Se um quadro
de alopecia (queda de cabelos) incomoda bastante aos homens, nas
mulheres atinge de forma especial a auto-estima porque o embelezamento
dos cabelos é muito curtido e considerado um aspecto fundamental da
vaidade feminina.
Muitas vezes a preocupação com a queda é
exagerada, explica a dermatologista Denise Chambarelli, já que é normal
que os cabelos caiam e nasçam em proporções semelhantes. A tendência é
se observar apenas os que caem durante a escovação e a lavagem, sem se
levar em conta os fios que estão nascendo.
Estima-se que, em
média, perde-se aproximadamente de 50 a 100 fios por dia. Parece muito,
mas não é, tendo em vista que cada indivíduo normal possui entre 50 a
100 mil fios de cabelo.
Mas, quando a suspeita de queda anormal
persiste, é preciso consultar um dermatologista para identificar a causa
e indicar o tratamento adequado, diz a médica. As chances femininas de
recuperação são maiores que as masculinas porque a perda de cabelo na
mulher tem razões mais variadas, além de se manifestar de forma
diferente.
A calvície de padrão feminino, em geral, produz uma
rarefação de cabelo na frente, nas laterais e na coroa. Raramente,
evolui para uma perda total do cabelo.
Prováveis causas
A
genética, afirma Denise, é o fator mais determinante para a perda de
cabelos, tanto nos homens quanto nas mulheres. Chamada de Alopecia
Androgenética, responde pela maioria dos casos de calvície no homem e de
afinamento do cabelo nas mulheres, principalmente após a menopausa.
Nos
homens, geneticamente predispostos, a calvície pode se manifestar logo
aos 20 anos, mostrando sinais clássicos como as “entradas” e a rarefação
de fios no alto da cabeça. Há aqueles que aos 30 anos só têm uma coroa
de cabelos à volta da cabeça.
Na Alopecia Androgenética Feminina
(AAF) ocorre uma rarefação dos fios principalmente na linha que divide o
couro cabeludo em duas metades, direita e esquerda. Esta tendência
acentua-se no período que antecede a menopausa, quando os hormônios
femininos diminuem em número e eficácia. Assim, a redução progressiva na
produção de estrógeno pode provocar, entre outros efeitos, a queda de
cabelos, mas a reposição hormonal também pode ajudar na sua recuperação.
As
alterações hormonais podem acontecer mais cedo em razão da gravidez ou
do uso de anticoncepcionais, lembra a dermatologista. Após o parto, o
nível de progesterona diminui, o que predispõe à queda de cabelos.
Problemas na tireóide ou hipófise também provocam disfunção hormonal e
trazem entre as conseqüências, perda capilar.
O estresse
emocional intenso, gerado por um fato marcante ou traumático, como uma
cirurgia, um acidente, a morte de uma pessoa querida, ou até pelo
período pós-parto, neste caso, agravado pelo fator hormonal, também
pode dar origem à perda aguda e muito intensa de cabelo, durante dois,
três meses. O estresse causa uma grande redução do crescimento dos
folículos, que entram em fase de “descanso”, voltando a crescer depois
que a fase passa.
Doenças febris, geralmente provocadas por
infecções bacterianas, hemorragias e até dietas drásticas para
emagrecimento rápido também são desencadeadores de uma perda temporária
anormal, ocasionada pela carência de proteínas e hipovitaminose A, B e
C. Nestes casos, a alimentação adequada traz de volta o equilíbrio do
organismo.
Há ainda os tratamentos contra o câncer, em que a
radioterapia e a quimioterapia promovem a perda súbita de cabelos, mas o
quadro, geralmente, se reverte, quando cessam as aplicações.
As
doenças crônicas como lupus eritematoso, artrite reumática, diabetes
mellitus, infecções graves, etc. são outras causas de perda. Nestes
casos, é necessário o tratamento da doença de base em associação com o
tratamento dermatológico para que haja bom resultado.
Tratamento
Em relação ao tratamento, Denise Chambarelli adverte que, em geral, é longo e exige paciência e persistência. “Um
tratamento anti-queda demora alguns meses, podendo durar até dois anos,
embora se possa observar resultados já nos primeiros meses”.
Fonte: Revista Educa
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