo é que todas as expectativas são direcionadas para uma ilusão de prazer no futuro, se esquecendo por completo da carência do presente. É trágica a preguiça coletiva de se perceber o significado de determinados processos. O centro do conflito de qualquer relação afetiva é o temor de expor hábitos ou comportamentos que ainda não foram passíveis de compreensão ou solução pelo indivíduo, causando vergonha e humilhação quando percebidos a dois. Apesar disto, nunca nossos desejos se tornaram tão reféns de outras pessoas. Talvez poucos estejam atentos para o fato de que o esforço pessoal de uma pessoa muitas vezes é dirigido para uma área que compense aquilo que a mesma está em déficit há anos, se recusando a lidar com seus complexos. Penso que a solução mais viável para todos os problemas apontados seria o equilíbrio energético. Na prática passa pela conscientização de que um relacionamento ou amizade é algo vital, que requer manutenção ou investimento diário, assim como nossa tarefa de sobreviver. Consumimos a maior parte de nosso tempo em coisas forçadas ou que estão desprovidas de um sentido mais profundo; quando podemos decidir por algo no tempo livre que nos resta, surgem a ansiedade e angústia como inibidoras de algo novo. A lição básica é a aferição do presente em qualquer tipo de encontro ou relação. Um ideal ou imagem é meramente uma construção psicológica para acomodar a mente num suposto prazer, ou fugir do medo. Portanto, sua perda nunca será a raiz da traição, mas do engano pessoal potencializado. Deveria haver espaço para tudo (sexo, alegria, diversão; assim como para coisas negativas do tipo: rotina e tédio). Porém, nossa alma carenciada valoriza uma constância de prazer inatingível. Todos fomos treinados desde cedo para o esforço, e descobrimos que na área da pessoalidade, este talvez não seja a ferramenta mais eficaz. Quando indago meus pacientes acerca do que seria a relação perfeita escuto como respostas: companheirismo, cumplicidade e fidelidade. Confesso que se torna um tanto irritante ouvir tais conceitos absolutamente genéricos, quando na verdade quase ninguém consegue realmente acompanhar o âmago de uma relação, ou suas constantes atribulações. O que se chama de "amor" quase sempre se transforma num labirinto, onde seu centro é nossa ferida emocional sempre aberta. O medo será sempre um tipo de seguro sobre se devemos um não doar algo especial sem nenhuma garantia de retorno. A contradição é imediatamente instalada, pois, a retenção de algo supostamente de valor acarreta invariavelmente a desvalorização completa do mesmo. Toda sociedade ou cultura acaba desenvolvendo mecanismos de defesa contra o sofrimento. O chamado "ficar", tão propagado pelos jovens não passa de uma insípida proteção contra o desejo oculto de traição de ambas as partes. Se aceita tranqüilamente que o aprofundamento pode levar a dor; como conseqüência apenas é solicitada uma mera companhia. A solidão é vista como uma doença terrível, sendo que o remédio é tomado apenas pela metade, já que a dívida ou compromisso é evitado. A inversão de prioridades tem sido a tônica dos dias atuais. Como a sobrevivência no plano material ocupa a cada dia mais espaço, ocorre um relaxamento no plano da pessoalidade. Apenas o bom senso e discernimento são os instrumentos válidos para que tipo de ação tomarmos diante da traição; seja a continuidade ou separação do relacionamento. A ajuda profissional é fundamental não como um juízo de valor perante o ocorrido, mas para "escavar" as causas que originaram todo o histórico.
A premissa romântica tão propagada da procura da "alma gêmea" possui um cunho de verdade, porém, poucos a percebem onde a mesma ocorre verdadeiramente. Por pior que sejam os acontecimentos ocorridos num relacionamento, a experiência clínica e análise do inconsciente comprovam que o casal se completa totalmente no sentido de que cada um possui bloqueios semelhantes, embora de origem diversa, e que poderiam se ajudar na superação dos mesmos. Qualquer relação por mais ínfima que seja carrega o peso de duas almas que procuram ajuda e ainda não perceberam tal fato. O terrível é que a falta da franqueza irá esconder o potencial de cada um no tocante a carência extrema do outro. Quando se inicia um namoro ou relação, a mesma é quase sempre movida pela atração ou desejo sexual. Este não é a essência da libido como muitas escolas da psicologia acreditaram por décadas, mas reflete por natureza uma ambição íntima de uma espécie de "contrato" que gostaríamos de estabelecer com alguém para ocultar o nosso caminho não percorrido. O quase centenário conceito do complexo de Édipo se ajusta no que foi dito. Não nos tornamos neuróticos por estarmos fixados na disputa contra um dos genitores por mais atenção e amor que gostaríamos de receber do outro; este comportamento de tentar retirar alguém de nosso caminho apenas delata nossa angústia por procurar algo novo; qual o propósito de arriscar uma rejeição afetiva contra estranhos, se podemos forçar que nossos pais nos dêem tudo, inclusive fantasias eróticas? O complexo de Édipo apenas prova o medo do erro fora do círculo familiar.
A traição é a imposição sobre nossa consciência para que lidemos com a dor da injustiça pessoal, que quase sempre se deriva da coletiva. Enfim, será que sofremos por não termos atingido um sonho; e se o obtemos muitas vezes não resta apenas o vazio existencial? Qualquer ato de transformação só será válido quando se inicia pelo íntimo. Podemos ou não ter a sorte de encontrarmos alguém que realmente nos amou; tal questão infelizmente foge completamente de nossa vontade; mas com toda ênfase afirmo que está sob nosso controle a administração das seqüelas e nossa esperança de um recomeço mais maduro e harmonioso. 

