Michelle Bachelet,
presidente do Chile de 2006 a 2010 e atual diretora-executiva da
ONU-Mulher, denunciou uma epidemia mundial de violência contra a mulher,
em um debate no Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta sexta-feira
em Genebra.
"É ampla, persistente, global, onipresente (...), uma
epidemia como a da Aids", estimou Bachelet ao se referir à violência
contra a mulher no mundo, durante um discurso improvisado após escutar
as opiniões de diversos Estados e Organizações Não-Governamentais (ONG)
sobre o tema.
"A melhor forma de lutar contra essa violência é
matá-la pela raiz (...), essa forma de violência está condicionada pela
cultura, então, pode modificar-se (...), a prevenção é uma orientação
estratégica essencial (...). É necessário começar com a infância e a
educação das crianças", propôs Bachelet.
"Que não haja impunidade
para os autores de crimes contra as mulheres e que (elas) tenham um
acesso real à Justiça", exclamou Bachelet, que convidou os governos a
legislar contra a mutilação genital e o casamento precoce.
"A
igualdade de gênero significa que as mulheres devem ter seus direitos
garantidos", afirmou Bachelet, que tem papel de secretária-geral adjunta
da ONU para dirigir a ONU-Mulher, desde 14 de setembro de 2010.
"Nas situações pós-conflito, as mulheres vítimas de violência sexual não são consideradas vítimas", completou.
Anunciou também o lançamento na ONU de um plano para preparar mulheres como mediadoras de conflitos.
"As
mulheres devem participar e alcançar autonomia política e econômica, se
não as tiverem, perdem a independência", afirmou Bachelet.
"Na
minha opinião, todas as instituições no mundo estão maduras para ter uma
mulher no comando, se houver uma mulher com as competências, as
capacidades e o compromisso com as tarefas da instituição", respondeu
Bachelet à pergunta da AFP sobre se o Fundo Monetário Internacional
(FMI) estava maduro para ser dirigido pela francesa Christine Lagarde.
No
entanto, ela evitou responder uma segunda pergunta da AFP sobre o caso
do ex-presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, acusado pela Justiça
americana de agressão sexual contra uma camareira em um hotel de Nova
York, em 14 de maio. "Tenho que ir", disse, e foi.
Fonte: Jornal do Brasil
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