ATIVISTA PAQUISTANESA
- A psicóloga Shahnaz Bohkari luta contra violência gerada em nome de honra e religião no Paquistão
Com o propósito de erradicar este tipo de violação, a ONU definiu como tema deste 8 de março, "Mulheres e homens unidos para acabar com a violência contra mulheres e meninas".
Para a pesquisadora Wânia Pasinato, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, admitir que o problema é de responsabilidade dos dois sexos já é um avanço. "Não é um problema das mulheres. Os homens devem estar envolvidos não só na luta, mas sensibilizados para se reconhecer como parte dessa relação", explica.
Diferentemente de outros tipos de crime, o maior perigo para as mulheres está dentro de casa. Muitas vezes, ao seu lado, na cama. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 70% das vítimas de assassinato do sexo feminino foram mortas pelos seus maridos ou parceiros.
"O problema é que o homem ainda pensa que a mulher é um objeto, é propriedade privada. É necessário que o parceiro reconheça essa possessividade para se livrar dela", diz Eva.
Wânia Pasinato segue a mesma linha de pensamento. Segundo a professora, já há grupos de homens que se reúnem, em algumas ONGs para "trabalhar a questão da masculinidade" no Brasil. No país, de acordo com a OMS, uma mulher é agredida a cada 15 segundos, um dos índices mais altos do mundo.
"O
problema é que o homem ainda pensa que a mulher é um objeto, é
propriedade privada. É necessário que o parceiro reconheça essa
possessividade para se livrar dela"
Eva Blay - pesquisadora
Eva Blay - pesquisadora
No Brasil, em 2006, a Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher - conhecida como Lei Maria da Penha - foi promulgada e aumentou o rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.
Mesmo assim, as mudanças ainda são muito pequenas e não impedem que o Brasil seja considerado, pela Sociedade Mundial de Vitimologia, o país que mais sofre com a violência doméstica. "As mudanças ainda estão no plano do discurso. Na prática ainda não podemos aferir o que mudou de fato", afirma Wânia.
Mesmo assim, é papel de cada um vigiar e denunciar a violência contra a mulher para conseguir sua erradicação. "A solução passa pela denúncia e a vigilância. É necessário coragem", explica Eva.
Fonte: UOL
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