Ciúmes doentio no casamento: As dificuldades e as crises nos relacionamentos devido ao ciúmes doentio

Ciúmes doentio no casamento: Crise no casal devido ao ciúmes doentio
O ciúmes doentio é um sentimento intenso que provoca grande desgaste no relacionamento, pois de forma incontrolável afeta todas as possibilidades de entendimento do casal.
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O casamento ou a convivência habitual entre duas pessoas é constituído numa relação de parceria, confiança, compartilhamento e investimento contínuo para que consiga enfrentar as dificuldades diárias e a rotina necessária na relação.
Diferentes tipos de crises ocorrem numa relação interpessoal e, no casamento, isto não é diferente, pois por mais que haja amor, a relação dual precisa ser pautada nas diferenças individuais e na capacidade de cada um de, mantendo sua individualidade, respeitar a individualidade do outro.
Segundo Andolfi (2002), não existe um caso típico de casal em crise. Essas relações assumem uma grande variedade de formas e são conduzidas de modos diversos. Os significados a elas atribuídos e as motivações subjacentes são muitos, variados, assim como as circunstâncias da descoberta e dos efeitos subsequentes. Os comportamentos são fortemente influenciados  por diversos fatores: a fase em que se encontra o casal em seu ciclo de vida e de casamento, as dinâmicas individuais e de casal, o sistema de valores e o ambiente sociocultural em que a relação se dá.
Quando um dos cônjuges não investe mais no outro, causa angústia e depressão, uma vez que colocou-se o casamento como centro de uma privilegiada experiência amorosa e realização afetiva do indivíduo (Gomes, 1992, apud Munhoz, 2000).
Segundo Munhoz (2000) quando o casamento deixa de ser fonte de prazer e satisfação dos próprios desejos, o casal vê-se desiludido, fundamenta-se em fatores externos, sem coesão interna o que os leva à dificuldades na sobrevivência da relação. O casamento pode até ser feliz e durar a vida toda, quando estão presente o vínculo do amor, o afeto, a estima e respeito, o que nem sempre acontece. Desta forma, freqüentemente ocorrem  os relacionamentos extra-conjugais.
Moraes (1989 apud, Munhoz, 2000) ainda acredita que quando casam-se, as pessoas querem viver bem um com o outro, ambos pretendem o melhor para o seu relacionamento. Quando as situações da vida exigem deles uma situação mais concreta, cada qual buscará interpretá-la de forma mais conveniente para si. Com isso, conflitos por pequenas coisas transformam-se em grandes disputas e cada um se sentirá injustiçado e incompreendido pelo outro, dependendo da afetividade da relação conjugal.
Quando um casal que se ama entra em crise, o esperado é que saiam dela crescidos. O importante é que, toda vez que forem percebidos sinais de crise, cada um se pergunte o quanto seu cônjuge é amado e necessário e se realmente existe o desejo de continuar vivendo com ele. Se a resposta for positiva, então as causas possivelmente serão detectadas e as crises poderão ser resolvidas com maior facilidade. Porém, se a resposta for negativa a crise está dando passagem para a separação ( Shinyashiki e Dumét, 1988).
Existem várias fases para um casamento chegar ao fim.  O fim pode ocorrer através de uma infinidade de mudanças, descontentamento, conflitos, falha na comunicação e desilusões.

Amores brutos

As brigas tomaram proporções gigantescas e o desrespeito é mútuo

Amores brutos



A primeira coisa que vem à cabeça quando falamos em violência entre casais é o homem batendo na esposa. As estatísticas estão aí com dados alarmantes para provar isso. Mas violência não é necessariamente agressão física. Quem nunca errou a mão durante uma briga com o companheiro e abusou de palavrões e xingamentos? Essas práticas nada saudáveis em um relacionamento podem ser sinais de que é hora do casal conversar antes que fatos mais graves aconteçam. Ou, simplesmente, que a relação acabe por não haver respeito entre os parceiros.

A violência doméstica acontece de forma psicológica também. É uma frase dita aqui, uma atitude desrespeitosa lá, um insulto acolá. E não adianta negar: tanto os homens quanto as mulheres são agressores. A predisposição a atitudes mais violentas varia de acordo com o temperamento de cada pessoa e, principalmente, pela (desastrosa) combinação de mágoas, complexos e modelos pré-estabelecidos na cabeça de cada indivíduo. Se uma pessoa só já é complicado, imagine unir duas com o mesmo tipo de comportamento? No mínimo, pode-se comparar a uma bomba relógio, prestes a explodir a qualquer momento.

No caso do médico Jeferson Granja a bomba explodiu. Mas só foi necessária apenas uma pessoa para tal feito. Ele conta que passou por isso duas vezes. Em ambos os namoros, as brigas excederam os limites e o resultado foi o fim do relacionamento. Na primeira vez, durante um passeio pelo shopping, a então namorada teve uma crise de ciúmes por causa de uma vendedora que atendia o médico. "Ela segurou o meu rosto e gritou na frente de todo mundo, perguntando se eu achava que ela era uma idiota. Aquilo me marcou muito. Achei um absurdo, uma baixaria. Virei as costas e a deixei falando sozinha", lembra ele. Para Jeferson, a maneira de tratar o companheiro é fundamental em uma relação. “Existem mil maneiras de falar algo com uma pessoa. A palavra pode marcar muito. Fui educado assim, tenho essa referência e quero isso para os meus relacionamentos”, continua ele.

Violência verbal

Na segunda vez, ele também não deu sorte. O namoro foi cheio de percalços por causa do jeito explosivo da moça. Antes de namorar Jeferson, ela tinha sido traída pelo ex. O medo que isso se repetisse com o médico prejudicava o relacionamento. As brigas se intensificaram quando os dois resolveram fazer dança de salão juntos. O contato com outros casais gerava crises de ciúmes. Certa vez, durante uma discussão, ela perdeu o controle novamente e começou a xingá-lo. “Parei o carro imediatamente. Embora gostasse muito dela, não ia admitir que me tratasse assim. Ela sempre prometia que ia mudar, tentar se controlar, mas não conseguiu”, conta. “Ela não falou que tinha medo de reviver a traição novamente. É um incidente pequeno não falado que provoca isso. A velha história da gota d’água”, completa.

Cultivando mágoas

Estes incidentes pequenos tornam-se grandes obstáculos muitas vezes difíceis de transpor. De acordo com o psicólogo e terapeuta de casais Aílton Amélio da Silva, algumas atitudes se transformam, como ele mesmo define, em “agressões tóxicas” para o relacionamento. Se constantes e intensas, elas podem comprometer a relação. “Criticar exageradamente, demonizar o outro, só olhar o lado negativo do parceiro, ironizar, mostrar nojo são sinais que a relação não está indo bem. É o momento de parar, conversar ou até mesmo pedir ajuda a um especialista”, esclarece o autor do livro “Para viver um grande amor”, da Editora Gente, que trata de temas sobre relacionamentos amorosos, como a importância da conversa entre casais.

A publicitária Anelise Calmon* admite que comportamentos como estes minaram o seu casamento de cinco anos. Segundo ela, no começo do namoro, as brigas eram constantes, mas facilmente contornáveis. Entretanto, meses depois do enlace, as primeiras ofensas começaram a aparecer. “O fato de estarmos casados, de termos uma relação teoricamente estável fez com que ele se alterasse. No fundo, ele achava que o casamento dava imunidade a qualquer problema. Mas exagerou. As brigas eram repletas de ofensas. Demorou, mas chegou um ponto que eu não agüentei mais tanta humilhação e resolvi cair fora, mesmo gostando muito dele”, lamenta.

Evitar comportamentos agressivos não quer dizer aceitar maus tratos de ninguém ou, então, reprimir os sentimentos. De acordo com Dr. Aílton, ter raiva é uma atitude muito normal e até faz bem se devidamente exteriorizada. “A raiva deve ser expressa, não pode ser contida. Uma conversa em que existe respeito é um caminho para isso. Se a raiva for contida, vai começar a formar mágoas que, no futuro, se tornará algo muito pior de mudar”, alerta o psicólogo.

Conversa franca
Toda atenção é pouca quando se trata de preservar o relacionamento. Discutir a relação como nós gostamos de fazer é muito positivo. No entanto, de acordo com Dr. Aílton, evite exageros. "A mulher toma mais iniciativa quando as coisas não estão boas. A conversa é importante, mas deve-se ter uma necessidade real para isso. Se for algo freqüente, pode até prejudicar. Cerca de 80% das brigas é iniciada pelas mulheres", revela ele.
A violência psicológica é mais difícil de ser percebida porque a agressão é gradual. "Não existe uma divisória nítida para perceber essa violência. Se não ficarem atentos, a coisa pode crescer e os danos se tornarem irreversíveis", afirma Aílton. A psicoterapeuta francesa Marie-France Hirigoyen, autora do livro "A Violência no Casal", da editora Bertrand Brasil, faz coro. Segundo ela, a violência é cada vez mais sutil e se instala aos poucos até deformar a relação completamente. "De maneira geral, é difícil pensar a violência, o que explica por que temos dificuldade em percebê-la. Não queremos vê-la em nós, mesmo que a aceitação de nossa ambivalência nos permitisse lutar melhor contra ela. Apesar de nossa vigilância, na maior parte das vezes não vemos seus primeiros sinais senão depois de um ato violento", afirma em seu livro.

A maneira como a relação foi estabelecida vai dizer quais são os limites que o parceiro pode chegar. Mas, se os problemas resultarem em agressões físicas, é hora de uma atitude radical. "Tudo vai depender do casal. Se a agressão for por um pequeno descontrole, diga ao outro que você não irá mais tolerar atitudes assim. Se for algo fora do comum, a separação é inevitável" revela, lembrando que, no segundo caso, é válido denunciar a agressão. Para o psicólogo, mesmo gostando muito do companheiro, ninguém deve aceitar o desrespeito. "Ao contrário do que dizem, o amor não pode ser cego", finaliza.
 Fonte: Bolsa de Mulher

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